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sexta-feira, 1 de junho de 2012

Canto dos Convidados Nuno Torcato

Mais uma vez, regressamos com o nosso canto dos convidados, desta vez para dar voz a uma dos nossos mais participativos seguidores na nossa pagina do facebook


Inconformado com o actual estado que o nosso clube vive, o nosso convidado intervém nas mais variadíssimas vezes para expor os seus pontos de vista, optando então o nosso blog por convida-lo a este nosso cantinho, podendo então de forma mais organizada partilhar alguns dos seus pontos de vista.




O Milagre financeiro


Admito que me seria mais fácil remar a favor da maré mas não ficaria bem com a minha consciência enquanto benfiquista se não fizesse tudo o possível para dar a minha opinião em matérias nas quais me sinto confortável para o fazer e para tentar desmascarar todas as mentiras que a maquina do Sr. Luís Filipe Vieira passa, e admito que com sucesso, para os sócios do Benfica.

 Aproveito para dizer que apesar de gostar muito mais de discutir treinadores, jogadores ou se foi ou não penalty, não consigo compactuar com a mensagem de que o Benfica vive uma situação financeira saudável e que o Sr. Luís Filipe Vieira conseguiu um milagre financeiro para o Benfica.
E não consigo estar calado quando ouço estas barbaridades por duas principais razoes: (i) porque estou farto que o Sr. Luís Filipe Viera atire areia para os olhos dos sócios e (ii) porque a gestão financeira desastrosa do Sr. Luís Filipe Vieira impossibilita-nos de ganhar uma vez que a situação que vivemos nos impede de conseguir ter uma equipa mais competitiva e obriga a venda de qualquer jogador que se evidencie na nossa equipa.

 Já há muito que entendi que hoje o Benfica é muito mais do que um clube (mas não pelas melhores razões como o FC Barcelona) porque para o Benfica é imprescindível a valorização e venda dos seus principais jogadores para que o clube consiga ir pagando, pelo menos em parte, as suas obrigações a banca.

Já disse várias vezes que na minha opinião este é um negocio altamente especulativo e arriscado e que para o Benfica conseguir acertar em 2 ou 3 negócios por ano tem de fazer dezenas de maus negócios… isto é como investir na bolsa. Se investirmos em muitas empresas pode ser que as percas que temos em algumas empresas sejam compensadas pelos ganhos que temos noutras. Mas uma coisa que nunca tinha compreendido é como é que depois de vender o Simão, o Di Maria, o David Luiz, o Fábio Coentrão, etc as nossas obrigações com a banca continuam a aumentar hipotecando o nosso futuro enquanto equipa de futebol, sendo que a génese e a historia do nosso clube sempre foi ter boas equipas, jogadores de referencia e acima de tudo ganhar títulos.

Depois de ler os Relatórios e Contas do Benfica desde que o Sr. Luís Filipe Vieira entrou no Benfica (2003/2004) percebi que a explicação era evidente e que pode ser consultada por qualquer um que tenha interesse: desde que o Sr. Luís Filipe Vieira entrou no Benfica conseguiu arrecadar cerca de 185 Milhões de Euros em vendas de jogadores… mas gastou um pouco mais de 206 Milhões de Euros!!!! Ou seja… o milagre financeiro do Sr. Luís Filipe Vieira também passou por conseguir gastar mais de 200 Milhões de Euros em jogadores (ou seja mais de 25 Milhões de Euros por época) para ganhar 2 campeonatos em 10 anos!!! E para mais só conseguiu recuperar cerca de 185 Milhões de euros… nesta história toda conseguimos perder cerca de 20 Milhões de Euros (fora o facto de hoje pagarmos ordenados a mais de 70 jogadores anualmente porque não conseguimos voltá-los a vender.

 Esta é parte da explicação para os resultados anuais negativos acumulados, para os mais de 250 milhões de Euros anuais de divida, para os 20 Milhões de Euros de juros que pagamos anualmente (aproveito para relembrar que de acordo com o ultimo Relatório e Contas o Benfica recebeu pela venda do Fábio Conterão cerca de 16 Milhões de Euros… ou seja nem para pagar os juros chega. Era isto que queria partilhar convosco e aproveito para terminar dizendo que enquanto continuarmos com esta gestão o Benfica não vão conseguir ganhar títulos, já que nunca conseguiremos manter uma equipa do ano para o outro (este ano a Administração do Benfica já veio dizer que necessita de fazer 50 Milhões de Euros com venda de jogadores… adeus Gaitan, adeus Witsel e mais uma outra joia.

Vamos continuar a compactuar com esta situação? Saudações Benfiquistas

P.S. Para terminar dizer que o Dr. Domingos Soares de Oliveira, o Administrador Financeiro do Benfica, ganhou mais de 400.000 Euros o ano passado, incluindo 100.000 Euros de prémios… imaginem se ele tivesse sucesso no seu trabalho.

quinta-feira, 29 de março de 2012

Canto dos convidados Jorge Silva

Após uma longa paragem, o nosso canto dos convidados está de regresso, desta vez para trazer a história duma pessoa com um coração enorme e uma história de vida absolutamente fantástica e singular.


Possivelmente, muitos dos nossos leitores já ouviram falar sobre o feito heróico do nosso ilustre convidado, Jorge Silva, primeiro cidadão no mundo a fazer um transplante bi-pulmonar e renal numa única cirurgia .
Mas se o feito dele foi devidamente registado por todos os meios de comunicação social, o que pouca gente sabe, é o seu amor fervoroso ao Benfica, e toda a importancia que o nosso clube teve na sua recuperação.



A Fibrose Quísitica, o Benfica e o meu sonho

Chamo-me Jorge Silva, sofro de FQ (Fibrose Quística – doença atualmente ainda sem cura) e sou transplantado bi-pulmonar e renal, o primeiro a ser feito a nível mundial numa única cirurgia.
A minha história não é muito diferente da de muitas outras pessoas com problemas iguais ou similares em que o destino lhes traça previamente uma vida curta, retirando-lhes a possibilidade de aparentemente serem “normais”.

Nasci na Alemanha, a 17 de Agosto de 1970, numa pequenina cidade chamada Schopfheim, inserida numa das florestas mais conhecidas a nível mundial, a célebre “Floresta Negra” que se encontra e percorre todo o sul da Alemanha. Schopfheim situa-se a cerca de 25 km de Basel (Basileia) junto da fronteira com Suíça e França.

Desde pequenino que me questionei, o porquê de, apesar trabalhar tanto ou mais que os meus conhecidos nas actividades físicas, jamais atingia os mesmo resultados.

Porque estava constantemente doente ou porque passava a vida a tossir?

Sentia-me diferente dos outros tais “normais”.
Isto tudo traz-nos uma vantagem, aprendemos a defendermo-nos das dificuldades e dos obstáculos que nos vão surgindo ao longo da vida desde muita tenra idade.

