Aproxima-se o Mundial de 2010, e o Chama Gloriosa começa um périplo pelos seleccionáveis do Benfica para as respectivas selecções. Para primeiro artigo, falamos de Fábio Coentrão, muito em foco na imprensa nacional devido à sua possível chamada para representar Portugal na competição que se realiza na África do Sul em Junho e Julho.
Extremo esquerdo de origem, Fábio Coentrão tem realizado uma época a todos os títulos notável. Jogando sobretudo como lateral esquerdo, foi uma adaptação promovida por Jorge Jesus para colmatar a lacuna gritante do plantel nessa posição. Para surpresa de muitos, pegou de estaca e agora tem sido, mais do que uma adaptação conveniente, uma adaptação de grande sucesso.
Numa selecção tão órfã de defesas esquerdos, em condições normais era de admitir que Fábio Coentrão tivesse o seu lugar garantido. Tem rubricado exibições excelentes, tem exibido uma notável resistência física que lhe permite ser um autêntico carrilero do lado esquerdo, correndo sem parar os noventa minutos. Além do mais, as naturais lacunas defensivas que exibia inicialmente, e próprias de quem fez toda a sua formação como jogador em terrenos mais adiantados, começam a estar mais disfarçadas.
A pressão mediática começa a exigir aquilo que Queiroz devia, em primeira instância, ter para si como certo. A chamada de Coentrão começa a ser obrigatória. Duda, mediano médio esquerdo adaptado de forma inadequada a lateral, parece ser garantia de um grande espectáculo ofensivo dos adversários de Portugal por aquele flanco. É isso que o melhor adjunto do mundo quer para o Mundial de 2010?
Coentrão tem a fibra dos campeões, e tem um embalo competitivo tremendo nesta fase da época. Com ele, Portugal ganharia um defesa esquerdo que, perdoar-me-ão os mais cépticos, é de topo. É um facto que ainda tem lacunas sobretudo no posicionamento defensivo, mas tem compensado isso com a entrega ao jogo, com a sua rapidez e com uma capacidade fora do vulgar de antecipação, a que acresce um timing de desarme muito bom. Se não o conhecesse antes, nunca diria que o Coentrão não é um defesa esquerdo de origem, tais as qualidades que tem evidenciado.
O jogador tem o desejo de representar a selecção numa grande prova, e pelas suas qualidades merece claramente a oportunidade. Em condições normais, só podia ser titular indiscutível da selecção portuguesa. Mais, mesmo como solução para extremo, não deve ser descartado. Com Simão em clara fase descendente, Quaresma de fora e Ronaldo deslocado para a linha da frente, sobra apenas Nani para dar fulgor aos lances de ataque pelos flancos. Será que mesmo na frente Portugal pode dispensar Coentrão? Não me parece.
3 comentários:
Concordo com tudo o que o trainmaniac descreveu sobre o Fábio. Eu no inicio era daqueles que não aceitava o recuo do Fábio para a lateral, e cheguei mesmo a culpá-lo pela derrota em Braga, apesar de não ter sido o único, mas a partir mesmo desse jogo parece que nasceu ali um enorme lateral esquerdo, um lateral esquerdo capaz de nos fazer esquecer Léo.
Sinceramente só espero que para o ano o Fábio possa voltar para a sua posiçao e dar lugar ao junior Mario Rui... é muito bom. De resto concordo com tudo.
Francamente tenho algumas dúvidas quanto ao Mário Rui. E quanto ao Fábio.. penso ser como o caso do Miguel. É a defesa lateral que ele se sente bem e melhor mostra o que vale :)
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