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domingo, 25 de julho de 2010

Benfica - Mónaco: a apresentação

O Benfica apresentou-se diante dos seus adeptos com uma recepção ao AS Mónaco, naquele que foi o primeiro jogo do Benfica 2010/11 em sua casa. A apresentação não trouxe novidades... Balboa confirmado como dispensa ao não ser apresentado, e Mantorras continua a prender a mítica nº 9. Incrível como a direcção não resolve algo que Jesus já resolveu há muito... não conta com ele! E "interessante" ver o público da Luz a aplaudir Mantorras mesmo depois de tudo o que o angolano tem dito... a memória é mesmo muito curta.

Para o jogo, Jesus escalou o seguinte onze: Roberto, Peixoto, Sidnei, David Luiz, Ruben Amorim, Airton, Gaitan, Aimar, Martins, Saviola e Kardec. O Benfica não entrou bem no jogo, e a pressão alta do Mónaco não estava a ser bem enfrentada. Muitas vezes estavam dois jogadores sobre Sidnei e David Luiz quando Roberto tinha de repor a bola em jogo, perdendo por isso o jogo encarnado a fluidez desejável com uma construção a partir dos centrais. Um grande problema que desde cedo se percebeu na equipa, teve que ver com o posicionamento dos jogadores. Que me perdoe o Jesus, mas eu nunca vi uma equipa dele tão desorganizada como ontem. Se a atacar isso não é grande problema, a defender notou-se que os jogadores andavam perdidos a tentarem perceber onde deveriam estar naquele momento. Confesso que me fez confusão visto que a base da equipa mantém-se, o sistema táctico também... e acabei por perceber que o problema defensivo não é um exclusivo dos jogadores desse sector.

Ao ver o meu primeiro jogo ao vivo, e a partir do 3º anel, pude aperceber-me bem do que faz esta equipa sem bola. A transição defensiva está muito mais débil do que no ano passado. Gaitan não fecha o flanco esquerdo, Peixoto deu sempre as costas ao adversário, e Airton não conseguiu um bom compromisso entre pressionar mais alto ou resguardar os centrais. Um outro problema mesmo no momento ofensivo tem que ver com o afunilamento do jogo. Martins, Gaitan e Aimar chegaram a partilhar os mesmos 20 metros de largura do campo, a ponto de raramente surgir uma linha de passe nas alas. A necessidade de ter um extremo em campo é de facto evidente, até porque como se viu ontem contra uma equipa mais organizada defensivamente, desta forma é muito mais complicado derrotar equipas bem posicionadas no terreno. Mesmo com a vinda de laterais mais ofensivos como Coentrão e Maxi, a necessidade mantém-se.

De qualquer forma, e apesar da fraquíssima fluídez do jogo ofensivo, o Benfica conseguiu inaugurar o marcador por Airton na sequência de um canto, e teve depois mais algumas oportunidades para ampliar o activo, sobretudo por Martins e Saviola, dos melhores na primeira parte.

A terminar a primeira parte, os dois golos do Mónaco. A defesa completamente batida por mais uma bola colocada nas suas costas, e Roberto hesitante nem sequer tentou fechar o ângulo para uma finalização fácil do avançado monegasco. A finalizar o primeiro tempo, Peixoto comete penalty e o Mónaco adianta-se no marcador.

De destacar que o público da Luz se manifestou após o primeiro golo contra Roberto, não por ter sofrido um golo num lance em que o avançado surgiu sozinho à sua frente, mas porque não teve qualquer capacidade de reagir. Não tentou interceptar o lance, não tentou fazer a mancha... ficou estático, de pé, sem poder reagir até a um remate frouxo como acabou por suceder. De destacar que por mais de uma vez Roberto não conseguiu cobrir convenientemente as costas da defesa, e que nas bolas paradas mostrou imenso nervosismo a tentar posicionar-se entre os postes.