A nossa maior arma é o sonho...sonhadores por natureza, idealizamos através destes, todos os nossos desejos, a partir dos quais acreditamos ser possível um dia a sua realização.
Como sabemos que nada nos cai do céu, arregaçamos as mangas e vamos á luta...lutamos até há exaustão pela sua realização.
Deste processo tiramos o maior proveito, porque quer o consigamos realizar ou não...enquanto sonhamos, fomos felizes.

Falando um pouco mais de mim, acabei por ter uma infância e mesmo uma adolescência mais ou menos estabilizada, nunca tendo feito muitas infecções pulmonares.
Sou um sonhador nato, sonho constantemente, acordado ou a dormir e posso dizer que já conquistei alguns triunfos bem saborosos na minha vida.
O sucesso do meu transplante já realizado há cerca de 3 anos e meio, tal como a adopção do meu filho hoje com 11 anos, são exemplos perfeitos que o sonho comanda a vida.

Complicações a sério começaram com os meus 30 anos quando adicionei uma insuficiência renal á minha doença e passei a fazer hemodiálise 3 vezes por semana durante 4 horas ligado a uma máquina.
Infecções acentuaram-se e a minha vida caminhava a um ritmo acelerado para o fim. Mesmo assim aguentei durante cerca de 6 anos, os tratamentos que a hemodiálise me obrigava a fazer, mais o desgaste do trabalho.
Como se não bastasse, quando chegava a casa, ainda tinha que arranjar energia para brincar com a maior luz da minha vida, o meu filho!

Se existem acontecimentos ou pessoas que entram na nossa vida na altura certa, esse foi mesmo o caso do meu filho.
Acabava de entrar em hemodiálise em Janeiro de 2001, as forças começaram a faltar e eu começava a perder esperança e ânimo para continuar.
Sem algo a que me agarrar, eis quando a 1 de Junho meu filho me entra em casa. Tudo que eu necessitava para a partir de então me levantar e combater heroicamente todos os obstáctulos que se iriam seguir.
Em Setembro de 2005 sou forçado a abandonar o trabalho, não só porque me faltavam as forças, mas porque também acabara de perder parcialmente a audição, total do lado direito e cerca de 50% lado esquerdo.

Tinha que guardar as forças que me restavam para algo em que eu acreditava que haveria de surgir para me prolongar a vida.

Em 2006 surge a primeira luz ao fundo do túnel, coloca-se a possibilidade de se executar um transplante duplo nunca antes feito que me poderia salvar e prolongar a vida. Sem hesitar, aceitei e embarquei nessa dura aventura que envolveu uma enorme luta de resistência a todas as adversidades que foram surgindo, desde ter que me mudar de armas e bagagem para a Corunha, deixando a família para trás, principalmente meu filho, passando pelo longo período de espera, quer para testes numa primeira fase, para ver se seria aceite (2 meses) quer depois já em lista de espera, aguardando a tal chamada milagrosa para ser transplantado, que demorou uns penosos 18 meses.

Posteriormente os cerca de 4 meses e meio de recuperação onde estão inseridos os 52 dias nos cuidados intensivos, sem duvida o período mais difícil. Um pouco de tudo aconteceu, desde uma paragem cardíaca com mais de 3 minutos aquando da retirada do primeiro pulmão, passando posteriormente pela paragem da função digestiva, infeção da vesicula que me levou de urgência ao bloco para a retirar e um princípio de rejeição ao fim do 5º dia que me obrigou a ficar entubado todo o tempo passado nos cuidados intensivos.

Nesse tempo tive sempre o apoio familiar, sobretudo de meus pais em que contei sempre com a companhia de um deles alternadamente a meu lado na Corunha e das visitas semanais do meu filho.
Coisas fundamentais sem dúvida aliado às notícias do meu glorioso, o Sport Lisboa e Benfica, que mesmo longe esteve sempre comigo no pensamento e dentro de meu coração. Boas ou más eram estas as coisas que me mantinham cheio de força e coragem para enfrentar o dia-a- dia.



Regressado a Portugal a 19 de Fevereiro de 2009, a tempo de festejar o aniversário do meu “herói” de sempre, o meu filho, tenho feito uma vida perfeitamente normal, tendo já regressado ao trabalho, à mesma empresa de sempre, feito um curso profissional, tendo participado num torneio de futsal e fazendo actualmente caminhadas em trilhos de montanha com a Borealis.

Como atrás referi, já cumpri uma data de sonhos incluindo o de assistir ao concerto dos U2, precisamente no dia do meu segundo aniversário de transplantado. Embora com a vida prolongada, a doença continua cá...não tem cura e o meu grande sonho é precisamente esse...a cura para a FQ não por mim, mas sim pelas crianças que a têm e sofrem imenso com ela.



Durante toda a minha vida, a ligação ao Benfica permitiu-me encarar a vida com uma força especial.

A primeira vez que entrei no Estádio da luz foi para ver um Benfica - Sporting. Estávamos em 1981, tinha regressado há poucos meses da Alemanha, foi o ultimo jogo em casa e o Benfica ganhou 2-1 com golos de Chiquinho e Nunes.
Nesse dia, o Benfica deu um passo importante para aquilo que mais tarde veio a ser uma a certeza. A conquista do campeonato nacional 80/81. Foi sem dúvida,uma sensação única, coisa de outro mundo.

Mais espectacular ainda, foi viver todo o ambiente á volta da partida com o Steaua de Bucareste em 1988.
Facto curioso, faltei ás aulas nesse dia para ir ver o jogo, custou-me o ano escolar, pois reprovei...mas nunca me arrependi. Tal como na vida, apenas me arrependo daquilo que não faço.
E o que faço pelo Benfica, enche-me de orgulho.

Voltando ao jogo, ganhamos por 2-0,  os dois golos marcados por Rui Águas , conseguindo o Benfica com este feito, alcançar a 7ª final europeia da sua história.
O Estádio estava lotado, 120 mil pessoas nas bancadas, e aquando dos golos, parecia que algo mais forte subia e nos empurrava até ao céu.

A chama imensa!

Sonhar é um dos meus maiores lemas,  e existe um, pela extrema importância que teve na minha vida e em todo este processo do transplante que desejo realizar mais que nunca neste momento...
Ter a honra de conhecer o Benfica por dentro. Poder conhecer pessoalmente o nosso presidente, conviver com o actual plantel e a todos pedir um autógrafo.
Ter o privilégio de voltar a assistir a um jogo lado a lado da grande família benfiquista seria o alcançar dum sonho que infelizmente as circunstâncias actuais não me têm permitido realizar.

São estas pequenas coisas que por mais pequenas que pareçam nos dão força de continuar a fazer aquilo que mais preservo e gosto...VIVER.

Não depende de mim, mas quem sabe...um dia realizarei este SONHO.

