Popular Posts

domingo, 11 de julho de 2010

Um dia desastrado

O Benfica continuou a preparação da nova época com um embate amigável frente ao Sion, tendo perdido por 2-1. Foi um jogo com incidentes diversos, que de certa forma acabaram por desvirtuar em muito o real trabalho desenvolvido durante os noventa minutos pela equipa.

Jorge Jesus escalou para o jogo o seguinte onze: Roberto, Fábio Faria, David Luiz, Sidnei, Airton, Javi Garcia, Aimar, César Peixoto, Carlos Martins, Saviola e Kardec. Airton adaptado a lateral direito e Fábio Faria deslocado para o flanco esquerdo, com Peixoto a jogar no meio campo. De destacar a inclusão de elementos com muitos minutos nas pernas no jogo da véspera, casos de Sidnei, Peixoto e Faria.

Mal o jogo tinha começado e já Roberto se destacava. Numa saída totalmente despropositada (distracção? relaxamento? Não consegui ainda encontrar justificação), abriu a baliza para Mpenza facilmente concretizar e por o Sion em vantagem. Um péssimo arranque de jogo do guardião espanhol, e que contagiou a equipa.
O Benfica demorou depois a assentar o seu jogo, algo que só aconteceu à passagem do quarto de hora. Saviola e Kardec estiveram em maior destaque, com os movimentos de descida no terreno de Saviola a serem importantes para a equipa assumir a posse de bola em situação ofensiva, e com Kardec a ter excelentes pormenores frente aos defesas adversários, tendo até estado muito perto do golo por duas vezes. Defensivamente no entanto o Benfica não esteve tão bem, e Airton ressentiu-se de uma adaptação para a qual não me parece talhado. Na esquerda, outra adaptação que não me convence, a de Fábio Faria. Nos vários jogos que vi dele antes de chegar ao Benfica sempre fiquei com dúvidas da sua real valia, mas a lateral tenho poucas dúvidas... quase sempre mal posicionado, não foi um acaso que o jogo directo do Sion privilegiasse o flanco esquerdo do Benfica para atacar.

Martins, Javi e Peixoto fizeram um jogo bem razoável na primeira parte, sem grande fulgor ainda, mas com relativo acerto, enquanto que Aimar esteve muito activo mas pouco inspirado e algo complicativo.

Para a segunda parte Jesus fez algumas alterações, e fez entrar Jara para o lugar de Kardec, até aí dos melhores da equipa, e tirou Faria para colocar em campo Gaitan, baixando Peixoto para defesa esquerdo. A equipa melhorou, sobretudo porque Gaitan foi um verdadeiro quebra cabeças para os adversários. Muito difícil tirar-lhe a bola, e desenhou algumas boas jogadas partindo da esquerda para zonas mais interiores, como lhe é característico. Peixoto, apesar de muito desgastado fisicamente, também o ajudou algumas vezes nos desequilíbrios ofensivos.

Luís Filipe rendeu Airton e o Benfica por aí melhorou um pouco, mas a entrada de Menezes para o lugar de Martins retirou muito poder a meio campo ao Benfica. Já contra um adversário mais qualificado, o brasileiro praticamente nem se fez notar em campo, o que não estranha a quem o vê jogar sempre naquele ritmo tão lento e com tão pouca agressividade.

E acabou por ser Aimar, mesmo passando ao lado do jogo, a marcar o empate após um excelente lance construído a partir da esquerda. Saiu depois rendido por Weldon, que deu mais frescura e velocidade ao ataque benfiquista, até Saviola também sair para dar o seu lugar a Nuno Gomes, que quase não tocou na bola.

Sem grande história, o jogo acabaria por voltar a ficar marcado por novo erro colossal de Roberto, e esse sim que me preocupa. Voltou a hesitar na cobertura das costas da nossa defesa, e acabou por nem interceptar o lance, nem cobrir a baliza... um erro técnico claro na forma como atacou a bola, que permitiu uma finalização simples ao avançado adversário. Uma exibição que não é certamente o fim do mundo, mas que é preocupante, se somarmos aos golos (dos quais só mesmo o 2º me preocupa verdadeiramente) alguns outros lances mal resolvidos, nomeadamente em cruzamentos para a área. Francamente não esperava erros técnicos desta monta num guardião que é um dos mais caros de sempre da história do futebol mundial, mas mantenho a esperança de que seja um bom valor para as nossas redes.

Deu para ver pouco novamente, o cansaço do trabalho físico tem-se sobreposto claramente a qualquer tipo de trabalho táctico e técnico que venha sendo levado a cabo nesta pré-época, o que é ainda perfeitamente normal. Para mim, a verdadeira análise às capacidades da equipa só começará no torneio de Guimarães.

2 comentários:

Caros camaradas benfiquista, em especial o autor do texto, por favor não queimem ja os novos jogadores! Eu entendo que seja a ansiedade duma nova epoca, ainda para mais com as quinas estampadas na manga! Mas é preciso ter calma e prudência, nem endeusar Jara e Gaitan, nem massacrar Faria e Roberto, estes jogos são treinos e não passam disso mesmo, só daqui a duas semanas é que se conseguirá ter uma noção muito superficial da equipa e dos reforços em questão.

Sei que não é por mal, mas por favor não queimem os novos rapazes!

Viva o benfica, VIVA!

Boas!

Agradeço o comentário.
Devo apenas referir que o objectivo não era crucificar o Roberto, pois tenho ainda muita esperança nele. No entanto, factualmente, foi uma tarde muito má e que me deixou preocupado, confesso.

Quanto aos outros, são apreciações também influenciadas pelo que conheço deles antes de chegarem ao Benfica :-)

Cumprimentos

Enviar um comentário