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sábado, 21 de setembro de 2013

V. Guimarães v Benfica: Hattrick de Eusébio no assalto ao «castelo»

O «caso» Simões e um golo sensacional de Eusébio. Não perca, este domingo a partir das 18 horas, o V. Guimarães v Benfica da 5ª jornada do Campeonato Nacional.

Jorge Jesus tem razão quando refere que as visitas do Benfica a Guimarães são tradicionalmente complicadas. Quando no início de 1968 o campeão se deslocou à cidade berço para mais uma jornada do campeonato português já as crónicas da altura - como as de hoje - apontavam o jogo com o Vitória minhoto «como um cutelo carregado de ameaças sobre as aspirações benfiquistas». Porque a boa equipa Vimaranense, que na época seguinte obteria a sua melhor classificação de sempre no campeonato nacional (3º lugar), para além de já ter vencido no seu reduto as boas equipas do FCPorto e da Académica, perdera na primeira volta na Luz por apenas um golo, criando grandes dificuldades a uma equipa do Benfica que no final do ano disputaria a sua quinta final da Taça dos Campeões Europeus. Somando a tudo isto a indisfarçável agitação no futebol encarnado provocada pelo «caso» Simões – já lá vamos -, estavam reunidos os ingredientes para que o Vitória de Guimarães v Benfica fosse o grande acontecimento daquele primeiro fim de semana de Fevereiro.

Tendo isto em conta, certamente ninguém esperaria uma goleada benfiquista mas esqueciam-se tais mentes pensantes que as circunstâncias eram favoráveis às pretensões encarnadas e, claro está, uma goleada foi precisamente aquilo que veio a suceder. À evidente categoria dos jogadores benfiquistas juntava-se a ausência de três figuras proeminentes na equipa minhota – o esteio da defesa Joaquim Jorge, o guardião Roldão e o avançado Mendes -, facto que significou um rude golpe nas suas pretensões. Sem mais suspense afirme-se desde já que a vitória benfiquista se alicerçou em quatro golos sem resposta, feito que só viria a ser igualado no virar do século e por duas vezes, repetindo-se em 2001 (João Tomás!) e 2013 a «chuva» de golos daquela fria tarde de Inverno.

No que se refere ao jogo, Eusébio foi «rei» no assalto ao «castelo» de Guimarães. Três golos marcou ele ao pobre Giesteira, guarda-redes que substituiu o absoluto Roldão. Apesar de tudo, a partida iniciou-se com o grupo minhoto ao ataque, retumbante e veloz, com José Henrique a brilhar logo nos primeiros cinco minutos respondendo a um remate de Augusto com uma defesa extraordinária. Estes cinco minutos, porém, foram todo o tempo que a entusiástica investida minhota durou. Na primeira vez que Torres e seus pares pisaram a área contrária, o Benfica fez um golo. Giesteira errou e Eusébio, «em doce liberdade» (grande drible à censura!), parou no peito e não perdoou. Apesar de não reflectir a produção das duas equipas até ali, a alegria do golo teve o condão de libertar a máquina benfiquista para uma partida que se revelou fácil e tranquila. Explorando a insegurança da defesa vimaranense, os jogadores encarnados solicitavam constantemente os seus dianteiros mais rápidos e Jaime Graça esteve muito perto de marcar, mas de ambas as vezes falhou isolado perante Giesteira. Entre estes dois lances, surgiu com naturalidade o segundo golo encarnado. Torres rematou sem preparação uma bola cabeceada por José Augusto e esta só parou no fundo das redes. Estava feito o segundo, mas o melhor estava ainda para vir. Dos pés de Eusébio, naturalmente. Partindo praticamente de meio-campo, o moçambicano arrancou no início da segunda parte para uma jogada sensacional, deixando vários adversários para trás e terminando com um fulminante disparo com o pé esquerdo. Três a zero para o Benfica num momento fantástico do «Rei». Daqui em diante, os encarnados soltaram em campo todo o seu talento e os lances iminentes de golo sucederam-se com impressionante frequência e facilidade. Eusébio completou o seu hattrick já no final da partida numa boa jogada colectiva em que a bola circulou de pé para pé desde o meio-campo até ao disparo final do pantera negra nas imediações da área. O Benfica mantinha assim os mesmos 23 pontos que o Sporting no topo do «Nacional» da 1ª Divisão (seria campeão) e Eusébio cimentava a sua liderança na lista dos melhores marcadores com 16 golos em 14 jogos, mais dois que Ernesto e mais três que Artur Jorge, ambos da Académica.