Saudações Benfiquistas
Jorge Silva

terça-feira, 12 de julho de 2011

Canto dos convidados Ela é Benfiquista

Tal como o Benfica que iniciou bem recentemente a nova temporada, o canto dos convidados também está de regresso, esperando que os testemunhos dos nossos ilustres convidados sejam do agrado de todos.


Desta vez contamos com o privilégio de publicar as vivências da nossa amiga Laurinda, carinhosamente conhecida por Ela é Benfiquista, a benfiquista com mais "savoir faire" do reino encarnado. Com certeza que quem a conhece elege-a a rainha desse mesmo reino,  quem não conhece, tem aqui a oportunidade de ler o testemunho de alguém que vibra com o Benfica a mais de 1700 km da catedral.






« Ser benfiquista é ter na alma a chama imensa »

Março 2007 : correr Paris e meio para encontrar um bilhete e ver ao vivo as Papoilas Saltitantes no Parc des Princes para a primeira mão do jogo contra o Paris Saint Germain !
Autêntico contra-relógio... Em vão !

O PSG fechou as bilheteiras porque os benfiquistas compravam tudo !


17 Março 2007 : resolver em dois segundos viajar para Lisboa e assistir ao jogo da segunda mão ! Comprar passagem de avião ! Ir no dia do jogo e regressar no dia seguinte ! Combinar encontro com (des)conhecidos poucas horas antes do jogo começar ! Levar o farnel na mochila com champagne, camembert e foie gras ! Chegar atrasadissima, porque a TAP nunca falha !!! Ser festejada como uma rainha ! Pudera ! Uma senhora rodeada e acarinhada por meia dúzia de benfiquistas ! Só por isso valia a pena !!! Convivio à francesa !!! Piquenique antes do jogo frente ao Colombo : feveras, tinto, cerveja, foie gras, broa de Avintes. Aperitivo antes da minha estreia na Luz ! E depois o apoteose : O Hino e o jogo. Vibrar, sentir na pele o frisson, o coração aos pulos ! Indescritivel !

Ser uma entre milhares mas integrar um só corpo, um único sopro, pertencer à nação benfiquista : E PLURIBUS UNUM

Março 2011 : oitavos de final, UEFA, invasão benfiquista no Parc des Princes. Desta vez sou eu a antifriã.
Vou buscar malta a chegar de Portugal, da Bélgica e da Suiça. Unidos por uma mesma paixão : BENFICAAAAAAAAAAAAAA.
Esse grito fantástico que incendiou o Parc des Princes, assustando os poucos adeptos do PSG. Esse mar vermelho que surpreendeu os próprios encarnados quando entraram no relvado ! Já deviam estar habituados : em qualquer estádio do mundo, os benfiquistas respondem sempre presente. Que o diga o meu amigo suiço que saiu de Genebra nesse dia ás 5 da manha para chegar à rasca, ao Parc faltavam cinco minutos para o jogo começar. Viagem organizada pela Casa do Benfica de Genebra. Que também acompanhara o SLB em Estugarda onde conviveu com outro amigo nosso de Coimbra, em Lyon nao obstante as manifestações de arruaceiros.
Que o digam os amigos radicados em Inglaterra, presentes no jogo da segunda mão contra o Everton : festejaram feitos doidos o golo do Cardozo ! Quase assustaram quem os viu na televisão !!!!!!

Julho 2010 : convivio para o jogo de apresentação. Ser Benfiquista é responder presente, mesmo a quase 2000 km. E aproveitar alguns dias de férias para partilhar com amigos idêntica paixão. Viver in loco o ambiente antes, durante e após jogo.
Encontrar amigos ao vivo... sim, porque durante o ano, vivemos, vibramos,sofremos durante os jogos, muito longe e tão perto ! Espalhados por esse mundo fora, na Africa, na América, na Asia, mas nunca sós.
É engraçadissimo identificar conhecidos desconhecidos ! Curiosamente, reconhecemos-nos : abraçamo-nos e já está ! Como velhos amigos !
Sim, é isso mesmo. Amizade, é a palavra certa, a fórmula mágica.
Ser benfiquista é ver um amigo, submerso pela emoção, pedir-me desculpa e sentar-se, quando o nosso estádio inteirinho cantava o nosso hino ! Como eu te entendo, meu querido amigo. Quando se está longe, a milhares e milhares de km, o nosso Benfica é o próprio coração.
VOILA.
Ela

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Canto dos convidados Amigo das Modalidades



Na edição desta semana do canto dos convidados, o assunto principal será relacionado com as modalidades do nosso clube, assunto muito pouco debatido na blogosfera benfiquista, inclusivamente aqui no chama gloriosa, mas que deverá ser visto com outros olhos, pois tal como o título deste artigo diz: Porque o Benfica não é só futebol.

O convidado desta semana é conhecido por ser um acérrimo lutador pelo ecletismo, um dos membros com mais anos de casa na comunidade Serbenfiquista.com, eis a crónica do Amigo das Modalidades.




Porque o Benfica não é só Futebol…

Durante os dias que se  sucederam ao convite que me foi dirigido para escrever esta crónica, hesitei  sobre o caminho a tomar, o assunto a abordar, dentro da temática enquadrada, as  modalidades do nosso SL Benfica. Depois de reflectir, optei por fazer um comentário geral, globalizado daquilo que tem vindo a ser a realidade das modalidades para o benfiquista.
Há vários anos que desenvolvi o culto dos pavilhões,  com uma família “específica” que veio desde o mítico Pavilhão nº1 por debaixo  do Terceiro Anel, para os actuais e modernos pavilhões da Luz. E falo de uma  família específica, porque as modalidades caíram nessa tendência nos últimos,  muito por culpa de um fenómeno global de desinteresse pelo espectáculo  desportivo que se instalou em Portugal.
Se durante algum tempo  existiam factores que levassem a isso, agora não há, falando para quem  cultivava o culto do pavilhões há dez anos, porque para já o preço dos bilhetes  baixou, a introdução da quota das modalidades deixa tudo uma “pechincha”, ao  ponto de bastar ver 2(!) jogos em casa por mês de modalidades (entre as 5,  estamos a falar de um número que varia de 8 a 15), além que nas alturas  decisivas (em que todos aparecem…) garantem sempre bilhete, uma vez que a venda  é exclusiva nos primeiros momentos.
Uma coisa que me orgulha  bastante no SL Benfica, é que depois de fases mais ou menos instáveis, a aposta  nas modalidades é uma certeza, e um dever que o clube deve cumprir, com rigor  orçamental e desportivo. O Benfica tem de jogar sempre para ganhar, seja lá  onde for, e tem de ter armas para isso. Este culto do pavilhão não se restringe  à Luz, por esse país fora a visita do Benfica seja lá em que modalidade for é  um motivo de festa, e isso assim continuará, para sempre. Há contudo aspectos  que carecem de melhorias (como sempre), desde a burocracia que é a venda de  bilhetes para os jogos na Luz (os computadores são lentos e estúpidos, deixando  saudades do tempo em que entregando o dinheiro na bilheteira, levantava-se o  mágico papel do ingresso), sem esquecer a parvoíce dos lugares marcados (o  preço é igual para todos, logo quem chega primeiro, senta-se onde quer…) como a  calendarização dos próprios jogos (mais jogos seguidos de modalidades permitem  que as pessoas mais depressa fiquem para todos do que só para um), e a  fundamental ligação aos jogos em casa no Estádio, que desapareceu e quando  fugazmente aparece, é com intervalos absurdos de duas ou três horas entre o fim  da modalidade e o inicio do futebol. E estou só a falar do ponto de vista do  adepto…
Fazendo uma breve introdução  ao que poderá a nova temporada 2010/2011 trazer ao Benfica, esta época tem tudo  para ser mais um passo certo rumo a (mais títulos):

