Popular Posts

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Soluções para o impasse

A meu ver o Benfica, enquanto equipa de futebol, está num impasse. Perdeu dois jogadores fundamentais, com repercussões que vão para lá da sua objectiva importância na gloriosa campanha do ano passado. A somar a isso, o Benfica fez apostas muito arriscadas nas contratações que fez, algumas mesmo claramente destinadas não a render no imediato, mas sim no futuro.


Os equívocos tácticos de Jesus na Supertaça não são da sua total responsabilidade, pois as inconsistências do plantel deste ano dificultam, e muito, a tarefa do treinador. A escassez de recursos em alguns postos estão a obrigar a tentativas mais ou menos desesperadas de "martelar" um onze que seja capaz de seguir os passos da equipa do ano passado. Infelizmente, não estão a resultar.


Com Ramires preso até final desta semana à espera da licença de trabalho, o Benfica não poderá atirar-se ao mercado para garantir antes da próxima 6ª feira o reforço para o seu lugar. É mais uma grande contrariedade na preparação desta época.


Mas como com este post não pretendo realizar mais um diagnóstico do que temos e do que nos falta, oriento-me desde já para as soluções. Se o plantel ficasse fechado hoje, com os jogadores que temos hoje, o que se poderia fazer para tornar este Benfica numa equipa competitiva? Primeira premissa, acho impossível com o actual plantel chegar ao nível de competitividade do ano passado... para isso faltam claramente reforços. Mas é possível ainda assim atingir um nível alto.


Há duas formas a meu ver de tornar esta equipa mais competitiva e de minorar as enormes lacunas que tem. Uma delas é dificilmente exequível, já que se trataria de redefinir totalmente o desenho táctico da equipa, a outra é aproveitando o 4-3-3 que Jesus testou intensivamente na pré-época, com os jogadores certos na equipa.


O 3-5-2 seria a táctica de eleição para este plantel, olhando para os jogadores que tem. Mas no 4-3-3, com as devidas afinações, o Benfica pode chegar a um patamar exibicional elevado. Com Maxi de regresso à ala direita, Amorim pode finalmente regressar ao meio campo, onde pode ser um jogador fundamental, ainda mais do que em anos anteriores. O que tem faltado ao Benfica este ano é o equilíbrio no meio campo... um balanço entre exuberância ofensiva e acerto posicional a defender, sendo que Carlos Martins não pode, de forma nenhuma, ser o jogador escalonado para essa missão. Amorim, sem ter a intensidade sobrenatural de Ramires, é um jogador inteligente, com capacidade para fazer as essenciais coberturas defensivas que o nosso meio campo tem de fazer. E depois, pode não ser um jogador muito dado a grandes insistências ofensivas, mas se forem ver o filme da época passada, reparam que quando o tentou, fê-lo normalmente com grande acerto, usufruindo da sua óptima leitura de jogo.


Arrisco-me a dizer que Amorim é, neste momento, a chave do Benfica. A jogar no meio campo, pode catapultar-nos desde logo para um patamar exibicional de maior normalidade. Ainda no meio campo, apostaria em Martins a nº 10, pois nessa condição exibiu-se melhor que Aimar na pré-época (e o jogo da Supertaça não serve de exemplo para nenhum dos dois jogadores)... com Aimar a ir entrando aos poucos para atingir a sua melhor forma. Mas parece-me mesmo importante é aproveitar o embalo anímico de Martins neste arranque de época, quanto a mim não posto em causa pelo anómalo jogo da Supertaça que arrasou com toda a equipa.


Na linha da frente ainda assim existe um problema, e é por isso que mesmo em 4-3-3, com os actuais jogadores, dificilmente chegaremos ao patamar competitivo da época passada. Não temos jogadores para permitirem uma largura de jogo comparável ao que tivemos no ano passado em 4-1-3-2. Exceptuando Weldon, que é evidentemente uma solução de segunda linha, todos os nossos avançados são jogadores de movimentos interiores. Saviola e Jara por exemplo, são excelentes avançados e por isso juntamente com Cardozo devem formar o tridente ofensivo, mas não esticam o jogo ao ponto a que Di Maria por exemplo esticava no ano passado. Caem nos flancos, mas de forma pontual apenas, quando o que o Benfica precisaria para atingir o nível do ano passado era uma solução permanente de ter largura no seu jogo.


Veremos que equipa Jesus monta para o início do campeonato, mas o que me parece mesmo um erro é insistir no 4-1-3-2 sem virem reforços. Mesmo com Amorim passado para o meio campo, existirá um lugar em claro défice no 4-1-3-2... a esquerda do meio campo. Mais a mais porque Gaitan está lesionado, e Peixoto (aliás como Gaitan) não garante a profundidade de que precisamos. E quem acha que os laterais chegam para essa missão, está redondamente enganado. A prova é que o ano passado com Coentrão e Maxi nas laterais, não dispensámos nunca o jogo de Di Maria ou de Ramires. Bastaria que uma equipa adversária pusesse um jogador atacante a bloquear especificamente os nossos laterais, e lá se ia todo o nosso jogo ofensivo...


E não, não me esqueço da baliza. Para já, o lugar seria de Julio Cesar (para não falar no Oblak, que ainda há-de merecer uma crónica brevemente) ...


PS: Quero aqui parabenizar o David Luiz pela sua primeira internacionalização, que cumpriu com grande brilho na renovada e dinâmica selecção comandada agora por Mano Menezes. O Brasil tem central para 10 anos... eu por cá gostaria que ele cá continuasse, mas o que me vai chegando aos ouvidos não é propriamente optimista...

1 comentários:

O David que saia, depois chorem que só somos campeoões de 5 em 5 anos.

Enviar um comentário