Na segunda parte tudo mudou. Coentrão entrou para o lugar de Peixoto, Javi Garcia para o lugar de Airton e Julio Cesar para o lugar de Roberto. Na baliza, e apesar de eu não ser fã do brasileiro, a diferença foi enorme. Em três lances consecutivos Julio Cesar não teve problemas em sair da área para cortar lances de ataque do adversário de forma sempre eficiente. Na esquerda, Coentrão assegurou finalmente alguma profundidade que faltava à equipa, e assinou uma exibição de luxo no seu regresso, sempre em altíssima rotação tanto a atacar como a defender. Palavras para quê... hoje por hoje, o mais imprescindível dos jogadores do nosso plantel.

Javi Garcia apesar de continuar a evidenciar a sua péssima forma física quando está na posse da bola, entrou bem no jogo tacticamente, posicionando-se quase sempre bem e abrindo caminho à pressão alta que o Benfica realizou nos primeiros 20/25 minutos do segundo tempo. E Aimar soltou-se, encontrou o seu espaço na equipa, e distribuiu a preceito o jogo ofensivo da equipa, marcando até um golo fantástico para empatar a partida.

Amorim entretanto subiu para o meio campo, depois de entrar Luís Filipe para a direita, e aí ganhou uma nova alma. Apesar de ser um bom lateral direito, é no meio campo que faz a diferença... e estando em baixo de forma como é o caso, essa diferença de valor entre as duas posições ainda se nota mais. Se Luís Filipe não puder ser a alternativa a Maxi Pereira, então urge contratar um outro lateral direito para fazer migrar Ruben Amorim em definitivo para o meio campo.

Cardozo entrou para o lugar de Saviola e 30 segundos depois estabeleceu o resultado final, numa jogada brilhante de Coentrão pela esquerda. E começaram então as substituições para fazer jogar todos os jogadores (menos Jara, doente, e Oblak... para não falar de Mantorras, óbvio), o ritmo baixou imenso e entrou-se numa fase difícil de definir, sem nenhuma real tendência a favor de uma ou de outra equipa. Voltámos a poder ver Menezes a entrar e a não fazer rigorosamente nada... com a agravante de as suas tentativas serem sempre feitas a uma velocidade baixíssima. Se o Caixa Futebol Campus não consegue produzir centrocampistas muito melhores que Menezes, mais vale fechar, claramente.

Sidnei e David Luiz estiveram melhores do que tem sido hábito, mostrando alguma evolução na forma individual, embora David Luiz tenha falhado imenso com a bola nos pés, sobretudo devido a excessos de confiança, pareceu-me. Mas defensivamente, tal como Sidnei, esteve quase sempre bem... e ganharam os dois muito com a saída de Roberto, por muito que me custe dizer. Estiveram mais à vontade para resolver situações de modo mais simples atrasando para o guarda-redes, por exemplo.

Tirando o gravíssimo problema da baliza, que me está a impedir de saborear devidamente esta boa pré-época, Jesus tem ainda para resolver a falta de profundidade nos flancos que a equipa tem, claramente a exigir jogadores com outras características. A forma física de alguns jogadores continua bastante aquém do esperado (até porque já vamos com três semanas de trabalho), e certamente que Jesus tem nesta fase desta época mais pontas soltas para resolver do que tinha no ano transacto pela mesma altura.

Falta muito trabalho a esta equipa, faltam ainda alguns jogadores (quer Mundialistas, quer contratações, parece-me), falta ainda muito ritmo a jogadores fundamentais (David Luiz, Javi Garcia, Amorim) e tacticamente a equipa está longe de ser o bloco coeso que começou a ser cedo na pré-época do ano passado. Não estou ainda preocupado, e provavelmente a questão do guarda-redes influencia por exemplo a coesão táctica da equipa. A 2ª parte do Benfica no dia de ontem parece querer provar este meu raciocínio.

1 comentários:

Só fiquei triste por não estar o Luisão/Ramires...Tinha/am condicoes para se apresentar com o resto da equipa!

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