Basquetebol

A palavra chave será  continuidade, plantel quase todo igual, saindo um mercenário, mais a inevitável  saída de um americano, situações colmatadas por contratações criteriosas, de  jogadores de provas dadas em Portugal ou excelente recomendados por alguns dos  melhores profissionais que serviram o clube nos últimos anos. Assim sendo, tudo  pronto para a conquista do tri-campeonato, onde o FC Porto será o grande rival,  com o desafio de atacar a Taça de Portugal, já que a Taça Hugo dos Santos  continua a ser uma “filha bastarda” da Taça da Liga, e não continua fazer muito  sentido no actual quadro competitivo.
Claro está que, depois destes  objectivos prioritários, este ano há essa ambição europeia, que ficou bem  patente na eliminatória de acesso, brilhantemente ultrapassada em solo  ucraniano. Acima de tudo, é um prémio para estes jogadores, e um grande “rebuçado”  para os adeptos, os mais velhos saudosos dos tempos áureos de há 20 anos atrás,  infelizmente irrecuperáveis. Mas dá sempre para matar o bichinho…


Futsal

Passando para os campeões  europeus, e convém dizer isto muitas vezes, o nosso futsal procura corrigir a  pedra no sapato que ficou da temporada passada, que foi a perda do titulo  nacional. A equipa sofreu mudanças, ficou ferida com a saída do génio  Ricardinho, arranjou outras soluções e mudou também no comando técnico, numa  aposta ponderada e que terá sempre de merecer o benefício da dúvida, porque  esta secção tem sido bem gerida nos últimos, com os títulos a falar por si.
Os primeiros jogos já  permitiram ver que apesar de ainda haver muito caminho para percorrer, já se vê  trabalho, ideias novas, com o crescimento a ter de ser gradual, indo ganhando  sempre, pois nesta modalidade, em seis edições do Play-off, nas seis saiu  vencedor o 1ºclassificado na fase regular… Acreditando ainda que falta um  retoque à equipa, que acredito chegará na altura do mercado de inverno,  ficaremos com um plantel muito forte, capaz de resistir a qualquer  eventualidade.


Andebol

Passando para o andebol, eis  uma modalidade que nos últimos recuperou um relevo no clube que não tinha há  muitos anos, culminado com o título de 2007/2008, mas ferida com as últimas  épocas, em que os falhanços foram sendo sucessivos, e sempre com uma  desculpabilização irritante, com o seu ponto máximo na idiota saga com a  Faculdade de Desporto do Porto, mais a renovação por três (!!) anos com o  treinador, quando a politica reinante nos últimos anos (para treinadores e  jogadores) tem sido contratos curtos, opção avisada por factores desportivos e  económicos, que nunca podem andar dissociados. Mas focando no que interessa,  esta época a mensagem que passou é que tudo está resolvido, e que “agora sim,  há condições”, sendo que o inicio de época já trouxe aquele sabor agridoce, com  uma derrota escusada na Horta, e uma vitória com classe em Braga.
Indo somando pontos, o final  da primeira volta traz uma série de jogos complicada, será um teste importante,  para uma equipa que precisa de ser muito constante, pois é de todas as  modalidades, aquela que encontra um campeonato mais nivelado, isto é, em que  existem mais equipas com condições económicas e desportivas para serem rivais,  e onde as equipas “mais pequenas” estão mais bem apetrechadas a nível da  qualidade dos seus jogadores para complicar a vida aos “grandes”! Esperar para  ver, numa temporada em que o falhanço não será tolerável!


Voleibol

No que toca ao Voleibol, este  ano tem de esquecer a enorme frustração que ficou da temporada passada, em que  a equipa esteve a um passo de tudo e ficou sem nada. Este ano marca também uma  mudança de paradigma, uma vez que (finalmente!) o Benfica conseguiu trazer para  Lisboa os dois internacionais portugueses de maior valia que mais têm brilhando  internamente nas últimas épocas: Hugo Gaspar e Flávio Cruz. E falar de voleibol  é falar sempre de uma modalidade que parece regional, em que o Benfica é posto  quase que ao nível das equipas insulares, face à ausência de equipas na  primeira divisão num raio de… 300 km, Esmoriz e Espinho são mesmo as equipas  “mais próximas de Lisboa”.
Mantendo a base do bom bloco  do ano passado, o Benfica renovou os seus entradas (privilegiando a recepção) e  trocando de libero, posição que carece de uma figura desde a saída de Carlos  Teixeira. Rafinha é aposta segura, como já deu para ver! A expectativa é por  isso máxima, a confiança em José Jardim ilimitada. Um exemplo raro, uma  verdadeira figura do Benfica.


Hóquei em Patins

Para fechar, o Hóquei, que  aparece renascido, não só depois do triunfo na Taça de Portugal, o primeiro  titulo em oito (!) anos, bem como a Supertaça, esta por ter sido sobre o  arqui-rival e dominador absoluto dos últimos anos, FC Porto. Na única  modalidade cujo campeão se encontra em 30 jornadas em fase única, a  regularidade é fundamental. E o Benfica, reforçado com um trio de grandes  jogadores, Tuco Abalos, Cacau e Luís Viana, aparece com um plantel fortíssimo,  como me arrisco mesmo a dizer, provavelmente nunca teve, em número e qualidade.  Estão reunidas as condições para voltar a ser campeão, 13 anos volvidos sobre o  último título, uma travessia demasiado longa para o Benfica.
 Além de ser campeão, a Taça CERS tem de surgir  também como objectivo para ganhar, já que o enquadramento é favorável e sobretudo,  o plantel tem profundidade suficiente que permita gerir os diversos jogos. Numa  modalidade corrompida e desacreditada, se o Benfica voltar às grandes  conquistas, é dado o primeiro passo para a limpeza. E é tempo de acabar com as  desculpas, jogando melhor e sem medo, não há razão para mais fracassos. A  expectativa é enorme!

