Serve o presente artigo como compilação de todo o lixo existente sobre apito dourado, corrupção e demais situações pouco claras daqueles que se assumem como vencedores desde 1893.
Grande partes dos artigos presentes são publicações de jornais, sobre factos ocorridos.
Os artigos de opinião devem ser encarados como isso mesmo, apesar de alguns também serem escritos em jornais e apresentarem dados concretos.
É também efectuado destaque a alguns artigos de blogs e páginas de movimentos presentes no facebook.
Dos movimentos presentes, os quais merecem da nossa parte toda a consideração, destacamos três, que por todos os motivos e mais alguns, devem ser visitados!
Campanha da verdade
Porto, a mentira desportiva
Movimento vamos impuganar os campeonatos corrompidos
Como há material que é de difícil acesso, entendemos também partilha-lo, disponibilizando links para 4 downloads que são de leitura e visualização obrigatória.
Downloads
Filme corrupção
http://www.megaupload.com/?d=7WZAEEPZ
download livro Eu, Carolina -
http://rs217tl3.rapidshare.com/#!download|217|52082029|Eu_Carolina.zip|7922
o Golpe de Estádio
http://www.megaupload.com/?d=I0TBVBX6
Programa Em Defesa do Benfica onde esclarece a falcatrua que é a actual data de fundação do Porto
http://www.megaupload.com/?d=TVV2E57W
No próximo espaço, fica aquele que é actualmente o maior calcanhar de Aquiles dos responsáveis por este sistema desportivo corrupto que vive em Portugal.
Escutas Apito Dourado
BOAVISTA X PORTO - Escutas Pinto da Costa
BOAVISTA X ESTRELA 1 - Escutas Pinto da Costa
ESTRELA X PORTO 12 - 2 - Escutas Pinto da Costa
ESTRELA X PORTO 12 - 1 - Escutas Pinto da Costa
SPORTING X PORTO - Escutas Pinto da Costa
BEIRAMAR X PORTO 1 - Escutas Pinto da Costa
VITOR PEREIRA - Escutas Pinto da Costa
BEIRAMAR X PORTO 2 - Escutas Pinto da Costa
Espaço para links de notícias interessantes
Pinto da Costa paga a Ana Salgado para mentir
Detido líder dos Super Dragões |
http://quiosque.aeiou.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=ae.stories/6949
Platini discorda da inclusão do FC Porto na 'Champions'
http://aeiou.expresso.pt/platini-discorda-da-inclusao-do-fc-porto-na-champions=f353540
Cardoso e vices do F.C. Porto acusados de lesar a Câmara
Artigo sobre as ajudas e esquemas da CMP na construção do Estádio do Dragão
Outros vídeos
Dos seguintes vídeos, o primeiro é aquele que consideramos mais importante, no sentido que revela bem o estado de podridão em que o Futebol Português esteve e está envolvido há cerca de 25 anos.
"O Bom, o Mau e o Vilão!"
Vereador de Gondomar agredido a mando de Pinto da Costa
Série de agressões de Bruno Alves - 0 vermelhos
Octávio e a corrupção do FC Porto e Pinto da Costa!
Carolina fala dos pedidos para agredir o vereador de Gondomar
Caricatura a Pinto da Costa por Gato Fedorento
Carolina revela segredos sobre Apito Dourado e Pinto da Costa
O famoso Guarda Abel
Quem é o Guarda Abel?
Segundo informação prestada ao CM pela Direcção Nacional da Polícia de Segurança Pública, Abel Gomes já não pertence ao quadro activo da Polícia. Entrou há 26 anos para aquela força de ordem pública e desde sempre se evidenciou pela forma fervorosa como apoiava o FC Porto.
Certo dia, numa deslocação ao Restelo, um grupo de elementos fez-se notar, por gestos e atitudes pouco comuns a acompanhantes de uma equipa de futebol. Possuíam cartões de livre trânsito emitidos pela FPF, que lhes franqueavam o acesso a zonas restritas dos estádios. Há quem garanta ter visto armas. Há até quem jure que eles próprios faziam questão de as exibir.
O guarda Abel era uma desses elementos, o que obrigou a PSP agir disciplinarmente. Abel Gomes acabaria por ser mais tarde colocado na Divisão de Trânsito, em funções de secretaria. Até entrar de baixa prolongada manteve essas funções. Há cerca de um mês passou à situação de pré-aposentação, ainda de acordo com informação prestada por fonte da Direcção Nacional da PSP.
AMEAÇAS DE MORTE
O mais célebre episódio com o guarda Abel por protagonista aconteceu em vésperas de uma célebre deslocação do Benfica às Antas, num jogo que decidia o campeonato. João Santos era presidente das ‘águias’ e recebeu publicamente ameaças de morte, quando se encontrava na sede do Salgueiros, no Porto, na cerimónia de tomada de posse dos órgãos sociais.
O Benfica ganhou o jogo (e o campeonato) com dois golos de César Brito, e no final do encontro os dirigentes encarnados denunciaram o clima de terror imposto, culminado com insultos e agressões. João Santos não esteve presente e o então ‘vice’ Jorge de Brito abandou as Antas escondido numa carrinha Ford Transit. Foi o auge da ‘intervenção pública’ do guarda Abel. Aos poucos as sua presença foi sendo cada vez mais discreta. Actualmente, segundo o CM apurou, Abel Gomes é treinador e dirigente dos ‘Passarinhos da Ribeira’, popular clube da cidade do Porto.
TESTEMUNHOS
JOÃO SANTOS: MOSTRAVAM METRALHADORAS...
João Santos, antigo presidente do Benfica, relembra o episódio das ameaças de morte perpetradas pelo guarda Abel. “Estava em representação do clube na cerimónia de tomada de posse dos órgãos sociais do Salgueiros. Logo no início do acto, entra na sala um indivídio, o guarda Abel, que começa a injuriar-me. ameaçando-me de morte.
Acho que o fez porque nós denunciávamos frequentemente algumas práticas menos claras que ele e o seu grupo cometiam. Ele estava nitidamente embriagado, ou pelo menos actuava como tal. Lá o convenceram a sair da sala, mas fê-lo a custo e sempre a ameaçar-me de morte”.
João Santos garante ainda que nas deslocações a Lisboa, o grupo do guarda Abel “mostrava as metralhadoras que escondia debaixo das gabardinas, para intimidar. Segundo sei, eram armas da polícia, requisitadas à sexta-feira, antes dos jogos, e devolvidas na segunda-feira. Infelizmente, o processo sobre este caso não teve seguimento, pois o ministro da tutela de então parece que o guardou na gaveta. Razões políticas...”
GASPAR RAMOS: FOTÓGRAFO SEM MÁQUINA
O antigo chefe do futebol evoca o célebre FC Porto--Benfica de 91. “Houve um repórter fotográfico que fotografou a nossa equipa a vestir-se num corredor, porque puseram um produto tóxico no balneário. Quando de lá saiu, foi agredido e roubaram-lhe a máquina. Mas nós tinhamos-lhe pedido o rolo e por isso houve fotos do sucedido no dia seguinte”.
HERNÂNI GONÇALVES: O BALNEÁRIO É UM SANTUÁRIO
“O guarda Abel é um polícia muito competente e um portista ferrenho, do qual tenho o prazer de ser amigo. Há uns anos, em Alvalade, houve um diferendo entre o Branco e um jogador do Sporting. A polícia quis entrar no balneário e ele disse-lhes: “Alto que aqui ninguém entra. Isto é um santuário fora da autoridade policial”. E eles não entraram”.
Certo dia, numa deslocação ao Restelo, um grupo de elementos fez-se notar, por gestos e atitudes pouco comuns a acompanhantes de uma equipa de futebol. Possuíam cartões de livre trânsito emitidos pela FPF, que lhes franqueavam o acesso a zonas restritas dos estádios. Há quem garanta ter visto armas. Há até quem jure que eles próprios faziam questão de as exibir.
O guarda Abel era uma desses elementos, o que obrigou a PSP agir disciplinarmente. Abel Gomes acabaria por ser mais tarde colocado na Divisão de Trânsito, em funções de secretaria. Até entrar de baixa prolongada manteve essas funções. Há cerca de um mês passou à situação de pré-aposentação, ainda de acordo com informação prestada por fonte da Direcção Nacional da PSP.
AMEAÇAS DE MORTE
O mais célebre episódio com o guarda Abel por protagonista aconteceu em vésperas de uma célebre deslocação do Benfica às Antas, num jogo que decidia o campeonato. João Santos era presidente das ‘águias’ e recebeu publicamente ameaças de morte, quando se encontrava na sede do Salgueiros, no Porto, na cerimónia de tomada de posse dos órgãos sociais.
O Benfica ganhou o jogo (e o campeonato) com dois golos de César Brito, e no final do encontro os dirigentes encarnados denunciaram o clima de terror imposto, culminado com insultos e agressões. João Santos não esteve presente e o então ‘vice’ Jorge de Brito abandou as Antas escondido numa carrinha Ford Transit. Foi o auge da ‘intervenção pública’ do guarda Abel. Aos poucos as sua presença foi sendo cada vez mais discreta. Actualmente, segundo o CM apurou, Abel Gomes é treinador e dirigente dos ‘Passarinhos da Ribeira’, popular clube da cidade do Porto.
TESTEMUNHOS
JOÃO SANTOS: MOSTRAVAM METRALHADORAS...
João Santos, antigo presidente do Benfica, relembra o episódio das ameaças de morte perpetradas pelo guarda Abel. “Estava em representação do clube na cerimónia de tomada de posse dos órgãos sociais do Salgueiros. Logo no início do acto, entra na sala um indivídio, o guarda Abel, que começa a injuriar-me. ameaçando-me de morte.
Acho que o fez porque nós denunciávamos frequentemente algumas práticas menos claras que ele e o seu grupo cometiam. Ele estava nitidamente embriagado, ou pelo menos actuava como tal. Lá o convenceram a sair da sala, mas fê-lo a custo e sempre a ameaçar-me de morte”.
João Santos garante ainda que nas deslocações a Lisboa, o grupo do guarda Abel “mostrava as metralhadoras que escondia debaixo das gabardinas, para intimidar. Segundo sei, eram armas da polícia, requisitadas à sexta-feira, antes dos jogos, e devolvidas na segunda-feira. Infelizmente, o processo sobre este caso não teve seguimento, pois o ministro da tutela de então parece que o guardou na gaveta. Razões políticas...”
GASPAR RAMOS: FOTÓGRAFO SEM MÁQUINA
O antigo chefe do futebol evoca o célebre FC Porto--Benfica de 91. “Houve um repórter fotográfico que fotografou a nossa equipa a vestir-se num corredor, porque puseram um produto tóxico no balneário. Quando de lá saiu, foi agredido e roubaram-lhe a máquina. Mas nós tinhamos-lhe pedido o rolo e por isso houve fotos do sucedido no dia seguinte”.
