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sexta-feira, 2 de julho de 2010

Sebastianismos

Antes de começar a minha primeira crónica neste espaço de benfiquismo, queria agradecer o convite que o trainmaniac me fez para escrever neste blog, dizendo também que é uma honra para mim pertencer a esta gloriosa equipa.
Começo por falar sobre uma possibilidade que tem sido mais ou menos falada nos bastidores, que é o regresso de Simão ao Benfica, onde foi, na minha óptica, o melhor jogador da década que está a terminar, marcando golos atrás de golos e espalhando magia pelos relvados deste país. Só por isso, merece a minha admiração e respeito.

Porém, nunca fui pessoalmente grande adepto de uma tendência que se verifica muito nos adeptos do Benfica, que é o de querer que alguém que se notabilize no clube, regresse necessariamente após a sua saída do clube. E digamos que os últimos regressos não correram lá muito bem: passei metade dos anos 90 a ouvir os adeptos do Benfica a quererem Toni como treinador, ele fez-lhes a vontade, com os resultados que infelizmente se viram, e que até por tudo o que Toni deu ao Benfica, não merecia nada disso. O próprio Rui Costa, também não foi muito feliz, esteve no seu primeiro ano quase 5 meses de fora dos relvados lesionado, e no seu segundo ano terminou a época como jogador/director desportivo e um triste 4º lugar. No fundo, ficaram com a sua imagem algo chamuscada com estes insucessos. Não quero que isso se suceda no Simão.

Simão vem de uma época irregular no Atlético de Madrid, mesmo com a desculpa dos inúmeros jogos que realizou - cerca de 70, contabilizando Selecções Nacionais, Liga Europa, Taça do Rei, Campeonato Espanhol - penso que Simão começa a entrar no ocaso da sua carreira, pois com os seus 31 anos, a velocidade que transmite ao jogo - uma das suas principais armas - começa a perder-se. Portanto, nunca o Simão seria o substituto do Di Maria, um dos principais argumentos dados pelos partidários deste regresso, até porque o argentino ainda está numa fase inicial da sua carreira, no máximo das suas capacidades físicas. Isto é, se Simão regressar, teríamos certamente um jogador mais a jogar pelo centro do terreno, um pouco como a sua época de 2006/07, com Fernando Santos a utiliza-lo a número 10, e a diferença de ser 4 anos mais novo. E para esse lugar, teremos Aimar, Carlos Martins e até Gáitan poderá fazer essa posição, ou seja, necessitamos de um extremo esquerdo puro.

Depois, a juntar a isto, teríamos certamente um elevado salário a pagar, e ainda, o valor da transferência a pagar ao Atlético de Madrid. Num jogador que se perspectiva terminar a carreira no Sport Lisboa e Benfica, 7 milhões de euros é manifestamente exagerado. Relembro que Rui Costa veio a custo zero, e deu carta branca ao Benfica para lhe definir qual o salário a pagar, e duvido que o Simão fizesse o mesmo. Ou seja, não vai ser rentável a nível financeiro. E observando a politica de reforços nos últimos anos, em que as maiores verbas gastas foram para jovens jogadores, com margem de progressão, não me parece muito crível que Simão regresse.

Por fim, os equilíbrios no balneário. Relembro que em 2003, Simão contestou uma decisão democrática de todos os jogadores do plantel, que elegeram Hélder como capitão de equipa. É certo que se passaram vários anos sobre esse facto, Simão estará mais maduro, mas ainda recentemente houve mais uma polémica - relativamente abafada pela Comunicação Social - entre Ronaldo e Simão sobre esse assunto, mas na Selecção Nacional. Será que Simão faria o mesmo no Benfica? Não posso dizer, mas o seu passado não me trás muita confiança.

Posto isto, é fácil depreender a minha opinião: não sou favorável ao regresso de Simão Sabrosa ao nosso clube, pelas razões que acima apontei. Mas se Simão for contratado, será um dos 25 dos plantel que respeitarei e apoiarei, pois para mim, nada está acima do Benfica!

4 comentários:

O regresso do Rui Costa foi positivo.

Não quer dizer que o do Simão seja, mas o Rui apesar de na 1ª época não ter sido muito feliz, na 2ª foi de longe o melhor jogador.

Pena o resto da equipa não ter estado ao iseu nível, mas o rendimento dele foi positivo.

O Toni foi o típico caso de um erro que foi compensado... por um erro ainda maior.

O TOni nunca devia ter saído quando saiu, mas muito menos devia ter entrado quando entrou!

Penso que o caso de Simão é muito diferente do de Rui Costa. O Rui Costa regressou muito bem, mas teve sempre um embalo competitivo muito regular em todos os anos da sua carreira.
O Simão tem aparecido sem alma, sem chama... sem ambição. E para o lugar de alguém ultra ambicioso e enérgico como o Di Maria, queria alguém do mesmo género... com sede de ganhar, de triunfar, de se notabilizar. Simão não me parece estar nesta onda..

o problema é se não o queremos e aparece o síndrome porto/sporting....
ficamos deprimidos.

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