É então de esperanças renovadas  e reais, que um benfiquista convicto vos convida a viverem ainda mais o  Benfica, porque o Benfica não é só futebol…

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Canto dos convidados Gabriel Rodrigues

O canto dos convidados desta semana terá direito a duas edições, sendo as duas dedicadas ao sentimento que é ser benfiquista a milhares de quilómetros da catedral, uma experiência que para a grande maioria dos leitores deste blog é estranha, já que somos lidos por uma grande percentagem de portugueses em Portugal.


O primeiro convidado desta semana, tornou-se benfiquista no longínqua cidade de Caracas na Venezuela, tendo-se mudado recentemente para Sevilla.
O resto da história é transmitida na 1ª pessoa pelo próprio




Gabriel Rodrigues



Ser Benfiquista e estar longe da Catedral

O meu nome é João Gabriel Rodrigues Figueira, tenho 26 anos, sou filho de um Português (Madeirense), que há mais de 40 anos emigrou para a Venezuela em busca de uma vida melhor. Uma vida que não encontrava em Portugal, uma vida que queria melhorar para dar melhores condições aos meus irmãos e mais tarde a mim.
Hoje em dia vivo em Sevilha, na vossa vizinha Espanha e a convite deste blog, reservo as próximas linhas para contar a experiência de nascer e ser Benfiquista longe da Catedral.

Antes de tudo agradeço a Deus por ter me dado uns grandes pais, uns pais que sempre lutaram para me dar uma educação e uma vida com qualidade, mas sobretudo agradecer-lhes porque são e me fizeram ser do Benfica. 
Em casa, éramos três irmãos, dois rapazes e uma menina. Eu era o mais novo de todos e cresci vendo-os vibrar enquanto assistiam futebol e, claro, seguindo o Glorioso. Seguir o Benfica era especial, a maneira de seguir a nossa equipa na Venezuela era-nos facilitada pelo canal estatal, que no inicio dos anos 90 transmitia um jogo por semana do campeonato Português, tendo nós a sorte de que 90% dos jogos que foram transmitidos eram do Maior Clube do Mundo, o Sport Lisboa e Benfica. 


Cresci a ver o Benfica numa década tão difícil, foi a época em que comecei a ligar ao futebol, e foi nessa década que fiz aqueles que hoje são os meus maiores ídolos do futebol mundial :
João Pinto, o maestro Rui Costa, o melhor guarda redes do mundo Michel Preud´homme, o excelente extremo checo Karel Poborsky, para não mencionar os grandes jogadores como Stefan Schwarz, Isaías e muitos mais nomes que agora não me vêm à mente.

A partir daí, cresceu a minha grande admiração pela equipa encarnada, passamos uma fase complicada, pois sabemos que os anos 90 foram os piores da nossa história, pelo menos do que eu me lembro, da história deste grande clube. Impossível esquecer um famoso jogo que se passou no norte de Espanha em 1999 para as competições europeias, impossível esquecer o longo jejum, impossível esquecer tristes episódios da nossa gloriosa história, mas eu prefiro sempre recordar-me das coisas boas.

Jamais me esquecerei da conquista do nosso 30º título da liga em 93/94 ou das conquistas da Taça de Portugal contra o Boavista e Sporting.

Impossível esquecer a quantidade de luso descendentes em plena cidade de Caracas a sair com os seus carros a buzinar ruidosamente de manto sagrado vestido festejando as nossas conquistas!
Eu estava lá, no carro do meu pai, buzinando também até doer os ouvidos enquanto gritava Benfica, Benfica, Benfica...
Inesquecível.

Foi então que tive a oportunidade de fazer a minha primeira viagem a Portugal.
Apesar da distância, eu mais a minha família, sempre fomos muito ligados à fé
A fé católica!
A fé Benfiquista! 
Então, no nosso roteiro tínhamos como destino visitar o Santuário de Nossa Senhora de Fátima e em seguida, como é claro, visitar a antiga Catedral da Luz.
Para terminar, teria o prazer de conhecer a terra dos meus pais, a Ilha da Madeira.
Estava realmente animado, mas justamente no dia que nós tínhamos combinado de ir ver um jogo do Benfica, fiquei adoentando ao ponto de não poder sair do hotel.
Apesar da companhia da minha mãe, chorei o dia todo.
Chorei por o meu grande sonho estar a perder-se.
Chorei porque quis ir e a minha mãe, pelo meu bem, pela minha saúde não me deixou ir.

Passaram muitos anos desde então, sempre acompanhando o Benfica, mas graças à tecnologia, tudo se foi tornando mais fácil para assistir aos jogos, ouvir rádio ou ler jornais com notícias de futebol Português.

Foram quase 24 anos da minha vida, 24 anos sem nunca ter estado em contacto físico com o meu grande amor Benfica. 

Mudei-me para Espanha, fui morar para Sevilha e casei-me com a mulher da minha vida.
Só ai tive condições para finalmente para pisar pela primeira vez a Nova Catedral da Luz. 
As palavras custam a sair...foi um dia histórico, mágico, fantástico, enfim, um dia que  nunca me vou esquecer, porque apesar de ser a primeira vez que eu assisti um jogo no Estádio da Luz, foi também nesse dia em que um dos meus maiores ídolos do futebol mundial retirou-se, Rui Costa, o Maestro.

Posteriormente, graças a Deus e à Virgem eu pude ir à Catedral várias ocasiões, tendo a experiência, como o meu coração bate cada vez que se canta SLB SLB GLORIOSO SLB, como comemorar uma vitória, ou quando vejo nossa Águia Vitória voar. Estou ansioso para sentir essas emoções novamente por muitos e muitos anos.

Por fim, nestes tempos difíceis devido ao pobre começo do campeonato, só peço à minha equipa que continuar a lutar e a dar-nos vitórias, com coração, com amor e ambição, que eu vou continuar a dar o meu total apoio, mesmo a minha vida se for necessário, para que eles possam ganhar o título.

"Ao meu Benfica, eu declaro amor eterno, mesmo sabendo que é pouco para o muito que me dão e que eu sei que me vão dar ... "
Não importa o quão longe eles estão... O Benfica está sempre no meu coração!

Apesar das dificuldades que já vivi, habituei-me a encarar a vida com esperança. 
Só peço a Deus e Nossa Senhora de Fátima para me dar saúde para que num dia...num tão desejado dia eu possa viver e ver o Benfica
O Benfica na Catedral com o meu pai, mãe, irmãos e mulher.



terça-feira, 21 de setembro de 2010

Canto dos convidados johncleese

Esta semana, depois de duas importantíssimas vitórias para a Liga dos Campeões e Liga Zon Sagres, temos um canto dos convidados onde serão abordadas questões tácticas pelo amigo johncleese.