E o «caso» Simões? Ah sim, é verdade. A actualidade benfiquista de então era dominada pelo diferendo entre Simões e o Benfica, tendo este endereçado à direcção do clube um pedido de rescisão contratual por falta de pagamento de uma «prestação» prevista em contrato. Era assim: no contrato que ligava Simões ao Benfica, assinado a 2 de Agosto de 1965, estava previsto que as suas «luvas» anuais seriam de duzentos e cinquenta contos e seriam pagas em quatro prestações nos meses de Setembro, Dezembro, Março e Junho. Ora o Benfica não tinha pago os sessenta e dois mil e quinhentos escudos do mês de Dezembro (estávamos em Fevereiro) e Simões fez valer os seus direitos causando agitação no clube. O Benfica encarava o assunto «sem grandes apreensões» e entretanto tudo acabou por se resolver. Simões jogaria em Guimarães naquela agitada semana e jogaria muitas mais vezes pelo Benfica até 1975, ano em que terminaria catorze anos de ligação ao clube para se dedicar ao soccer nos States.

TEXTO BASEADO E ADAPTADO DA EDIÇÃO DO DIÁRIO DE LISBOA DO DIA 05/02/1968.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Benfica v Anderlecht: a estreia do treinador Toni nas provas da UEFA


Um famoso jantar em Bruxelas e a estreia europeia do treinador principal Toni. Não perca, esta terça-feira pelas 19:45, a partida entre o Benfica e o Anderlecht a contar para a fase de grupos da Liga dos Campeões.

A brisa soprava forte naquela gélida noite na capital belga. Era princípio de Fevereiro e junto à Grand Place um homem vestido com um sobretudo negro acenava a um táxi que passava. Entrou rapidamente protegendo-se da chuva que se abatia sem piedade sobre a calçada, deu o nome do restaurante ao taxista e dirigiu os seus pensamentos para aquilo a que dedicou toda a sua vida: o Sport Lisboa e Benfica. No restaurante, o seu interlocutor já o esperava para um «um jantar de bons amigos» em que o futebol seria o principal tema de conversa.

Quando Toni e Goethals apertaram a mão antes do início do primeiro embate entre Benfica e Anderlecht nos quartos-de-final da Taça dos Campeões Europeus sorriram ao recordar aquele jantar em Bruxelas. Na altura do encontro entre os dois, o ex-técnico do V. Guimarães e dos Diables Rouges estava longe de pensar que seria treinador do Anderlecht poucos dias depois, substituindo Georges Leekens no comando da histórica equipa belga: «Se Toni soubesse que eu viria a ser técnico do Anderlecht teria sem dúvida ficado calado ao jantar», disse um lacónico "Raymond-la-Science" na antevisão da partida. Teria Toni, sem querer, aberto demasiado o jogo?

Talvez; a verdade é que o início da partida no Estádio da Luz não deixou margem para quaisquer veleidades em relação à curiosidade que envolveu os dois treinadores antes do apito inicial. Em 30 minutos iniciais absolutamente fascinantes o Benfica sufocou e intimidou um cotado Anderlecht sob a batuta do brasileiro Elzo, permanentemente em acção no solicitar do «jogo de linha» dos serpenteantes Chiquinho e Pacheco. Com tal caudal ofensivo, o ceder da muralha belga seria apenas uma questão de tempo e assim aconteceu; primeiro foi Magnusson, vindo das alturas, a dizer «sim» a um cruzamento de Pacheco e, logo de seguida, em cópia quase perfeita mas do lado contrário, foi Chiquinho a responder de forma repentina a um centro de Rui Águas. Em três minutos o Benfica fazia dois golos e conquistava uma vantagem importante na estreia europeia do agora treinador principal Toni, uma vez que o resultado iria permanecer assim até ao final, graças a um impecável Silvino e não obstante os esforços do «tall guy» Magnusson e do comandante Diamantino.