HERNÂNI GONÇALVES: O BALNEÁRIO É UM SANTUÁRIO
“O guarda Abel é um polícia muito competente e um portista ferrenho, do qual tenho o prazer de ser amigo. Há uns anos, em Alvalade, houve um diferendo entre o Branco e um jogador do Sporting. A polícia quis entrar no balneário e ele disse-lhes: “Alto que aqui ninguém entra. Isto é um santuário fora da autoridade policial”. E eles não entraram”.
Textos sobre a política azul e branca
Na acusação pública, que o CM consultou, pode então ver-se que estaria em causa um esquema bastante elaborado. Enquanto gerente do balcão, que se destinava apenas a clientes VIP, Nuno Espregueira Mendes criou contas paralelas, onde os clientes tinham como domicílio o próprio banco, o que lhe permitia fazer aplicações em bolsa do dinheiro que não lhe pertencia. Ao mesmo tempo, concedia também empréstimos em condições que ele próprio definia e que escapavam em absoluto ao controlo bancário.
Quando a situação foi descoberta, muitas das acções tinham valores inferiores aos inicialmente transaccionados, o que levou o banco a obter elevados prejuízos. Para além disso, o Banco Mello, agora BCP, foi obrigado a pagar aos clientes os juros que aqueles tinham contratualizado com Espregueira Mendes, mesmo tratando-se de valores mais elevados do que os habitualmente praticados pelo balcão.
Ainda segundo o Ministério Público, para além dos clientes particulares foram também emprestadas elevadas verbas à SAD portista. Nos documentos consultados pelo CM há pelo menos referência a treze depósitos nas contas do clube. O valor total rondou os três milhões de euros e os depósitos foram feitos entre Agosto de 1998 e Dezembro de 1999.
Recorde-se, ainda, que após uma auditoria, Espregueira Mendes, à data administrador da SAD do Porto, foi suspenso de funções. PERGUNTAS & RESPOSTAS
- O que é que o arguido oferecia aos clientes em troca dos depósitos?
- Segundo o Ministério Público, Nuno Espregueira Mendes oferecia juros mais elevados que a generalidade dos bancos. Os clientes eram empresários com alto poder de compra e a sua ligação ao FC Porto atraiu ao balcão diversos jogadores. Em troca, o banco pagava a alguns clientes juros ao mês, que podiam atingir os 10 por cento. - Onde era investido o dinheiro dos clientes?
- A acusação refere que Nuno Espregueira Mendes abria contas paralelas sem o conhecimento dos clientes e fazia investimentos através de uma sociedade financeira de corretagem – Mello Valores. Negociava então títulos mobiliários no mercado de capitais, numa altura em que a bolsa estava numa fase de crescimento sem paralelo. Os lucros eram elevados. - A quem concedia empréstimos e quais as contrapartidas?
- A investigação apurou que foram concedidos diversos empréstimos a empresários com ligações ao FC Porto. Os empréstimos eram feitos tendo apenas como garantia cheques pré-datados e não havia qualquer análise à capacidade de endividamento dos clientes. O banco alega que foi muito prejudicado nos juros não recebidos, para além dos créditos que não foram pagos. AUDITORES ANALISAM DOCUMENTOS
Ontem, em mais uma sessão de julgamento, uma das 18 auditoras que passaram a pente fino as contas do balcão das Antas do Banco Mello, foi explicar ao tribunal os documentos que suportam as conclusões do Ministério Público. Por se tratar da análise detalhada de documentos, a audiência acabou por acontecer numa mesa redonda, onde os juízes, a procuradora e os advogados tentavam descodificar a documentação.
Entretanto, o BCP, que se constituiu assistente no processo, fez também juntar ao processo novos documentos, que consistem nos extractos das contas reais tituladas pelos clientes com aplicações financeiras, bem como os extratos das contas paralelas, tituladas pelos mesmos clientes.
Durante o dia e por diversas vezes, os juízes tentaram perceber como foi possível aos auditores estabelecerem a relação entre determinadas saídas de dinheiro e as entradas das mesmas quantias nas contas de Maria João Espregueira Mendes ou pessoas que lhe eram próximas.
A auditora explicou que foi com recurso ao sistema informático que foi possível fazer a ligação das verbas, já que nem sempre as transferências eram feitas directamente, de forma a não deixar rasto.
Na sessão de ontem, apenas foram analisados os depósitos feitos na conta da mulher do único arguido. Gil Moreira dos Santos, advogado de Espregueira Mendes, requereu também ao tribunal que lhe fosse concedido um prazo mínimo de dez dias, para poder analisar os sete volumes de documentos que o BCP acabara de juntar como prova. Aquele prazo foi-lhe concedido. EMPRÉSTIMOS VOLUMOSOS SEM JUROS
JOAQUIM OLIVEIRA: 10,5 MILHÕES
O patrão da Globalnotícias, um dos maiores impérios de comunicação social, fez três empréstimos, num total de 10,5 milhões de euros. O primeiro foi contraído em 1998.
JOÃO ESPREGUEIRA MENDES: 300 MIL EUROS
Irmão de Nuno Espregueira Mendes, João Espregueira Mendes viu ser depositado na sua conta uma verba de 300 mil euros. O depósito, que o MP apelida de financiamento, foi feito em Junho de 1998. A acusação sustenta que o banco não tinha qualquer garantia do pagamento por parte do cliente.
BCP financiou SAD do Porto
Um negócio paralelo ao sistema bancário, onde se ofereciam juros altos, mas também empréstimos sem garantias ou contrapartidas. Terá sido assim no balcão das Antas do Banco Mello, entre 1998 e 2000, onde o economista Espregueira Mendes, administrador de uma empresa associada à SAD do FC Porto, era gerente. O Ministério Público descobriu uma volumosa fraude e o caso está agora em julgamento. Espregueira Mendes responde por burla qualificada no valor de dez milhões de euros, quantificado pelo banco como o total entre os juros não cobrados, os custos fiscais suportados para regularizar as aplicações ilicitamente constituídas e as perdas geradas pelo “crédito malparado”.
O Ministério Público arrolou como testemunhas os clientes a quem foram prometidos juros altos a troco de depósitos à ordem, ficando de “fora”, os empresários com ligações ao FC Porto a quem foram concedidos empréstimos, “quase financiamentos”, a troco de cheques pré-datados.Na acusação pública, que o CM consultou, pode então ver-se que estaria em causa um esquema bastante elaborado. Enquanto gerente do balcão, que se destinava apenas a clientes VIP, Nuno Espregueira Mendes criou contas paralelas, onde os clientes tinham como domicílio o próprio banco, o que lhe permitia fazer aplicações em bolsa do dinheiro que não lhe pertencia. Ao mesmo tempo, concedia também empréstimos em condições que ele próprio definia e que escapavam em absoluto ao controlo bancário.
Quando a situação foi descoberta, muitas das acções tinham valores inferiores aos inicialmente transaccionados, o que levou o banco a obter elevados prejuízos. Para além disso, o Banco Mello, agora BCP, foi obrigado a pagar aos clientes os juros que aqueles tinham contratualizado com Espregueira Mendes, mesmo tratando-se de valores mais elevados do que os habitualmente praticados pelo balcão.
Ainda segundo o Ministério Público, para além dos clientes particulares foram também emprestadas elevadas verbas à SAD portista. Nos documentos consultados pelo CM há pelo menos referência a treze depósitos nas contas do clube. O valor total rondou os três milhões de euros e os depósitos foram feitos entre Agosto de 1998 e Dezembro de 1999.
Recorde-se, ainda, que após uma auditoria, Espregueira Mendes, à data administrador da SAD do Porto, foi suspenso de funções. PERGUNTAS & RESPOSTAS
- O que é que o arguido oferecia aos clientes em troca dos depósitos?
- Segundo o Ministério Público, Nuno Espregueira Mendes oferecia juros mais elevados que a generalidade dos bancos. Os clientes eram empresários com alto poder de compra e a sua ligação ao FC Porto atraiu ao balcão diversos jogadores. Em troca, o banco pagava a alguns clientes juros ao mês, que podiam atingir os 10 por cento. - Onde era investido o dinheiro dos clientes?
- A acusação refere que Nuno Espregueira Mendes abria contas paralelas sem o conhecimento dos clientes e fazia investimentos através de uma sociedade financeira de corretagem – Mello Valores. Negociava então títulos mobiliários no mercado de capitais, numa altura em que a bolsa estava numa fase de crescimento sem paralelo. Os lucros eram elevados. - A quem concedia empréstimos e quais as contrapartidas?
- A investigação apurou que foram concedidos diversos empréstimos a empresários com ligações ao FC Porto. Os empréstimos eram feitos tendo apenas como garantia cheques pré-datados e não havia qualquer análise à capacidade de endividamento dos clientes. O banco alega que foi muito prejudicado nos juros não recebidos, para além dos créditos que não foram pagos. AUDITORES ANALISAM DOCUMENTOS
Ontem, em mais uma sessão de julgamento, uma das 18 auditoras que passaram a pente fino as contas do balcão das Antas do Banco Mello, foi explicar ao tribunal os documentos que suportam as conclusões do Ministério Público. Por se tratar da análise detalhada de documentos, a audiência acabou por acontecer numa mesa redonda, onde os juízes, a procuradora e os advogados tentavam descodificar a documentação.
Entretanto, o BCP, que se constituiu assistente no processo, fez também juntar ao processo novos documentos, que consistem nos extractos das contas reais tituladas pelos clientes com aplicações financeiras, bem como os extratos das contas paralelas, tituladas pelos mesmos clientes.
Durante o dia e por diversas vezes, os juízes tentaram perceber como foi possível aos auditores estabelecerem a relação entre determinadas saídas de dinheiro e as entradas das mesmas quantias nas contas de Maria João Espregueira Mendes ou pessoas que lhe eram próximas.
A auditora explicou que foi com recurso ao sistema informático que foi possível fazer a ligação das verbas, já que nem sempre as transferências eram feitas directamente, de forma a não deixar rasto.
Na sessão de ontem, apenas foram analisados os depósitos feitos na conta da mulher do único arguido. Gil Moreira dos Santos, advogado de Espregueira Mendes, requereu também ao tribunal que lhe fosse concedido um prazo mínimo de dez dias, para poder analisar os sete volumes de documentos que o BCP acabara de juntar como prova. Aquele prazo foi-lhe concedido. EMPRÉSTIMOS VOLUMOSOS SEM JUROS
JOAQUIM OLIVEIRA: 10,5 MILHÕES
O patrão da Globalnotícias, um dos maiores impérios de comunicação social, fez três empréstimos, num total de 10,5 milhões de euros. O primeiro foi contraído em 1998.
JOÃO ESPREGUEIRA MENDES: 300 MIL EUROS
Irmão de Nuno Espregueira Mendes, João Espregueira Mendes viu ser depositado na sua conta uma verba de 300 mil euros. O depósito, que o MP apelida de financiamento, foi feito em Junho de 1998. A acusação sustenta que o banco não tinha qualquer garantia do pagamento por parte do cliente.
ADELINO CALDEIRA: 2 MILHÕES
Adelino Caldeira, administrador da SAD portista, fez dois empréstimos ao Banco Mello. No total foram depositados na sua conta cerca de dois milhões de euros.
M. JOÃO ESPREGUEIRA MENDES: 7,5 MILHÕES
Maria João Espregueira Mendes é casada com o administrador da Portocomercial, arguido no processo. Na sua conta foram feitos mais de duas dezenas de depósitos que ultrapassam os 7,5 milhões de euros. Cerca de um milhão terá passado pela sua conta, antes de entrar na de terceiros.
ANTÓNIO OLIVEIRA: 1,5 MILHÕES
António Oliveira, ex-treinador do Porto e um dos maiores accionistas da SAD, contraiu dois empréstimos com o Mello. As transferências totalizaram 1,5 milhões de euros.
EMPRÉSTIMO EM TEMPOS DE EUFORIA
Os anos de 1998 e 1999, quando Joaquim Oliveira conseguiu o empréstimo sem juros, foram de euforia na Bolsa e os investidores que aproveitaram os ciclos favoráveis conseguiram acumular fortunas em mais-valias. A valorização do principal índice em 1998 foi de 25%, mas a amplitude entre o ponto máximo e o mínimo chegou a 90,16%.
Ao ficar isento do pagamento dos juros, Joaquim de Oliveira poupou muitos milhares de contos. Nesse ano, a taxa média praticada no crédito à habitação, mais favorável que a usada para aplicações de risco, era em média de 8,2% ao ano. Em 1999 os juros tiveram tendência de descida, mas mesmo que só tivesse de pagar 5% , os mais de dois milhões de contos exigiam um esforço de juros de pelo menos 100 mil contos.
O investimento mais conhecido de Joaquim Oliveira na Bolsa é a PT Multimédia, a empresa que é sua parceira na Sportv.
INTERVENIENTES
RUI MOREIRA
Rui Moreira, que é familiar de Espregueira Mendes, depositou no banco quase dois milhões e meio de euros. Interrogado, disse que não se lembrava.
JAIME MAGALHÃES
Jaime Magalhães, jogador do FC Porto até 1994, depositou 600 mil euros, a troco de 2600 euros de juros ao mês. “Depositei tudo o que tinha”, afirmou.
ANTÓNIO FOLHA
António Folha, que durante muitos anos representou o FC Porto (e que acabou a jogar no Penafiel), fez também avultados depósitos no Banco Mello.
Dinheiros do estado financiam centro de estágio para o FC Porto
Para «oferecer» ao FC Porto o seu Centro de Estágio, a Câmara de Gaia gastou mais de 16 milhões de euros e endividou-se até 2011. Resultado de uma investigação das Finanças já enviada para o Ministério Público
Luís Filipe Menezes bem merece um «dragão de ouro». Enquanto presidente da Câmara de Gaia, entregou ao FC Porto uma das mais valiosas prendas que o clube recebeu, nos últimos anos: o Centro de Estágio do Olival. Os custos couberam apenas ao município: mais de 16 milhões de euros (quase 3,3 milhões de contos) de dinheiros públicos.
Os «dragões» receberam ainda, e à borla, os direitos de superfície por 50 anos e apenas liquidam uma renda mensal pouco superior a 500 euros (100 contos). Se um dia se fartarem, vão à sua vida, sem qualquer compensação para a edilidade. A autarquia, essa, ficaria com um elefante branco, cuja gestão ela própria reconhece não ser capaz de assegurar: «Seria desastrosa do ponto de vista dos recursos públicos», admite o executivo camarário, num documento da sua lavra.
Estas são, em resumo, as principais conclusões de um extenso relatório de uma auditoria da Inspecção-Geral de Finanças à Câmara de Gaia, a que a VISÃO teve acesso. O documento definitivo, recebido em Maio último no gabinete de Menezes, visa, sobretudo, a gestão da parceria entre o município e o FC Porto, SAD.
As irregularidades e ilegalidades detectadas pelos inspectores dão pano para mangas e revelam uma calamitosa gestão pública, motivo pelo qual o relatório foi enviado para o Ministério Público.Olé, Porto, olé! Tudo começou em 1999. Desde logo, as fundações Portogaia e Gaia Cidade d´Ouro através das quais se canalizaram verbas para a construção do empreendimento, não deveriam sequer ter existido, por não terem cabimento legal.
Nesse capítulo, o papel do Ministério da Administração Interna foi decisivo e, no mínimo, incompreensível. O MAI considerou que a Portogaia - da qual a FC Porto, SAD detinha a maioria - tinha património suficiente para os fins propostos, apesar do seu financiamento «certo e regular» ser proveniente da Fundação Gaia Cidade d´Ouro , a qual não tinha personalidade jurídica e cujo reconhecimento viria a ser chumbado, mais tarde, pelo próprio ministério.
À época, o titular da pasta era Fernando Gomes, ex-presidente da Câmara do Porto, um dos notáveis da família portista . É do seu ministério que saem as decisões feridas de ilegalidade, de acordo com o relatório. Mas já não é do seu tempo o «chumbo» da fundação mais problemática. Esse surge apenas em finais de 2002. Já depois de fundação ter sido declarada... extinta.
«A vida que fervilha à volta do quotidiano do FC Porto» foi um dos argumentos invocados por Menezes para justificar o investimento. Estudos técnicos sobre o impacte do Centro de Estágio, não houve. «De qualquer espécie», sublinha-se. A IGF entende que sairia mais em conta a escolha de um clube de Gaia para a parceria.
Mas a autarquia escudou-se na experiência do FC Porto para justificar a escolha.Tudo pelo dragão O Centro de Estágio consumiu mais de 16 milhões de euros de dinheiros públicos, entre terrenos e obras. A IGF descobriu, entre outras coisas, que o avaliador dos terrenos não tinha estatuto para o fazer, incorrendo em responsabilidade criminal.
E que não se justificava o interesse público ao abrigo do qual se efectuaram as expropriações urgentes. Como se não bastasse, a garantia do empréstimo contraído pela Portogaia foram os próprios terrenos cedidos ao clube. Outra ilegalidade.As próprias obras foram adjudicadas sem concurso público. De resto, a autarquia, apesar de representada na fundação, «prescindiu da capacidade de influenciar decisões importantes».
Em todo o processo, o interesse público foi subordinado aos interesses do FC Porto. «Todos os riscos financeiros ficaram do lado público, especialmente o risco de expropriações, o risco de construção e o risco financeiro», lê-se. Mas os lucros da exploração do Centro de Estágio, se os houver, serão sempre para os cofres das Antas.
A Câmara não criou sequer uma estrutura de acompanhamento e controlo da parceria com o FC Porto, SAD. Ou seja, aparentemente nunca se preocupou em fiscalizar a aplicação de dinheiros públicos.Nem mesmo as contrapartidas sociais, escolares e desportivas para os cidadãos de Gaia estão garantidas. Os interesses da população são defendidos «na medida do possível» e se não colidirem com as prioridades do FC Porto. Nem o protocolo assinado já em 2003 compensa isso.
Para IGF, «outros parceiros garantiriam uma maior fruição do equipamento pela população escolar, pelos mais jovens e pelos estratos socialmente mais carenciados». Este processo configura, pois, «um inequívoco apoio a um clube desportivo». E os «dragões» até podem, já amanhã, deixar o espaço, sem que a autarquia seja ressarcida.
Contraditório e críticas Menezes, no contraditório enviado à IGF, contesta a maior parte dos argumentos do relatório, alegando haver erros grosseiros, contradições e omissões. O município, defende-se, «tem pautado a sua conduta com observância e pleno respeito pelas regras e princípios orientadores da eficaz e eficiente gestão pública».
O autarca considera que a utilização do Centro de Estágio pelo FC Porto é, por si só, «determinante para o desenvolvimento económico e social de uma área desertificada do concelho». E esgrime a seu favor o facto de uma auditoria da Inspecção-Geral da Administração do Território (IGAT) considerar «arrojado e inovador» o projecto com o FC Porto, SAD, não tendo detectado ilegalidades na criação das fundações e nos compromissos financeiros assumidos.
A IGF rejeitou a esmagadora maioria das justificações de Menezes.O PS, por seu lado, condena o autarca. Depois de denunciar, por diversas vezes, aquilo que considera «uma má gestão de dinheiros públicos», o vereador Barbosa Ribeiro - sócio do FC Porto, por sinal - espera agora que o Ministério Público venha sustentar a responsabilidade penal pelo sucedido.
Refira-se, a propósito, que Sporting e Benfica tiveram ou terão, no caso dos «encarnados», de libertar vários milhões de euros dos seus cofres para construir os seus centros de estágio. Mas nem todos têm um Menezes por perto...
Factura da viagem de Calheiros foi para às Antas por engano. Porto paga, manda devolver a factura, Ministério Público encontra provas de corrupção, mas... 'no pasa nada'. Federação arquiva e... amigos como dantes.
De Viana ao Brasil, com ‘escala’ no aeroporto do Porto, o árbitro Carlos Calheiros e família atravessaram o Atlântico e gozaram umas agradáveis férias – aproximava-se a nova época e era preciso descansar e encontrar alguma tranquilidade...
A factura das viagens foi paga pelo FC Porto, à Agência Cosmos, propriedade de Joaquim Oliveira e parceira do clube das Antas, nas deslocações do clube e seus representantes. Perante as provas (a factura emitida no nome de Carlos Calheiros e paga pelo FC Porto), a Justiça desportiva e civil só teria de condenar.
E o que aconteceu? As provas de nada serviram, porque nos bastidores circularam as promessas de fruta... Que bom seria se estas escutas viessem à baila... A Federação arquiva o caso e o Ministério Público confirma que existiram actos de corrupção.
Perante factos irrefutáveis, o FC Porto teria de se justificar... E fê-lo de forma brilhante... Argumenta que a factura foi devolvida, que não a pagou e que tudo não passou de um equívoco. Que chatice... Enviam uma factura de um árbitro para o clube das Antas!? Hum...
Foram 762 contos que Calheiros poupou. O que terá dado em troca? Quantos penáltis? Quantos golos? Quantas expulsões perdoadas? Quantos títulos corruptos ajudou a construir? O caso-Calheiros está escrito na história do futebol português. Ninguém o apaga.
Cronologia do apito dourado
- 20 de abril de 2004 - É desencadeada uma operação dezasseis pessoas foram detidas, entre dirigentes e árbitros, incluindo o presidente da liga de clubes e da Câmara Municipal de Gondomar, Valentim Loureiro, o líder da arbitragem da FPF, Pinto de Sousa, e o presidente do Gondomar SC e vice-presidente da Câmara de Gondomar, José Luís Oliveira.
- 2 de dezembro de 2004 - A PJ desloca-se a casa de Pinto da Costa, com mandados de busca e detenção, mas não encontra o dirigente, o árbitro Jacinto Paixão é detido no âmbito da investigação de um alegado esquema com prostitutas após o jogo FC Porto-Amadora, bem como Augusto Duarte, José Chilrito e Manuel Quadrado e o empresário António Araújo.
- 3 de dezembro de 2004 - Pinto da Costa comparece no Tribunal de Gondomar. O interrogatório é adiado por quatro dias e finalmente no dia 7 de Dezembro o presidente portista é interrogado, saindo em liberdade mediante uma caução de 200 mil euros.
- 5 de abril de 2005 - A PJ do Porto conclui a investigação da operação <
> e remete para o procurador Carlos Teixeira, da Comarca de Gondomar, um processo com 17 mil páginas.
- 31 de janeiro de 2006 - O Ministério Público acusa 27 arguidos no processo de Gondomar, incluindo Valentim Loureiro, José Oliveira e Pinto de Sousa, extraindo 81 certidões que são remetidas a diversas comarcas.
- 19 de setembro de 2006 - Um parecer de Gomes Canotilho, feito a pedido da defesa dos arguidos, considera inconstitucional a legislação sobre corrupção no desporto.
- 20 de novembro de 2006 - O Tribunal de Gondomar delibera a abertura da instrução do processo de Gondomar, solicitada pela maioria dos arguidos.
- 1 de dezembro de 2006 - A publicação do livro "Eu, Carolina", da autoria da ex-companheira de Pinto da Costa, Carolina Salgado, volta a dar notoriedade ao caso «Apito Dourado», ao revelar várias acusações.
- 14 de dezembro de 2006 - O Procurador-Geral da República, Pinto Monteiro, nomeia Maria José Morgado como coordenadora do caso «Apito Dourado», com poderes para reabrir processos.
- 16 de janeiro de 2007 - Maria José Morgado assina despacho onde reabre oficialmente os processos conexos ao de Gondomar, justificando a decisão com as declarações de Carolina Salgado.
- 9 de fevereiro 2007 - Sabe-se que entre os dez processos avocados por Maria José Morgado no caso <
> figuram as agressões ao ex-vereador de Gondomar Ricardo Bexiga e a fuga de informação que terá levado Pinto da Costa a evitar a PJ.
- 6 de março de 2007 - O juiz Pedro Miguel Vieira decide levar a julgamento 24 dos 27 acusados do processo de Gondomar, incluindo Valentim Loureiro e Pinto de Sousa. O magistrado valida as escutas telefónicas feitas na investigação. Os dois principais arguidos apresentam recursos, alegando ilegalidade das escutas.
- 8 de março de 2007 - O líder da claque dos Super Dragões é constituído arguido no âmbito do processo, por suspeita de envolvimento nas agressões a Ricardo Bexiga.
- 21 de março de 2007 - A Equipa de Coordenação do Apito Dourado anuncia, num memorando, estarem em curso 55 inquéritos por crimes de corrupção desportiva.
- 14 de maio de 2007 - O árbitro Pedro Sanhudo é citado em três de cinco processos disciplinares instaurados pelo Conselho de Disciplina da FPF, relacionados com o «Apito Dourado».
- 22 de junho de 2007 - O presidente do FC Porto é acusado de corrupção desportiva activa, no Nacional-Benfica da época 2003/04, depois de ter sido constituído arguido nos casos dos jogos Porto x Amadora e Beira Mar x Porto.
- 27 de junho de 2007 - Ministério Público valida acusações contra Carolina Salgado por alegados crimes de difamação agravados, depois de queixas do vice-presidente portista, Reinaldo Teles, e Lourenço Pinto, advogado do presidente do FC Porto.
- 25 de julho de 2007 - A equipa de Maria José Morgado divulga as conclusões dos principais inquéritos de corrupção desportiva, revelando que houve 20 acusações em 56 inquéritos.
- 28 de fevereiro de 2008 - Valentim Loureiro é pronunciado, juntamente com o filho João Loureiro, por corrupção desportiva activa. Em causa está a arbitragem do jogo Boavista x Porto. O árbitro Jacinto Paixão e o observador da Liga Pinto Correia também irão a julgamento.
- 25 de março de 2008 - Jorge Nuno Pinto da Costa é pronunciado, juntamente com António Araújo, por corrupção desportiva activa. Em causa está a arbitragem do jogo Beira Mar-FC Porto. O árbitro Augusto Duarte foi também pronunciado mas pelo crime de corrupção passiva.
- (Dia?) de Maio de 2009 - Todas as acusações a Jorge Nuno Pinto da Costa são arquivadas.
- 14 de Setembro de 2009 - O Tribunal Administrativo de Lisboa determinou que as certidões das escutas telefónicas ao presidente da União de Leiria, João Bartolomeu, no âmbito do processo “Apito Final”, lhe fossem devolvidas. Mas mais, foi considerado nulo o acórdão do Conselho de Justiça sobre a mesma matéria. Trata-se uma derrota da Comissão Disciplinar da Liga, mas também do Conselho de Justiça da FPF, com o Tribunal Administrativo de Lisboa a considerar definitivamente ilegal a utilização das escutas telefónicas do Apito Dourado, no âmbito do processo de corrupção desportiva Apito Final. Com esta decisão, de que já não há recurso, o FC Porto e o seu presidente Pinto da Costa, a quem foram aplicados pela justiça desportiva a perda de seis pontos no campeonato de 2007/08 e uma suspensão de dois anos ao dirigente, podem solicitar a anulação dos castigos. Do mesmo modo, o Boavista, que desceu à Liga de Honra, decisão tomada também com base nas escutas telefónicas, poderá igualmente apelar. Após esta decisão do Tribunal Administrativo de Lisboa, João Bartolomeu vai avançar com processos de indemnização contra a Liga e a FPF.
O Mito de Calabote
"Nunca tinha ouvido falar deste caso, nem tão pouco no senhor Inocêncio. Pelo que li no artigo, parece que acusaram o árbitro Calabote de favorecer o Benfica. Este caso remonta ao Campeonato Nacional de 58/ 59, o Benfica e o Porto estavam empatados em pontos, no primeiro lugar, e no confronto directo, tinham igualmente o mesmo resultado. Na ultima jornada o Benfica jogou contra a CUF, precisava de marcar mais golos que o Porto, que tinha 4 de vantagem e seria assim o campeão. A acusação que fazem é que o árbitro deu 10 minutos de descontos para o Benfica marcar mais golos.Os factos desse campeonato: O Benfica jogava com a CUF e o Porto com o Torreense. O jogo Benfica – CUF, terminou 10 minutos depois da hora, pois começou 6 minutos depois da hora, sendo o Benfica multado por isso. O árbitro só deu 4 minutos de descontos, num jogo onde a equipa da CUF só praticou anti-jogo, na altura o guarda-redes não era sancionado por segurar a bola por muito tempo. O Benfica ganhou o jogo por 7-1 mas mesmo assim não conseguiu ser campeão, pois o Porto acabou por ganhar 3-0, marcando 2 golos no fim do jogo e com o Torreense a acabar com 9 jogadores. Falou-se do árbitro ter favorecido o Benfica por termos ganho 7-1, mas a verdade é que todos os jornais da época deram justiça ao resultado. Ao contrário no jogo Torreense – Porto, o árbitro foi bastante contestado, erros grosseiros iguais aos que se tinham passado todo a época para favorecer o Porto.
Uma época de “casos”
O FC Porto foi campeão na época do injustamente célebre caso Inocêncio Calabote. Uma época repleta de casos, com manifesto prejuízo para o Benfica que, ao contrário do que se afirma, não dominava as estruturas do futebol (o presidente da Federação era o cap. Maia Loureiro, sportinguista) e muito menos a arbitragem, então dirigida por Coelho da Fonseca, associado do Belenenses, então um dos quatro “grandes” e que nesse ano foi terceiro, apenas a três pontos do FC Porto e do Benfica. A parte final do campeonato foi renhidamente disputada entre Benfica e FC Porto e os casos “estranhos” foram então numerosos. Recordemo-los resumidamente:- Chino, influente extremo-direito do Benfica, foi na fase decisiva da competição castigado com cinco jogos de suspensão que mais tarde, quando estavam quase cumpridos, foram reduzidos a um!...- O Belenenses-Benfica, da 19ª jornada (a sete do fim), foi protestado pelo Belenenses, primeiro por lhes ter sido anulado um golo de canto directo, depois por uma questão da barreira defensiva do Benfica se ter ou não mexido antes de Matateu apontar um livre! Pois o jogo foi mandado repetir na quinta-feira anterior ao jogo decisivo frente à Cuf (última jornada) e quatro dias depois do Benfica se ter deslocado a Alvalade (penúltima jornada). A seguir ao campeonato, os clubes da I Divisão estiveram duas semanas sem jogar, à espera que terminasse a II Divisão, para disputarem a Taça de Portugal! Na repetição, Belenenses e Benfica voltaram a empatar (1-1) mas o desgaste foi enorme.- A três jornadas do fim, o FC Porto, que estava com largo atraso do Benfica na (decisiva) diferença de golos, recebeu o Belenenses (então com uma das melhores equipas nacionais) e ganhou por “estranhos” 7-0.- Na penúltima jornada, o Sporting-Benfica (2-1) foi repleto de incidentes, com o Benfica a terminar com apenas nove jogadores (não havia substituições), por expulsão de Ângelo e lesão de Artur, colocado KO nas cenas de pugilato verificadas a dada altura. Depois, na mesma semana, o Benfica teve que repetir o jogo no Restelo e receber a Cuf na jornada decisiva…
Transcrição de uma entrevista concedida por Inocêncio Calabote ao Jornal O Expresso:Inocêncio João Teixeira Calabote, árbitro da Comissão Distrital de Évora, foi escolhido para apitar o Benfica-CUF. Considerado e premiado pela Comissão Central de Árbitros, «pelo Desporto e a Bem da Nação», como o melhor da época 1952-53, era indicado à FIFA como árbitro internacional na época seguinte (distinção que voltaria a merecer em 1956-57) e apontado um ano depois pelo próprio presidente da Comissão Central, na altura Filipe Gameiro Pereira, como «do melhor que tem passado pelo sector da arbitragem»
(...) «Logo de seguida, depois do tal Benfica-CUF, alegando má-fé minha no preenchimento do relatório do jogo - que teria começado não sei quantos minutos depois da hora, que teria tido um intervalo maior que o devido e um prolongamento excessivo também -, o dr. Coelho da Fonseca abriu-me um inquérito e não descansou enquanto não conseguiu que me fosse aplicada a pena de irradiação da arbitragem. Ao fim de 22 anos de bons e leais serviços, conseguiram pôr-me na rua alegando um pretenso erro meu de cronometragem. E se escrevi no relatório que prolonguei a partida durante quatro ou cinco minutos foi porque entendi que o devia ter feito e porque foi esse o tempo que o meu relógio realmente marcou. E qual é o relógio que conta?» «Não, nunca ninguém me acusou de suborno, de comprado ou de coisa no género, que nunca ninguém encontrou matéria para tal. Aplicaram-me a pena máxima só porque o meu relógio, pretensamente, não tinha o rigor de um cronómetro acima de qualquer suspeita.»
Mas para quê ir buscar uma coisa tão antiga... só para responder ao "há e tal, eram beneficiados antigamente" e para se ver quem é que sempre foi beneficiado pelas arbitragens!
Paulo Lemos, testemunha usada por Pinto da Costa no ‘Apito Dourado’, foi preso pela GNR.
Apanhado com armas e gorros
Paulo Lemos, uma das principais testemunhas usadas por Pinto da Costa no processo ‘Apito Dourado’ – que acusava Carolina Salgado de o ter mandado incendiar o escritório do dirigente portista –, foi detido na madrugada de ontem em Albufeira, no Algarve. O homem foi apanhado pela GNR num carro com armas, munições e passa-montanhas. Poderá estar envolvido num crime violento.
A detenção ocorreu por volta das 06h30, quando os militares mandaram parar o Fiat Punto, onde Lemos seguia com três outros indivíduos. Na posse de Paulo Lemos foi encontrada uma pistola Magnum .357. Na viatura foram apreendidos ainda três gorros passa-montanhas, munições calibre 7.65, uma meia de vidro, um taco de basebol e uma faca.
Paulo Lemos deverá ser hoje presente ao Tribunal de Albufeira. Os outros três indivíduos que seguiam no carro foram apenas identificados.
Recorde-se ainda que no Tribunal de São João Novo, no Porto, quando foi julgado pelos incêndios aos escritórios de Pinto da Costa e do advogado Lourenço Pinto, Paulo Lemos chegou a irritar os juízes. "É a primeira testemunha que eu vejo a dizer ‘eu fiz’ em vez de ‘eu vi’", afirmou João Grilo, visivelmente incomodado. A outro passo do seu testemunho, Paulo Lemos falou de Pinto da Costa como ‘presidente’ e foi mandado parar. Os juízes perguntaram-lhe se agia a mando do FC Porto.
http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/exclusivo-cm/apanhado-com--armas-e-gorros220858450
Árbitros foram abordados para prejudicar Benfica na época 2003/2004
Diario de Noticias.
(http://dn.sapo.pt/inicio/interior.aspx?content_id=645570)
A investigação do processo "Apito Dourado" detectou, pelo menos, três jogos, durante a época 2003/2004, em que houve manobras de bastidores para prejudicar o Benfica. O Ministério Público (MP) de Gondomar extraiu certidão de dois e arquivou outro. Numa das partidas, entre os "encarnados" e o Nacional da Madeira (em que o Benfica perdeu por 3-2), foi interceptada, no rescaldo do desafio, uma conversa telefónica entre o empresário António Araújo e o presidente do clube madeirense, Rui Alves, sobre a actuação do árbitro Augusto Duarte. "Manda quem pode, obedece quem tem juízo", disse o empresário.
No que diz respeito a este jogo, os indícios recolhidos pelo MP passam, essencialmente, por escutas telefónicas e foram remetidos à comarca do Funchal (o DN tentou apurar se o processo seguiu para a acusação ou foi arquivado, mas tal não foi possível).
Segundo refere o MP na certidão extraída, uns dias antes do jogo Nacional-Benfica (que ocorreu a 22 de Abril de 2004), o presidente do Nacional da Madeira informou o empresário António Araújo da nomeação de Augusto Duarte. Rui Alves terá pedido a Araújo para este abordar o árbitro. "Pronto, eu toco a andar mesmo", sublinhou o empresário, que depois contactou Augusto Duarte. Um dos encontros terá ocorrido no Café Ferreira, em Braga. Ao mesmo tempo, o empresário ligado ao futebol e com negócios com o FC Porto ia dando conta das diligências a Pinto da Costa e a outros dirigentes do FC Porto. Aliás, nota o procurador Carlos Teixeira, o FC Porto "tinha interesse no resultado deste jogo, já que, nesta altura do campeonato, o Benfica ocupava o 3.º lugar e ainda não estava arredado da luta pelo título".
Há nos autos uma conversa telefónica entre António Araújo e Luís Gonçalves, da Sociedade Anónima do FC Porto (SAD), em que o primeiro refere ter estado "a tratar com o presidente aquela situação do Nacional". O MP coligiu ainda uma escuta telefónica, que diz ter decorrido em código, entre António Araújo e o dirigente da SAD portista Fernando Gomes. Nesta conversa, fala--se em ir visitar o "fiscal" para marcar a "vistoria".
(http://dn.sapo.pt/inicio/interior.aspx?content_id=645570)
A investigação do processo "Apito Dourado" detectou, pelo menos, três jogos, durante a época 2003/2004, em que houve manobras de bastidores para prejudicar o Benfica. O Ministério Público (MP) de Gondomar extraiu certidão de dois e arquivou outro. Numa das partidas, entre os "encarnados" e o Nacional da Madeira (em que o Benfica perdeu por 3-2), foi interceptada, no rescaldo do desafio, uma conversa telefónica entre o empresário António Araújo e o presidente do clube madeirense, Rui Alves, sobre a actuação do árbitro Augusto Duarte. "Manda quem pode, obedece quem tem juízo", disse o empresário.
No que diz respeito a este jogo, os indícios recolhidos pelo MP passam, essencialmente, por escutas telefónicas e foram remetidos à comarca do Funchal (o DN tentou apurar se o processo seguiu para a acusação ou foi arquivado, mas tal não foi possível).
Segundo refere o MP na certidão extraída, uns dias antes do jogo Nacional-Benfica (que ocorreu a 22 de Abril de 2004), o presidente do Nacional da Madeira informou o empresário António Araújo da nomeação de Augusto Duarte. Rui Alves terá pedido a Araújo para este abordar o árbitro. "Pronto, eu toco a andar mesmo", sublinhou o empresário, que depois contactou Augusto Duarte. Um dos encontros terá ocorrido no Café Ferreira, em Braga. Ao mesmo tempo, o empresário ligado ao futebol e com negócios com o FC Porto ia dando conta das diligências a Pinto da Costa e a outros dirigentes do FC Porto. Aliás, nota o procurador Carlos Teixeira, o FC Porto "tinha interesse no resultado deste jogo, já que, nesta altura do campeonato, o Benfica ocupava o 3.º lugar e ainda não estava arredado da luta pelo título".
Há nos autos uma conversa telefónica entre António Araújo e Luís Gonçalves, da Sociedade Anónima do FC Porto (SAD), em que o primeiro refere ter estado "a tratar com o presidente aquela situação do Nacional". O MP coligiu ainda uma escuta telefónica, que diz ter decorrido em código, entre António Araújo e o dirigente da SAD portista Fernando Gomes. Nesta conversa, fala--se em ir visitar o "fiscal" para marcar a "vistoria".
Major irritado com árbitro
O outro desafio que consta do processo é o Benfica-Boavista, de 18 de Janeiro de 2004. Segundo o MP, Valentim Loureiro, presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), telefonou a Júlio Mouco, elemento da comissão de arbitragem, sugerindo o nome do árbitro Elmano Santos para o jogo em questão, acrescentando que não queria que fossem nomeados árbitros assistentes da Madeira e de Lisboa. Neste contexto, João Loureiro, presidente do Boavista, contactou Carlos Pinto, funcionário da LPFP, para este dar um "toque" ao árbitro. "O homem tem que ser chamado à atenção", terá dito João Loureiro.
O Boavista acabaria por perder o jogo (3-2) e Valentim Loureiro terá telefonado a Elmano Santos, "bastante irado", segundo o MP, considerando que o árbitro acabou por prejudicar o Boavista. As suspeitas sobre a partida União de Leira-Benfica foram arquivadas em Gondomar por falta de provas.
O outro desafio que consta do processo é o Benfica-Boavista, de 18 de Janeiro de 2004. Segundo o MP, Valentim Loureiro, presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), telefonou a Júlio Mouco, elemento da comissão de arbitragem, sugerindo o nome do árbitro Elmano Santos para o jogo em questão, acrescentando que não queria que fossem nomeados árbitros assistentes da Madeira e de Lisboa. Neste contexto, João Loureiro, presidente do Boavista, contactou Carlos Pinto, funcionário da LPFP, para este dar um "toque" ao árbitro. "O homem tem que ser chamado à atenção", terá dito João Loureiro.
O Boavista acabaria por perder o jogo (3-2) e Valentim Loureiro terá telefonado a Elmano Santos, "bastante irado", segundo o MP, considerando que o árbitro acabou por prejudicar o Boavista. As suspeitas sobre a partida União de Leira-Benfica foram arquivadas em Gondomar por falta de provas.
O projecto Roquete
http://chamagloriosa.blogspot.com/2010/07/o-projecto-roquete.html
De A a Z - CRAC
Aqui fica um verdadeiro libelo acusatório contra o FC Porto. Leiam e passem a outros, por forma a que, sendo a justiça o que é, ao menos não se perca a memória e se compreendam as razões das vítimas e as infâmias cometidas.
Desde os anos oitenta muitos foram os casos, muitas foram as suspeitas. Quando vieram a público as escutas do Apito Dourado quase ninguém foi apanhado de surpresa, pois toda a gente mais ou menos ligada ao futebol sabia o que se passava. Tratando-se de situações difíceis de comprovar, e conhecendo-se a rede de influências e interdependências ardilosamente construída ao longo de duas décadas, tornava-se (e torna-se) difícil ver a justiça chegar a bom porto, para mais conhecendo-se a sua dramática lentidão e ineficácia, verificada nestes e noutros casos no nosso país.
No momento em que se vão julgar em tribunal um F.C.Porto-E.Amadora e um Beira Mar-F.C.Porto, disputados na melhor temporada de sempre dos dragões (com uma grande equipa e um grande treinador), é importante que se perceba que o problema está muito longe de se esgotar nesses dois episódios, nem eles serão certamente os mais relevantes de uma história repleta de mentira, corrupção e tráfico de influências. Pelo contrário, o que deve ser entendido das escutas - mesmo que o tribunal não o possa ou consiga fazer - é um panorama de subversão total e absoluta de uma lógica competitiva de isenção e transparência, que foi sendo a base para benefício de uns e prejuízo de outros, ao longo de muitas temporadas, e que valeu títulos, dinheiro, prestígio europeu, numa espiral que ainda hoje condiciona e subverte a hierarquia competitiva do futebol português.
É em nome da preservação dessa memória que este texto é publicado. É no fundo o repescar de um conjunto de episódios, factos e, nalguns casos, apenas rumores, que por si pouco poderiam representar, mas que em conjunto reflectem uma realidade à qual não podemos fugir, e a qual ninguém de bom senso deverá ignorar ou fingir que não existe ou existiu. Mesmo que, por questões processuais, a justiça acabe por não conseguir desempenhar o seu papel, a verdade não poderá ser esquecida nem branqueada, pois o que está em julgamento não é mais que a ponta de um iceberg escondendo uma sórdida teia de podridão que alicerçou o futebol português ao longo de mais de vinte anos. É importante que nos lembremos, a cada momento, a cada fim-de-semana, a cada jogo, como é que o F.C.Porto se tornou na máquina de vitórias que hoje é, não desfazendo, obviamente, da qualidade e profissionalismo de muitos dos jogadores e técnicos que passaram pelo clube, e aos quais provavelmente até terá escapado muito do lixo arrecadado nas traseiras dos seus triunfos.
Fica pois aqui, de A a Z, a memória de duas décadas de mentira:
A de ACÁCIO - Pouca gente se lembrará deste nome. Trata-se de um guarda-redes brasileiro que passou com discrição pelo Tirsense e pelo Beira Mar, e que só depois de regressar ao Brasil tomou a liberdade de falar sobre a sua aventura europeia. Confessou então que recebera pressões e propostas diversas para facilitar uma vitória do F.C.Porto em Aveiro, que valia (e valeu) o título nacional de 1993. O caso foi pouco falado, vivia-se ainda um clima de medo pré-Apito Dourado. Mas a recordação das suas declarações e desse campeonato permanecem bem vivas no meu espírito. Só não sei se foi nessa ocasião que, também em Aveiro, o jornalista Carlos Pinhão foi barbaramente agredido por elementos ligados ao F.C.Porto.
Uns anos antes havia sido o belga Cadorin, avançado do Portimonense, a acusar o empresário Luciano D'Onófrio de lhe prometer um bom contrato (em Portugal ou no estrangeiro), caso fizesse um penálti nos primeiros minutos de um Portimonense-F.C.Porto ("depois jogas normalmente", ter-lhe-á dito). Com a saída do belga do futebol português, o caso acabou por morrer.
B de BENQUERENÇA - Olegário Benquerença protagonizou duas das mais escandalosas actuações da arbitragem portuguesa dos últimos anos. Na Luz, em Outubro de 2004, dois meses antes da detenção de Pinto da Costa, o árbitro leiriense e o seu assistente Luís Tavares foram os únicos que não viram (mais alguns que não quiseram ver...) uma bola rematada por Petit ser retirada de dentro da baliza portista por um desesperado Vítor Baía. No mesmo jogo já havia feito vista grossa a uma claríssima grande penalidade de Seitaridis sobre Karadas (que daria expulsão do grego no início da segunda parte), e mostrado um vermelho injusto a Nuno Gomes, que havia sido barbaramente agredido por Pepe. Um ano depois, em jogo da Taça de Portugal, foi o Sporting a vítima deste benemérito portista de longa data. Com mais uma exibição de "luxo", Benquerença colocou os leões fora da Taça, poupando penáltis, e expulsando jogadores até achar necessário. Já antes de 2004 era um árbitro polémico, com arbitragens invariavelmente favoráveis aos portistas. Talvez por isso viu as portas de uma carreira internacional de sucesso serem-lhe escancaradas e, não se sabe bem como, poderá até estar no Euro 2008.
C de CALHEIROS - Os irmãos Calheiros - quem não se recorda dos gémeos e barbudos fiscais de linha, ladeando Carlos, o irmão mais velho - foram umas das muitas figuras sinistras da arbitragem portuguesa da década de noventa. Recordo particularmente um inacreditável penalti assinalado nas Antas por suposta falta de Mozer no empate 3-3 de 1993-94, bem como um jogo em Aveiro, na época anterior, concretamente na tarde soalheira de 16-5-1993, em que expulsou Yuran e Pacheco por supostas palavras, possibilitando a vitória ao Beira Mar, e dando o título ao F.C.Porto - que à mesma hora via um tal de Marques da Silva, do Funchal, expulsar estranhamente dois jogadores do Desp. Chaves e assinalar um penálti escandaloso que lhe permitiu virar o marcador para de 0-1 para 2-1 na difícil visita a Trás-os-Montes, quando águias e dragões seguiam, a três jornadas do fim, empatados em pontos. Mais do que essa e outras actuações, sempre em benefício dos mesmos, este trio ficou famoso pela célebre viagem ao Brasil, feita através da agência de Joaquim Oliveira, e paga pelo F.C.Porto. A investigação deste caso nunca foi devidamente feita. Com a PJ do Porto e o próprio MP aparentemente alinhados com o sistema, foi difícil durante muitos anos (e continua a sê-lo) avançar pelos caminhos da verdade.
Ao pé destes meninos, Calabote era possivelmente apenas um ingénuo aprendiz - e diga-se que o suposto e empolado caso Calabote, nos anos cinquenta, redundou apenas num título para o...F.C.Porto.
D de DUDA - Foi um dos meus primeiros contactos com a suja realidade do futebol português das últimas décadas. Jogava-se, já em plena segunda volta, a liderança do campeonato numa tarde chuvosa na Luz - foi este o célebre jogo em que Toni saiu a chorar por ter involuntariamente partido a perna de Marco Aurélio. O Benfica vencia por 1-0 desde os primeiros minutos com um golo de João Alves, mas já na ponta final do desafio, em recarga a um livre defendido por Bento, o brasileiro Duda em claríssimo fora de jogo, empatou a partida. O F.C.Porto de Pedroto, e já com Pinto da Costa no departamento de futebol, seria campeão.
No ano antes o F.C.Porto tinha alcançado o título através de um livre duvidoso à entrada da área, que lhe possibilitou o empate (1-1) frente ao Benfica nos últimos minutos de um jogo nas Antas em que estivera em desvantagem desde o terceiro minuto, com um auto-golo de Simões, e em que vira a barra devolver uma bola cabeceada por Humberto Coelho.Era o início de uma longa e podre história.
E de EXPULSÕES - A dualidade de critérios nos jogos doF.C.Porto foi desde os anos setenta uma constante. Todo o anti-jogo lhes foi sempre permitido (recordo por exemplo os empates a zero na Luz em 1989, 1990 e 1993), as agressões de Frasco, Fernando Couto, Paulinho Santos e Jorge Costa raramente foram punidas - este último quando se sentia pressionado atirava-se para o chão e punha assim fim aos lances -, mas aquilo que talvez tenha sido o emblema desta realidade foram as sistemáticas expulsões de jogadores encarnados sempre que jogavam frente aos portistas. Nos últimos vinte anos foram mostrados 23 (!!!) cartões vermelhos a jogadores do Benfica em clássicos com o F.C.Porto para todas as competições. A saber, e por ordem alfabética: Abel Xavier 94-95, Dimas 94-95, Eder 02-03, Escalona 99-00, Hélder 94-95, Isaías 91-92, João Pinto 94-95, 97-98 e 98-99, Miguel 02-03, Mozer 92-93, Nuno Gomes 04-05, Nelo 94-95, Pacheco 88-89, Ricardo Rocha 02-03 e 03-04, Ricardo Gomes 95-96, Rojas 99-00, Rui Bento 91-92, Tahar 96-97, Vítor Paneira 94-95, Veloso 87-88 e Yuran 92-93. Para se ter uma ideia da força deste número, digamos que nos oitenta anos de história anteriores (1907 a 1987) foram expulsos apenas 10 jogadores do Benfica em jogos com o F.C.Porto, ou seja, em apenas vinte anos foram expulsos mais do dobro dos que haviam sido em toda a restante história do futebol português. Este tem sido um aspecto fulcral da perseguição ao Benfica e da protecção ao F.C.Porto, e que muitas vezes impediu outros resultados, nomeadamente a norte, onde a maioria daquelas expulsões teve lugar. Por vezes foi também em vésperas de deslocações às Antas que as expulsões cirurgicamente ocorreram. Foi o caso de Preud'Homme, em 1995-96 e Miccoli no ano passado, curiosamente dois grandes jogadores que nunca haviam sido expulsos em Portugal, e nunca voltaram a sê-lo depois dessas ocasiões.
Também os penáltis marcados a favor do F.C.Porto e subtraídos ao Benfica foram uma constante nas deslocações às Antas (por exemplo 89-90, 92-93, 93-94 no primeiro caso; 91-92 no segundo). Mas até na Luz, em jogo decisivo para o título de 1991-92 isso aconteceu, com o marcador a ser aberto já a meio da segunda parte num lance fora da área entre Rui Bento e Rui Filipe, que valeu o primeiro golo portista e a expulsão do benfiquista. O F.C.Porto, a jogar contra dez, venceria por 2-3. O árbitro era Fortunato Azevedo, que já na primeira volta subtraíra uma grande penalidade ao Benfica e expulsara Isaías, em jogo que terminou empatado a zero.
Os golos anulados a Kandaurov em 1997-98, e Amaral em 1994-95, além do caso Benquerença em 2004-05, também são dignos de figurar neste negro registo de clara e inequívoca parcialidade. Sem falar nas célebres defesas de Vítor Baía fora da área, sem cartão nem punição.
F de FAMALICÃO - Foi um dos muitos escândalos da era Lourenço Pinto/Laureano Gonçalves (fim de oitentas princípio de noventas) - a pior de todas na arbitragem portuguesa. Com o campeonato de 1992-93 ao rubro, o F.C.Porto deslocou-se ao então difícil recinto do Famalicão. Quase seis minutos depois da hora o árbitro José Guimaro - mais tarde condenado por corrupção no caso Leça - arquitectou um absurdo penálti para dar a vitória ao F.C. Porto. João Pinto converteu e o F.C.Porto, com estas e outras (ver Acácio e lembrar o penálti de Rui Bento sobre Rui Filipe na Luz), alcançou um dos títulos mais nebulosos da história do futebol português.
G de GERALDÃO - O central brasileiro Geraldão, bem como o lateral esquerdo internacional Branco, eram especialistas na cobrança de livres directos. Como tal, as arbitragens mostravam-se extremamente zelosas sempre que algum jogador portista caía nas imediações da área (e eram muitos a fazê-lo de forma deliberada), assinalando de pronto livres que frequentemente acabavam em golos. O F.C.Porto do início da década de noventa venceu muitos jogos assim. Recordo um Benfica-F.C.Porto de 1990 em que foi assinalada perto de uma dezena de livres nas imediações da área encarnada, quase todos simulados. Por sorte, nesse dia Geraldão estava com a pontaria desafinada, e o resultado acabou em branco. Mas o título voou para norte...
H de HILÁRIO - Tal como Acácio e Cadorin, o agora guarda-redes do Chelsea foi outra das figuras sobre a qual se ouviram rumores de possível suborno ou pressão quando defendia, por empréstimo do F.C.Porto, as redes do Estrela da Amadora. Neste caso não foi o próprio a assumir, mas sim terceiros a acusar. Foi uma história que também acabou por morrer nos silêncios do medo. Nos últimos anos falou-se também de Rolando do Belenenses, eternamente apalavrado com os dragões.
Ao longo dos últimos tempos muitos têm sido também os jogadores emprestados pelo F.C.Porto a clubes da primeira divisão (situação que deveria ser proibida), conseguindo com isso atirar algum charme para cima dos seus dirigentes - sempre conveniente na hora das contratações - e simultaneamente amaciar adversários. Durante muitos anos os clubes da Associação de Futebol do Porto (Leça, Leixões, Tirsense, Penafiel, Varzim, Rio Ave, Salgueiros, Paços de Ferreira, etc) foram a este nível verdadeiros parceiros do F.C.Porto na sua rota rumo ao domínio, a bem ou a mal, do futebol português. Isso notava-se com clareza nos resultados e nas exibições. E de certo modo ainda nota, caso estejamos bem atentos.
Nesta mesma edição da liga, o F.C.Porto tem jogadores emprestados a Sp.Braga, Belenenses, Leixões, V.Guimarães, V.Setúbal, Académica e E.Amadora. Também U.Leiria e Marítimo têm tido relações privilegiadas com os dragões, sem contar a Liga de Honra, território quase todo submerso na rede de interdependências criada pelo F.C.Porto e seus próximos, ou não tivesse sido ela criada mesmo para esse efeito. O Alverca foi filial do Benfica (embora depois tenha servido para retirar jogadores como Deco da Luz e vender-lhe monos a preços de luxo), mas a satelização de clubes da primeira divisão tem sido ao longo dos anos uma das armas do F.C.Porto. Alguns clubes chegaram a receber quase meia equipa emprestada pelos dragões. Refira-se ainda que a quantidade de treinadores ex-jogadores portistas, conotados com o F.C.Porto e imbuídos da cultura do clube, orientando clubes da liga principal nos últimos anos, é extraordinariamente vasta: Carlos Carvalhal (que ainda na Taça da Liga festejou um golo virando-se para o banco encarnado e gritando f..d..p), Carlos Brito, Jaime Pacheco, Jorge Costa, Domingos Paciência, António Sousa, António Conceição, José Mota, Augusto Inácio, Eurico Gomes, Octávio Machado, António Oliveira, Rodolfo Reis, Paulo Alves, José Alberto Costa, para referir apenas os que me vêm no imediato à memória. Se em muitos destes casos seria injusto especular acerca do menor empenho das equipas, percebeu-se quase sempre, nas flash-inteviews, um pudor extremo em falar de arbitragens nos jogos contra os dragões, e uma fúria incontida caso os supostos prejuízos se dessem com outros clubes, designadamente o Benfica.
I de ISIDORO RODRIGUES - Este árbitro viseense foi um verdadeiro Benquerença da década de noventa. Muitos foram os jogos em que beneficiou o "seu" F.C.Porto, e sobretudo aqueles em que prejudicou o Benfica, por vezes sem sequer se preocupar com as aparências. Recordo com particularidade um Benfica-Boavista (1995-96) em que Isidoro virou o resultado quase sozinho, expulsando três jogadores do Benfica (entre os quais João Pinto), assinalando um penálti fantasma e validando um golo em fora-de-jogo; bem como um Varzim-Benfica para a primeira jornada de 2001-02, em que o árbitro só apitou para o final do jogo quando o Varzim chegou ao empate, nove (!!) minutos depois da hora, e já depois de ter expulsado os benfiquistas Cabral e Porfírio, e marcado o penáltizinho da ordem, começando a liquidar desde logo as aspirações benfiquistas numa época em que muito apostavam (contratações de Simão, Drulovic, Zahovic, Mantorras etc).
J de JOÃO ROSA - Estava-se em 1985-86 e o campeonato seguia animado com a luta Benfica-F.C.Porto na frente da tabela. Este árbitro eborense foi nomeado para um Salgueiros-Benfica, no qual acabou por só não meter a bola dentro da baliza dos da Luz com as suas próprias mãos. De resto fez tudo para o Benfica perder pontos, acabando por "conseguir" um empate a um golo. O sistema estava a atingir o auge dos seus tempos mais tenebrosos.
Outro Rosa, mas este Santos (embora apenas de nome...), foi também figura de proa do sistema que construiu a hierarquia do futebol português que hoje temos. Uma vez em Loulé, permitiu a marcação de um livre sem ter apitado nem os jogadores algarvios terem formado barreira. Esse lance valeu uma eliminatória da taça para o F.C.Porto. Hoje continua a fazer alguns favores aos dragões, comentando arbitragem no jornal "O Jogo".
K de KANDAUROV - Seria necessário muita pesquisa ou imaginação para encontrar na história do desporto-rei um golo anulado tão limpo como o que este médio ucraniano marcou no Estádio das Antas em 1997-98, num jogo que poderia dar novo rumo a esse campeonato. O F.C.Porto venceu por 2-0, golos de Artur, depois de ser dominado na maior parte do tempo, fruto de uma grande exibição de Poborsky, que se estreava de águia ao peito. Uma arbitragem ultra-tendenciosa de António Costa não permitiu a vitória encarnada.
Outro golo limpo anulado igualmente célebre foi na Supertaça de 1994-95, também nas Antas (onde, assim, era naturalmente difícil marcar), ao extremo campeão de Riad, Amaral. Sem falar em Benquerença.
L de LOURENÇO PINTO -O advogado de Valentim Loureiro no início do caso Apito Dourado, o homem que avisou Pinto da Costa das buscas a sua casa e lhe permitiu a fuga, foi, por surreal que pareça, presidente do Conselho de Arbitragem da FPF no início dos anos noventa, por indicação, claro, da Associação de Futebol do Porto, presidida por o recentemente falecido Adriano Pinto, e que sendo maioritária, pôde sempre optar por manter na sua "posse" aquele "precioso" conselho, em detrimento até mesmo da própria presidência da FPF (que deixava para Lisboa, mas só tratava da selecção nacional). Os seus tempos foram dos piores da história da arbitragem portuguesa, e valeram vários títulos ao F.C.Porto, que tão bem protegido nem precisava de jogar muito para vencer. Com equipas onde pontificavam Vlk, Bandeirinha, Tozé, Paulinho César, Kiki, Raudnei, Barriga ou António Carlos, conseguiu vencer campeonatos ao Benfica de Paulo Sousa, Rui Costa, João Pinto, Vítor Paneira, Futre, Mozer etc. Lourenço Pinto foi pois um verdadeiro Maradona no campeonato português. Laureano Gonçalves e Fernando Marques seguir-lhe-iam o exemplo. Sobre Pinto de Sousa não é necessário acrescentar mais nada aquilo que tem sido veiculado no âmbito do Apito Dourado.
O caso Francisco Silva - que se terá autonomizado do sistema, depois de ser um dos seus principais interpretes - é algo que merecia ser melhor estudado e investigado, e no qual talvez se encontrassem algumas das origens de todo este tenebroso caminho. O juiz algarvio foi "tramado" por Lourenço Pinto, certamente por saber demais, vendo-se irradiado. Recorde-se que foi apanhado com um cheque na mão no balneário em Penafiel.
M de MAIA - Quando vejo toda a polémica em torno do Estoril-Benfica de 2005, disputado no Algarve, e me lembro da quantidade de jogos que o F.C.Porto disputou fora de casa na...Maia, até me dá vontade de rir. Com o pretexto das transmissões televisivas - negociadas pela Olivedesportos - o Estádio Municipal da Maia, um bocadinho mais perto das Antas que o Algarve da Luz, serviu para diversas equipas "receberem" o F.C.Porto. Os resultados eram óbvios, e suponho que os portistas nunca tenham perdido um ponto que fosse nessas "deslocações". Com Damásio na presidência do Benfica, estes eram aspectos que passavam totalmente em claro. Pinto da Costa e o F.C.Porto agradeciam. Foram os anos do "penta".
N de NORTE - O povo do norte tem sangue na guelra. Para o melhor o para o pior. Nas Antas, por exemplo, não eram só os jogadores e os árbitros que tinham de enfrentar a pressão de figuras como o Guarda Abel (que exibia armas em pleno túnel de acesso aos balneários), ou os simpáticos "Super Dragões". Também os jornalistas sofreram na pele sempre que revelaram a coragem de afrontar o super-poder tentacular e mafioso que por ali reinava. Lembro-me de um célebre F.C.Porto-Nacional, em que foram os próprios repórteres televisivos a serem objecto da fúria dos adeptos, sem que ninguém lhes tivesse valido, qual território sem lei, qual fanatismo elevado à potência máxima.
Fala-se também aqui da agressão a Carlos Pinhão, das ameaças de morte a João Santos e Gaspar Ramos, podia-se falar das agressões a Marinho Neves, a Ricardo Bexiga, a Rui Santos e a muitos outros anónimos que, como inclusivamente eu próprio, já foram objecto de ameaças várias.
Noutras modalidades, esta pressão intimidatória tem sido e continua a ser uma das armas dos dragões que, ao contrário do que se passa em Lisboa, contam com forças policiais domesticadas (para além do MP, da PJ, também a PSP lá parece funcionar de forma diferente). No Hóquei em Patins já caíram petardos na cabeça de jogadores do Benfica, sem que tivesse acontecido nada. No Basquetebol ainda no ano passado houve distúrbios que passaram impunes.
O ódio a Lisboa foi sempre uma matriz de Pinto da Costa e do seu F.C.Porto, mistificando o facto de haver muitos benfiquistas no norte, e o Benfica não ser, longe disso, representativo exclusivo da capital portuguesa, onde existem dois clubes grandes. Na verdade, esse ódio - de consequências por apurar na coesão do nosso pequeno país - não foi mais que um instrumento de aglutinação de tropas e manutenção e endeusamento de um poder com laivos fascizantes quanto ao seu fanatismo. Isto virou-se sempre contra a selecção nacional, a qual foi amplamente penalizada pelo desprezo e/ou instrumentalização de que foi alvo. Até chegar Scolari...
O de OLIVEIRAS - Juntamente com o irmão António, Joaquim Oliveira foi elemento determinante na consolidação do poder portista. Ainda hoje o clube da Luz tem as suas transmissões televisivas extremamente sub-avaliadas, face à popularidade e audiências de que desfruta. Faz-me alguma confusão Joaquim Oliveira ser accionista de referência da SAD benfiquista, e ninguém se preocupar com isso.