Um dos membros com mais anos de casa na comunidade Serbenfiquista.com e reconhecido pela seriedade com que aborda as mais variadíssimas temáticas sobre o Benfica, aceitou o nosso convite, premiando-nos a todos com um excelente artigo no qual disserta sobre  variantes tácticas.






 As variantes tácticas do Benfica versão
2010/2011:




Terminada a época 2009/2010, com final feliz para os milhões de adeptos benfiquistas espalhados pelos quatro cantos do globo, previ, ou melhor, desejei, um Benfica capaz de manter a fórmula do sucesso.

Segurando o “núcleo duro” dos 13 “titulares” da época passada (Amorim e Martins foram-no muitas vezes) e reforçar algumas posições que tinham algum défice de qualidade ou, noutros casos, de quantidade seria o caminho.  
Nalguns casos o Benfica foi bem sucedido, nomeadamente com as aquisições dos brasileiros Airton e Alan Kardec e dos argentinos Gaitan e Jara, os quais vieram aumentar o lote de opções de qualidade para o meio campo e ataque. Mas, na maioria, o Benfica falhou na abordagem ao mercado, principalmente porque não soube acautelar as saídas mais do que esperadas de Ramires e Di Maria. 

Analisando as declarações do treinador Jorge Jesus, desde a entrevista ao jornal ABola, em finais de Maio, parece-me claro que Gaitan era uma aposta a médio prazo e não o substituto directo do Di Maria. As tentativas de contratar Leto, James Rodriguez e Alexander Hleb, posteriormente, vieram apenas reforçar essa minha teoria. Também Ramires não foi devidamente compensado por um jogador de características semelhantes, sendo que Wesley me parecia ser a grande aposta, e cuja “fuga” para Bremen constituiu um duro golpe.


Não me alongando mais na análise ao que foi a janela de transferências, importa analisar o que pode ser o Benfica em termos tácticos, com estes jogadores. Apesar de todas os debates que tem havido, penso que o Benfica deve continuar a jogar maioritariamente em 4-1-3-2. Foi um esquema táctico que trouxe sucesso, e creio que continuamos a ter jogadores capazes de o interpretar, ainda que de forma diferente. Teremos, contudo, dentro do 4-1-3-2, a possibilidade de surpreender os adversários, porque há 2 opções muito diferentes para o lado direito: Amorim, um jogador de equilíbrios, e Salvio, um desiquilibrador por excelência. Tendo os 2 disponíveis, o  Benfica poderá jogar com Salvio nos jogos em que terá, previsivelmente, maior caudal atacante, frente a adversários mais fechados, e com Amorim nos jogos em que precisa de ter mais equilíbrio.

Outra evolução que esperava para esta época era ter um sistema táctico alternativo, capaz de baralhar os adversários. Creio que isso foi bem conseguido pelo treinador do Benfica, que na pré-época testou em 3 ou 4 jogos um 4-3-3 bastante dinâmico, em que Jara parece encaixar muito bem. A instabilidade provocada pela chegada tardia dos mundialistas e, principalmente, pelos maus resultados dos 3 primeiros jogos oficiais, ainda não permitiram aferir essa variante, mas não tenho dúvidas que ao longo da época, veremos o Benfica iniciar jogos dessa forma, quando os adversários menos esperarem, como chegou a acontecer em Matosinhos na época passada.

Por fim, creio que o 4-2-3-1 será o 3º esquema possível para este plantel, em jogos que apresentem características especificas. O Benfica chegou a utilizá-lo na época passada, com bons resultados, em Goodison Park e em Alvalade. Com Airton como opção válida, essa variante ganha ainda mais força, e não me custa imaginar o Benfica a dispor-se dessa forma em algum jogo da Champions, quem sabe já em Gelsenkirchen, na 2ª jornada.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Canto dos convidados Far(away)

Dados os factos ocorridos durante a semana que passou, e visto que o nosso convidado para esta semana já se adiantou no seu post, optamos por publicar já o seu brilhante artigo. 


Maior surpresa e iniciado do ano na pretérita temporada do Serbenfiquista. o amigo Far(away) fará esta edição especial do nosso Canto dos convidados, sucedendo assim ao artigo do Matavelhos.


Fica aqui um post bastante bem elaborado, onde muito mais que colocar o dedo na ferida, tenta abrir os olhos a todos os Benfiquistas.






 Prevenir para não remediar

Chegados à quinta jornada do campeonato, e perante aquele que foi o pior  começo de época de toda a história do Benfica nesta competição, os sócios e  simpatizantes do clube começam a acordar para uma realidade nada de acordo com  aquilo que todos queríamos aquando do início da temporada. Três derrotas em  quatro jogos possíveis é um registo demasiado pesado para um plantel que  ambiciona revalidar o título e a margem de erro vai sendo cada vez mais  reduzida, mesmo que 4 jornadas apenas tenham passado.
Será importante pararmos  todos para pensar, e quando digo todos, digo direcção, técnicos, jogadores e  adeptos. Porque este mau começo não se deve apenas às más arbitragens, nem elas  podem ser sempre o escape para os maus resultados, embora o jogo no Afonso  Henriques tenha-nos mostrado de que o «sistema» ainda está bem vivo e pronto a  alcançar os seus fins. Voltarei a este tema mais adiante.

Muito se poderia dizer sobre a má preparação do clube no defeso, e muitas  linhas foram já escritas sobre esse assunto.  O plantel tem mais soluções  ofensivas, mas não tem mais soluções para as lacunas que existiam na equipa e  aqui reside um erro óbvio no que toca ao fortalecimento do plantel. Como que  uma criança estivesse com gripe, e a mãe lhe cortasse o cabelo ou lhe desse um  novo brinquedo em vez de a levar a um médico.
 Como poderemos ficar mais fortes  se não atacamos os nossos pontos mais débeis, no caso as laterais e falta de  alternativas para os titulares, o médio que pudesse fazer de Ramires para além  de Amorim, e um extremo, mais um para além de Salvio (uma vez que decidimos  emprestar Urreta) que pudesse ser o abre latas que Di Maria conseguiu ser  muitas vezes. Nem vou aboradar a questão do guarda redes...
 A juntar a isto, o  clima de indefinição vivido a volta de alguns jogadores que tinham sido  cruciais na temporada transacta, no que toca às suas possíveis saídas (Cardozo,  David Luiz, Luisão são os exemplos que quero referir) não deram ao plantel a  tranquilidade necessária para abordar de forma correcta uma nova época. Nem os  próprios jogadores pareceram sempre estar com a cabeça no clube. E foi com este  mau clima à volta da equipa que começamos por defrontar a Académica na primeira  jornada, com o resultado que se conhece e essa núvem negra estendeu-se até ao  presente com excepção da vitória sobre o Setúbal.