No «parlamento do futebol», com dois golos de vantagem na bagagem, os Benfiquistas tiveram a confirmação de um Benfica para a Europa, slogan de campanha do Presidente João Santos. É certo que o Benfica sofreu durante todo o jogo. É certo que o Benfica perdeu mercê de um golo de Gudjohnsen na marcação de um livre directo que puniu uma intervenção de Silvino com as mãos já fora da grande área. É certo que naquela noite foi maior o empenho e a determinação do que o acerto a trocar a redondinha. É certo que a chapelada de Diamantino pouco antes do golo belga merecia melhor sorte. Mas também é certo que a derrota por um-zero teve o paladar de uma saborosa vitória. No final do jogo, dezenas de bandeiras encarnadas erguiam-se ao alto no bonito anfiteatro belga onde entre os trinta e oito mil espectadores, os benfiquistas faziam a festa ao som de Benfica! Benfica! Benfica! Estava vingada a final da Taça UEFA de 1983, mas este Benfica queria mais e só pararia na final de Estugarda onde apenas Van Breukelen travaria a coragem e o sonho do capitão Veloso.

TEXTO BASEADO E ADAPTADO DAS EDIÇÕES DO DIÁRIO DE LISBOA DOS DIAS 03/03/1988 e 17/03/1988.




domingo, 1 de setembro de 2013

Chama Gloriosa Chalkboard: Erros importantes no golo do Sporting mas nenhum de Luisão

FOTO: MAIS FUTEBOL

Como quase sempre, no futebol as aparências iludem mesmo. Ontem, após o golo de Montero, poucos foram os que não culparam imediatamente Luisão por não acompanhar o movimento do colombiano. Parece algo óbvio, é o jogador que está mais perto, mas o futebol é muito mais complexo e subtil do que parece.

Existem, na minha perspectiva, três erros importantes no lance mas nenhum de Luisão. A saber: primeiro,Enzo Pérez não ajusta a sua posição ocupando o espaço entre linhas e deixando a linha defensiva exposta a um eventual passe para essa zona (recupera a passo); depois Matic deixa de acompanhar o movimento de André Martins entre central e lateral quando se impunha que o fizesse até ao limite do fora de jogo; por fim, Maxi fica completamente fora da jogada ao antecipar um passe para Wilson Eduardo que não acontece (má leitura de jogo e excessiva referência individual + reacção a passo) e é para a sua zona que Montero se esgueira para fazer o golo.

Voltando a Luisão, não existe nenhum erro evidente na sua acção. Apesar de surpreendido pelo apoio frontal de Montero, o brasileiro vai respondendo sempre bem ajustando a sua posição de forma correcta. Recorde-se que a primeira prioridade numa situação defensiva é manter o contacto visual com a bola, seguida de respeitar o posicionamento do colega (no caso Garay) e só depois preocupar-se com o adversário; ainda para mais, nesta situação específica Montero ataca uma zona de finalização que deveria estar ocupada pelo lateral do lado oposto. Assim que a bola sai do pé de André Martins a única coisa que Luisão pode fazer é ter fé: em Artur ou numa má finalização do avançado do Sporting.

Note-se ainda que Maxi até estaria em boa posição para agir caso Montero tocasse em Wilson Eduardo ou, no seguimento, André Martins optasse pelo passe recuado, mas isso pouco interessa visto que proteger a baliza é muito mais relevante. Caso algum dos cenários apontados acontecesse mesmo, alguém teria tempo de sair à bola e se Wilson Eduardo fizesse golo daquela posição paciência. Ao contrário do que é habitual, sou da opinião que uma equipa pode fazer tudo bem e mesmo assim não impedir o adversário de marcar.

Confira o vídeo abaixo: