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terça-feira, 24 de agosto de 2010

“Galileu Galilei, em comunicado à Agência Lusa, revela que teme pela gravidade sob a Catedral.”



Teme o Galileu e temo eu.

(Este Galileu, foi aquele tipo que andou a brincar com a gravidade da Torre de Pisa.)

Como vocês sabem, a Torre de Pisa está um bocado vergada e, normalmente, eu teria tendência para achar que a Catedral também teria tendência a vergar, pelo percurso natural das coisas, em direcção a Norte. Infelizmente, a gravidade sob a Catedral está a afundá-la, o que torna o caso muito mais sério do que a partida se poderia imaginar.






“Muito se engana aquele, que projecta sem querer cimentar!” (Fui eu que inventei, mas não há problema)


Espanta-me, que o (suposto) “arquitecto” deste projecto seja tão criticado pelos obreiros, quando sabemos que foram esses mesmos obreiros a escolhe-lo para o liderar!


Os erros no planeamento da “obra” foram-se repetindo (involuntariamente, claro), mas o arquitecto voltou a ser escolhido, com direito a aplausos e palmadinhas nas costas! (Quando há confiança nas capacidades de alguém...tudo se torna mais fácil.)

Quando todos pareciam “felizes” com o trabalho final, o edifício começou a desmoronar surpreendendo tudo e todos!

E agora? De quem é a culpa? Em tempo de relativa estabilidade, a estrutura não foi cimentada e agora, qualquer rabanada de vento e nem os ninhos das aves de rapina se aguentam….

Enquanto tudo corria bem, o feito era do arquitecto (tudo bem, é legítimo)…. mas quando as coisas começaram a correr mal, a culpa já passou a ser do fornecedor da areia, do “do cimento” ou do “dos tijolos”.

É pena, porque para mim o arquitecto deveria ser o líder do projecto nos bons e nos maus momento, o que não me parece que tenha acontecido neste caso concreto…


(Eu digo “para mim”, porque quando eu tinha 10 anos, quis realizar um sonho de criança (aos 10 anos já era super adulto) e então decidi construir uma cabana em cima de uma árvore…O resultado foi muito bonito, porque eu olhava para aquela (verdadeira) “obra-prima” e gostava do que via…o pior, foi quando subi lá para cima e as tábuas se despregaram. Foi nessa altura, que mergulhei para abraçar os calhaus, e diga-se de passagem que fiquei muito bem tratado…

A minha mãe, ao presenciar aquela situação, veio toda contente à minha beira e perguntou-me…:” Eu não te avisei?”, e nessa altura eu podia muito bem ter dito que a culpa tinha sido da tábua, dos pregos ou da árvore que tinha sido mazinha, mas a minha missão era séria e foi por essa razão que assumi as minhas culpas (fui um homem, eu sei).)


A minha conclusão em relação à Catedral é a seguinte: Seriedade precisa-se!
Acho que seria positiva a chegada de um arquitecto, que fizesse dela a sua missão e que desse a cara pela mesma, levantando-se para a fortalecer…sempre que ela abanasse! Se assim fosse, eu e as aves de rapina ficariamos eternamente agradecidos!


Se calhar, também fazia falta alguém assim na Torre de Pisa.

3 comentários:

pensei que se referia tb ao poema do Gedeao, deveras simbolico na situaçao actual do SLB.


Ela

Só falta o fato preto e uns óculos à lá Corbusier.

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