O Benfica e os seus dirigentes podem de facto legitimamente afirmarem de que  temos razões de queixa da arbitragem, e que isso influenciou os resultados da  equipa, o último jogo para a liga foi bem exemplo disso, mas isso não pode fazer-nos  esquecer dos erros cometidos e do que não pode ser repetido no futuro. É preciso  perceber que mais do que criticar a arbitragem, é preciso o clube tomar as  necessárias medidas para que exibições como aquela do Olegário Bequerença em  Guimarães possam cada vez menos ser uma realidade. Essas medidas não passam a  meu ver por dar apoio a um ex dirigente portista para a presidência da Liga. 
Se  o clube não conseguiu formar uma alternativa a Fernando Gomes, devia ter tido  uma posição neutral neste processo e salvaguardar as devidas distâncias em  relação a tal candidatura, sabendo as reservas que os benfiquistas têm de forma  legítima diga-se sobre qualquer ex dirigente do clube azul e branco, clube esse  envolvido em múltiplas suspeitas de corrupção na arbitragem - o mesmo clube que  aparentemente não deu apoio nenhum a qualquer candidatura. Não se pode lutar  contra o «sistema» e ao mesmo tempo darem-se oportunidades para que ele se  multiplique, ou então estaremos a criar um ciclo vicioso onde se combatem os sintomas  apenas e nunca a doença.

Por outro lado, e passado tanto tempo desde que Dias da Cunha teve a coragem  de revelar publicamente que as três caras do «sistema» eram Pinto da Costa,  Valentim Loureiro e Gilberto Madaíl, e após uma luta levado a cabo quase  exclusivamente pelo Benfica e seu presidente no que toca a combater a podridão  do futebol português, torna-se contraditório ver Luís Filipe Vieira agora,  afirmar em alto em bom som a sua defesa em relação a Madaíl, como o fez  recentemente numa entrevista dada a SIC, mesmo que seja num processo relativo  ao  seleccionador nacional e seu despedimento. Mais do que isso apontou  baterias contra um membro do governo no caso o secretário de estado do desporto  Laurentino Dias, figura que particularmente desgosto também, e com isso de uma  assentada cometeu na minha óptica dois erros: por um lado deu a Gilberto Madail  algum ar para respirar, algo incompreensível para quem esteve sempre empenhado  em lutar contra os 
lobbies do futebol  português e ninguém duvida que Madaíl faz parte desseslobbies, e por outro atacou um membro do estado que terá sempre a  sua influência quer na liga quer na federação, e uma entidade com a qual o  Sport Lisboa e Benfica enquanto clube devia ter sempre o cuidado de ter uma  relação se não muito positiva, estável e o mais cordial possível, mesmo que  tenha algumas razões de queixa no passado com Laurentino Dias por causa do caso  «Nuno Assis».

Perante tudo isto, penso que a estratégia do Benfica para credibilizar o  mundo do futebol português e particularmente da arbitragem não tem sido a mais  correcta, e alguns dos ventos que agora estamos a colher podem ter sido  semeados por nós mesmos, num passado não muito distante. Cometido que está o  erro do apoio do Benfica a Fernando Gomes à presidência da Liga, seria  importante o clube empenhar-se a fundo para encontrar uma solução,  personificada numa candidatuta credível à presidência da Federação Portuguesa  de Futebol, pois os poderes do futebol português passarão em breve a estar mais  na federação novamente e não tanto na Liga de clubes.
Será um erro tremendo o  Benfica não envolver-se de forma séria neste assunto e agir de forma passiva  perante ele - o futebol português precisa de ar puro no seu dirigismo, e cabe  ao Benfica contribuir para isso e dessa forma estará indirectamente a  contribuir para que alguns acasos" benquerençes"  deixem de acontecer, não tenham dúvidas.
 Não podemos de forma alguma querer  saltar de um avião sem o devido paraquedas, ou deixar que alguém nos roube esse  instrumento vital para o salto, ou então a queda será forte e feia. O Benfica  tem os meios para poder garantir a sanidade mental ou parte dela do futebol  português. É tempo de aplicar devidamente esses meios, sempre pela luta da  verdade desportiva e contra os maus hábitos deste nosso futebol português. É  isso que nos distingue dos outros – lutamos com as armas certas, e não a todo o  custo, mas lutamos, sem nunca nunca cessar nessa luta. E Pluribus Unum.

P.S. Foi com agrado que aceitei o convite de participar neste cantinho, desde  já estou grato pelo convite. Participar num espaço como este, para o Benfica e  pelo Benfica é sempre um prazer.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Canto dos convidados MATAVELHOS

Esta semana, o ilustre camarada que marca presença aqui no nosso Canto dos convidados, é o caríssimo Matavelhos, figura emblemática de fóruns como Zwame e Serbenfiquista.com, Benfiquista do norte e observador atento do universo encarnado, reservou-nos neste seu/nosso canto umas palavras especiais sobre José Torres e as nossas velhas glórias.








MATAVELHOS




José Torres e as nossas “Velhas Glórias”



A semana passada fica marcada pelo trágico desaparecimento de uma grande Glória, de um pedaço de história, de alguém que tudo deu e que ajudou a construir o nosso Sport Lisboa e Benfica.  


José Torres, ou o “Bom Gigante”, como sempre foi conhecido nos meandros do futebol, foi um exímio goleador que ajudou a construir um Benfica dominador a nível nacional e temível a nível internacional. Detentor de um jogo de cabeça exemplar, muito graças à sua altura (mais de 1,90m), mas também com um remate muito especial, o remate de “bico”, que fazia com que as bolas de couro da altura tivessem trajectórias complicadas para os guarda-redes. José Torres não teve uma tarefa nada fácil no Benfica. Começou como suplente de outro grande José, o Águas, e como na altura não havia substituições, tornava-se muito difícil para o Torres entrar na equipa.


Por causa disso, e apesar de ter feito todas as viagens com a equipa principal (em 1961 e 1962) e de ter participado nas finais de 1963, 1965 e 1968, o nosso “Bom Gigante” nunca conseguiu cumprir o ser sonho, ser campeão europeu. Mas apesar de nunca o ter sido, consegui um palmarés incrível ao serviço do Benfica. Nada mais nada menos que: 9 títulos nacionais, 4 Taças de Portugal, 1 vez melhor marcador do campeonato com 26 golos.


Infelizmente, apesar de tanto ter dado ao nosso clube, José Torres teve um fim de vida muito triste. Devido à sua doença (Alzheimer), Torres e a sua família, chegaram a passar por grandes dificuldades financeiras, e só graças à ajuda dos seus amigos e de pessoas com um grande coração é que foi possível irem sobrevivendo.


Mesmo tendo conhecimento desta situação, o clube de todos nós e de José Torres, manteve-se impávido e sereno sem nada fazer. A pergunta que eu coloco é se o Benfica não teria obrigação de ajudar pessoas como o Torres que tanto deram ao Benfica e que agora passam por tantas dificuldades?


