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terça-feira, 11 de maio de 2010

A vitória final

O Benfica garantiu a conquista do campeonato nacional ao bater em casa o Rio Ave por 2-1. Novamente lotação esgotada na Luz para o derradeiro jogo da época, o jogo destinado a consagrar os campeões e a bordar no manto sagrado o tão almejado escudo de campeão.


Jesus, privado de Di Maria, Coentrão e Javi Garcia, fez várias alterações no onze. Peixoto apareceu na lateral esquerda, Airton no lugar de Javi e Carlos Martins a completar o meio campo com Aimar e Ramires. Chamou à titularidade Ruben Amorim para a direita da defesa, e nas restantes posições manteve os habituais titulares.


A um estádio super barulhento e a fazer lembrar velhos tempos (incrível a quantidade de bandeiras no 3º anel... por momentos, dei por mim na velha Catedral), a equipa respondeu com uma entrada a matar, encostando às cordas o adversário desde o apito inicial de Jorge Sousa. E foi sem surpresa que logo aos três minutos o Benfica se adiantou no marcador, com Cardozo a tirar dividendos de uma falha defensiva do Rio Ave.



A Luz transbordou de alegria, e empolgou-se ainda mais. O campeonato estava praticamente selado, era uma questão do tempo passar e, se possível, fazer chegar Cardozo à bola de prata. Sem forçar o ritmo, o Benfica foi desperdiçando oportunidades umas atrás das outras. Pelo meio, Wires foi expulso com vermelho directo após uma entrada bárbara sobre Ramires, que incrivelmente conseguiu continuar em campo. Saviola sobretudo esteve pouco efectivo na hora de atirar à baliza, tendo até falhado um golo cantado, quando correu metade do campo isolado para finalizar com um remate ao lado.


O intervalo chegou em boa altura, porque a equipa estava a adormecer demasiado. O público queria ver mais, já que estava a presenciar pela última vez num par de meses um jogo do seu grande Benfica. No regresso dos balneários, Jesus colocou Éder Luís em campo para tirar Ramires, talvez debilitado pela entrada de que foi vítima na 1ª parte. E com campeonato do mundo à vista, com os objectivos da equipa assegurados, pedia-se cautela.


Certo é que a equipa acusou a falta do nº 8 e a presença do nº 32, e pareceu então sim obcecada por dar golos a marcar a Cardozo. O jogo ficou algo atabalhoado, e só Carlos Martins foi colocando alguma ordem no jogo atacante do Benfica, claramente órfão sobretudo de Di Maria. Aimar aos poucos foi desaparecendo, depois de uma 1ª parte até em bom nível.


Com o Braga empatado na Madeira, o Rio Ave conseguiu o empate com um golo caído do céu. Um livre bem marcado, com Quim a oferecer aos sócios mais uma péssima saída. Certamente, uma espécie de presente de despedida, espero eu. Mas o Benfica não se foi abaixo, e a partir daí sim começou a carregar novamente no acelerador. Ruben Amorim entretanto basculou para o meio campo, com a saída de Martins e a entrada de Maxi Pereira. Na sequência de um canto, Cardozo bisou na partida, alcançou a bola de prata e confirmou o 32º campeonato para o Benfica. Até ao fim foi apenas ver o tempo passar, em contagem decrescente para a grande festa.


Destaco poucos jogadores neste jogo, pois foi um jogo demasiado morno para grandes conclusões. Claramente um jogo de fim de época, com uma equipa sobretudo preocupada em fazer passar o tempo para celebrar a grande conquista deste ano. Por isso, penso que apenas Martins, Airton e Cardozo se destacaram dos restantes colegas, todos eles bastante regulares mas longe de realizarem exibições de encher o olho. Martins foi provavelmente o melhor em campo, enchendo o campo e variando muitas vezes de flanco. Com os colegas a pensarem na festa, ele continuava obcecado por imprimir um ritmo alto à partida. Electrizante.


Airton esteve fantástico. Com mais bola no pé que em encontros anteriores em que participou, soube distribuir a bola rapidamente e com critério, e ainda teve tempo para tentar alguns remates. Um dos quais, verdadeiramente primoroso, acabou por ser rechaçado pela trave da baliza do Rio Ave... teria sido um golo de levantar o estádio! Foi dele a magnífica cabeçada na sequência da qual Cardozo fez o 2-1 final. Quanto a Cardozo, o destaque é merecido pois afinal de contas atingiu a bola de prata que premeia o melhor marcador do campeonato, e fez os dois golos do triunfo que carimbou o título nacional.


Gostava já agora de transmitir a minha admiração pela arbitragem de Jorge Sousa. Tantas vezes selvaticamente parcial, e a meu ver a par de Pedro Proença o árbitro mais tendencioso anti-Benfica, ontem assinou uma exibição irreconhecível, e digna de registo. Apitou muito poucas faltas, deixou o jogo rolar, e não teve qualquer hesitação em expulsar ainda cedo o jogador Wires do Rio Ave, numa entrada indesculpável do jogador vila-condense. Se fosse sempre assim, seria de longe o melhor árbitro português, e talvez o único de grande nível.


Agora temos tempo para festejar, e para começar de imediato a pensar na próxima época. A consolidação de uma hegemonia nacional parece-me ser, bem de longe, a grande prioridade para o Benfica.


Parabéns, campeões!

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