Vê-se tanto dinheiro jogado fora, ou que “desaparece” em negócios estranhos, não seria de boa índole aproveitar alguns euros e criar uma casa que pudesse albergar algumas velhas glórias que por alguma razão da sua vida, se vêem privadas de uma vida condigna?

Há inúmeras maneiras de se poder ajudar as pessoas, basta haver vontade, e infelizmente parece que é isso que falta para os lados da Luz.


Já que parece que é tão difícil manter uma equipa campeã, ao menos que se faça algo por aqueles que fizeram o que o Benfica é hoje, e que nos fazem admirar e suspirar por um Benfica como o daquele tempo.


Porque os homens que deram toda a sua vida ao clube merecem mais respeito por parte do Benfica.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Canto dos convidados - Phant



Iniciamos hoje um novo espaço semanal onde pretendemos dar voz aos nossos leitores, permitido-lhes assim que ao longo dum post escrevam um artigo ou uma crónica sobre um assunto a seu gosto, desde que directamente  relacionado com o Sport Lisboa e Benfica.


Para começar, optámos por dar início a este novo espaço, fazendo o convite ao caro amigo e user do serbenfiqusita Phant, assumindo desde já a satisfação pela forma interessada e cooperante com que o mesmo aceitou o convite.

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Phant

Modelo desportivo: Viragem de 180 graus... ou nem tanto

A convite do blog chama gloriosa optei por focar-me no tema MUDANÇA. Apesar de o timing parecer ideal para uma análise às entradas e saídas do plantel encarnado, numa altura em que o mercado está fechado até ao próximo mês de Janeiro, entendo ser mais interessante falar de algo mais abrangente: o modelo desportivo que estabelece as bases de actuação do Benfica no mercado de jogadores. E a palavra-chave é precisamente aquela com que se inicia este texto: mudança. Mudança de política, claro, mas não na sua totalidade. Vejamos:

O Benfica tem seguido, nos últimos anos, um modelo de gestão de risco. Gasta muito, talvez bem acima do que um qualquer gestor mais sensato aconselharia a um clube com a sua dimensão financeira, e aposta demasiado em jogadores fora do contexto do futebol português. A actual base de recrutamento de jogadores parece estar centrada no mercado sul-americano com algumas passagens por Espanha, umas mais bem sucedidas que outras.

A visão do que poderia ser um modelo mais sensato não rompe totalmente com as premissas que vemos, actualmente, implementadas no clube. São antes um complemento ao que já vai acontecendo, o que permitiria estabelecer uma nova filosofia menos exposta ao risco, mais segura e também mais… ganhadora. A ideia é bastante simples, até. Direccionar a política de recrutamento, segundo 2 eixos principais:


Eixo 1 – Mercado Externo (45%)

a) Continuar a aposta em jogadores já consagrados que possam estar, de certa forma, numa fase menos boa da sua carreira, como os casos de Pablo Aimar e Javier Saviola aquando da sua vinda para a Luz. Jogadores que pela sua maturidade, personalidade e experiência ao mais alto nível, possam trazer algo mais à equipa e eleva-la a um patamar qualitativo superior. Jogadores de classe mundial, para posições chave, num número de 3 a 4.

b) Manter a aposta em jogadores de elevado potencial, que se tenham destacado nos principais campeonatos sul-americanos (com especial incidência para o Brasil e Argentina) ou nas principais provas internacionais de selecções jovens (Mundial de Sub-20). Jogadores promissores que pelas suas características tenham potencial para ser de classe mundial mas que ainda não o são. Para evoluir e crescer com a equipa, num número de 8 a 9.


Eixo 2 – Mercado Interno (55%)

c) Reimplantar de forma criteriosa uma base de jogadores, na sua maioria nacionais, conhecedores do campeonato, dedicados e identificados com o Benfica, menos flutuantes aos chamamentos exteriores dos grandes clubes Europeus. O chamado “Modelo Rúben Amorim”. Jogadores regulares, essencialmente “de equipa”, com personalidade e cujo acto de vestir a camisola do Benfica possa ser, desde logo, o concretizar de um sonho. Com Eduardo e Sílvio, talvez, como os melhores exemplos, num número de 8 a 9.

d) Dinamizar e apostar definitivamente nos jovens da formação de maior potencial e com melhores prestações na(s) primeira(s) época(s) de sénior. Jogadores que possuem um suplemento de amor ao clube, porque foram educados em conjunto num ambiente de cultura benfiquista. Com David Simão, Miguel Vítor e Miguel Rosa à cabeça, num número de 4 a 5.

Aplicando esta estratégia ao actual plantel do Benfica verificamos a existência de excesso de jogadores “segunda linha” do nosso campeonato e de promessas internacionais, em prejuízo da formação e dos jogadores “consagrados”.


Eixo 1

a) – Pablo Aimar e Javier Saviola (2) (-2)
b) – Roberto, Maxi Pereira, Luisão, David Luiz, Sidnei, Javi Garcia, Airton, Salvio, Gaitán, Menezes, Franco Jara, Alan Kardec (12) (+3)


Eixo 2 

c) – Júlio César, Moreira, Luís Filipe, F. Coentrão, César Peixoto, Fábio Faria, Rúben Amorim, Carlos Martins, Wéldon, Nuno Gomes, Mantorras (11) (+2)
d) – Roderick (1) (-4)

Efectivamente, o desvio em relação ao modelo não parece ser assim tão elevado mas aqui, tal como na teoria do caos, pequenos desvios em relação às condições iniciais podem trazer grandes consequências a nível desportivo e também… financeiro. Pode fazer toda a diferença.

Importa constatar que acredito ser perfeitamente possível, com um nível de investimento mediano para a Europa, atingir em permanência um nível desportivo elevado, quer dentro, quer fora de portas. E é aqui que, a meu ver, os jogadores nacionais tidos de segunda linha têm um papel fundamental. São os “Rúben Amorim” espalhados por esse campeonato fora que ao permanecerem normalmente mais tempo no clube, ao terem mais anos de casa, garantem o capital de mística e mentalidade vencedora que uma equipa que quer estar permanentemente no topo deve ter. São eles que mais percebem o adepto benfiquista, porque muitos deles também o são, garantindo assim o espírito vencedor necessário para ter “fome” de ganhar vários títulos seguidos, e não pensar que se atingiu o topo por ganhar apenas uma vez.

Tudo isto é apenas a perspectiva de um adepto e não é algo dogmático, pelo contrário. E é claro que tudo estaria dependente de uma escolha criteriosa e competente dos jogadores para as diversas “categorias”. O segredo está no recrutamento. O perfil, esse, estaria traçado e com a adopção de uma base de escolha deste tipo, gerida sem desvios e de forma competente, penso que estaríamos mais próximos de um modelo de sucesso. Todos sairíamos a ganhar. Principalmente, apetece-me dizer, o Benfica.