Já o irmão António (o do caso Paula, dos carimbos falsificados no caso N'Dinga, e das polémicas do Coreia-Japão), ex jogador e treinador do clube portista, protagonizou em 1992 um episódio curioso e revelador. Treinava o Gil Vicente e na primeira volta, nas Antas, fez entrar um tal de Remko Boere a um minuto do fim com o resultado em branco. Esse jogador, que quase nunca havia jogado na equipa, nesse minuto apenas, fez um penálti caricato e recebeu ordem de expulsão. O F.C.Porto venceu 1-0. Na segunda volta, em Barcelos, com o F.C.Porto já campeão, o Gil venceu por 2-1 e salvou-se da descida à segunda divisão. Tudo em família portanto...
P de PROSTITUTAS - Já muito antes de rebentar o Apito Dourado se ouvia falar de orgias de prostitutas com árbitros. Até na segunda divisão isso acontecia, e quem conheça pessoalmente alguém ligado à arbitragem facilmente perceberá do que estou a falar. Marinho Neves também já havia falado dessa realidade, muitos anos antes de António Araújo entrar no mundo do futebol, e de se ouvir falar em Apito Dourado.
O envolvimento com prostitutas é uma forma de pressão extremamente eficaz. Se por um lado premeia e vicia, por outro permite sempre chantagear, mantendo nas mãos, quais marionetas, quem por uma vez cai nessa rede, nomeadamente através de câmaras de filmar ocultas. Estando muitas das casas de alterne da zona do grande Porto ligadas a Reinaldo Teles, é fácil perceber a potencialidade deste esquema.
Q de QUINHENTINHOS - Por falar nele, Reinaldo Teles tem passado estranhamente pelo meio dos pingos da chuva do processo Apito Dourado. Mas foi ele que apareceu ligado ao célebre caso dos "quinhentinhos", em finais dos anos noventa, numa conversa no âmbito do caso Guímaro, que nunca foi devidamente esclarecida. Outro dos casos que se perderam na impunidade com que toda esta temática se debateu ao longo dos anos. Sobre ele, há também quem diga que parte do dinheiro da venda de Ricardo Carvalho e Paulo Ferreira foi para pagar dívidas suas no casino de Espinho. Mas isso são contas de outro rosário e pouco interessam ao caso.
R de RAÇA - A equipa do F.C.Porto sempre foi admirada pela sua raça, mas algumas foram as vozes que, à boca pequena, se referiram à natureza dessa "raça". Luciano d'Onofrio, o bruxo "brasileirinho" e sobretudo o Dr.Domingos Gomes, talvez saibam mais do que a generalidade dos adeptos acerca da capacidade competitiva com que os jogadores do F.C.Porto sempre se apresentaram em campo, mesmo quando muitos deles não apresentavam os mesmos índices, nem pela selecção, nem quando saíam para outros clubes. O Dr. Domingos Gomes era, e é, um dos grandes especialistas europeus em (anti)dopagem, e os jogadores portistas tinham, nos anos noventa, fama de levar frascos dentro dos bolsos do roupão já cheios para o controlo anti-doping.
S de SPORTING - Sempre me pareceu incompreensível o posicionamento do Sporting em toda esta história. O clube de Alvalade sempre se queixou, e muito, mas nunca percebendo, ou não querendo perceber, onde estava realmente a origem do problema. Apenas Dias da Cunha pareceu a dado passo ter entendido tudo, mas acabou escorraçado da presidência do clube, muito fruto de um pacto que estabelecera com o Benfica a este propósito, e que foi muito mal aceite em Alvalade pelos ortodoxos da rivalidade lisboeta.
O Sporting, seus adeptos, e muitos dos seus dirigentes, na cegueira de uma fratricida rivalidade com o Benfica, sempre olharam de lado tudo o que se pudesse parecer com corrupção, mas não envolvesse o clube da Luz. Se o Apito Dourado tem atingido o Benfica, outro galo certamente cantaria, pois ferir o Benfica era tudo o que muitos sportinguistas mais quereriam, mesmo não tendo o clube da Luz vencido mais que um campeonato nos últimos catorze anos. Sendo com o Porto, pouco lhes parece interessar. Aliás, parece-me que cada vez mais as vitórias portistas vão sendo compartilhadas pelos leões - só pelo prazer de ver o odiado Benfica perder -, bastando ver o que se passou e Lisboa nas comemorações do tri.
Compreende-se de algum modo a questão emocional, mas esta postura não encerra qualquer tipo de racionalidade, acabando por ser responsável, por omissão, por muito do que tem sido o futebol português. Exemplo disto foi a época 2004-05, em que com Pinto da Costa no banco dos réus, o Sporting e as suas vozes, ao invés de aproveitarem a ocasião para, juntamente com o Benfica, varrerem de vez toda a porcaria do futebol português, viraram agulhas para um rol de acusações ao Benfica, a Vieira e a Veiga, que acabou por beneficiar objectivamente o F.C.Porto, num momento em que este estava verdadeiramente de gatas, e em risco de tão depressa se não levantar. Resultado: o Benfica foi à mesma campeão, e o F.C.Porto reergueu-se, conquistando este tri, não sobrando nada para Alvalade.
Os sportinguistas deveriam reflectir sobre isto: Em 1982 o Sporting era claramente o segundo maior clube português, agora é claramente o terceiro...
T de TÍTULOS - Se o título de 2003-04, com Mourinho, foi de justiça indiscutível, mau grado as investigações terem incidido sobre essa época, outros houve em que as coisas não foram assim tão cristalinas. 85-86, 89-90, 91-92 e 92-93 foram temporadas em que a verdade desportiva foi completamente adulterada, e em que o campeão deveria ter sido, tem que se dizer, o Benfica. No final dos anos 90, já com o poder sedimentado, e fruto da desorganização interna do Benfica, a facilidade com que o F.C.Porto chegou ao penta não permite afirmar que, sem sistema, não fosse igualmente campeão. Mas a embalagem já era grande. Neste século as coisas melhoraram ligeiramente. Ainda assim, as épocas de 2001-02 e 2002-03, talvez por haver um maior temor do Benfica pós-Vale e Azevedo, foram épocas de mentira Lembram-se do Benfica-Sporting 2-2 apitado por Duarte Gomes (o afilhado de Guilherme Aguiar, então director executivo da Liga), ou do Boavista-Benfica 1-0 da semana seguinte apitado por Pedro Proença, em que Simão foi abalroado dentro da área sem que nada acontecesse ?.
A estratégia foi nesta fase sempre a mesma: beneficiar o F.C.Porto e prejudicar o Benfica nas primeiras dez jornadas (em que com menos dramatismo as coisas passavam melhor...), ganhar vantagem, e assim desmobilizar adversários e galvanizar acólitos.
U de ÚLTIMOS TEMPOS - A partir de 2004, fruto das vicissitudes do Apito Dourado, a situação melhorou consideravelmente. A incompetência dos árbitros naturalmente não desapareceu por magia, mas passou a haver a sensação de errarem para todos os lados de forma menos discriminada. Contudo, na época de 2004-05, a pressão anti-benfiquista e a respectiva tentativa de condicionamento foi tanta que por pouco não tinha retirado o título aos encarnados, na época de Benquerença, da roubalheira de Penafiel (Pedro Proença não quis ver quatro grandes penalidades !!), do penalti por marcar em Coimbra sobre Sokota, do golo limpo anulado a Nuno Gomes frente ao Marítimo com o resultado em 3-3, do agarrão pelas costas a Nuno Gomes com o Belenenses, do golo sofrido directamente de livre indirecto contra o Nacional, do penálti fantasma marcado por Jorge Sousa em Guimarães num salto de Romeu com Luisão, do penálti sobre Geovanni em Setúbal não assinalado com o resultado ainda em branco, e por outro lado, nos jogos dos dragões, de uma expulsão surrealista de Juninho Petrolina num jogo contra o Belenenses, do golo de Fabiano nos Barreiros dois metros fora-de-jogo, do golo também off-side de McCarthy ao Penafiel em casa, do golo validado após falta de Jorge Costa sobre Ricardo no Porto-Sporting, das agressões impunes de McCarthy, Fabiano, Costinha e Jorge Costa, do penálti escamoteado a Lourenço no Restelo, do domínio com a mão de McCarthy no golo ao Rio Ave, etc etc.
Em 2006-07 o campeão podia ter sido o Sporting, não fosse o golo com a mão do Paços de Ferreira em Alvalade, e em 2007-08, caso os seis pontos tivessem sido retirados em tempo útil aos portistas, o campeonato poderia ter sido outro. Isto no pressuposto que o clube de Pinto da Costa não tinha descido à segunda divisão na época 2005-06, como teria acontecido se estivéssemos em Itália, França, Espanha, Alemanha ou Inglaterra, e a nossa justiça não tivesse um "quê" de tanzaniana.
Destaque nestas últimas épocas para as arbitragens do portuense Paulo Costa. Uma na Amadora há dois anos, e uma na Luz recentemente com o Leixões, em que ficou demonstrado existirem ainda resquícios de um tempo que se julgava já passado. Lucílio Baptista nos dois últimos domingos também mostrou algum zelo em deixar essa ideia bem vincada.
V de VERY-LIGHT - O termo entrou na história na sequência da final da Taça de 1995-96, em que um irresponsável qualquer atirou um para a bancada oposta matando um adepto do Sporting. Sem a mesma gravidade humana, mas com influência desportiva acrescida, houve um caso nas Antas (pois claro), pouco tempo depois, que raia o surrealismo. No momento da marcação de um penálti contra o Farense, com o resultado a zero, cai um very-light sobre a cabeça do guarda-redes nigeriano Peter Rufai. Com ele total e naturalmente desconcentrado, Jardel atirou para o fundo da baliza e o árbitro validou inacreditavelmente o golo, perante os protestos dos atónitos jogadores algarvios. Este caso simboliza o motivo porque técnicos estrangeiros respeitados como Camacho, Koeman ou Trapattoni, sempre disseram ser o F.C.Porto muito "respeitado" nos estádios portugueses.
Nas Antas aliás passava-se de tudo. Em 1991 no jogo decisivo para o título, os jogadores do Benfica foram obrigados a equipar-se nos corredores, pois o balneário tinha sido empestado de um estranho cheiro tóxico. Nesse dia o presidente João Santos e Gaspar Ramos foram ameaçados de morte pelo guarda-Abel, e a comitiva benfiquista foi apedrejada logo desde a saída do hotel, o que aliás era comum sempre que se deslocava ao Porto - ao contrário, diga-se, do que acontece em Lisboa, onde os jogadores do F.C.Porto se passeiam a pé livremente nas imediações do hotel Altis onde costumam pernoitar.
X de XISTRA - É um dos artistas da nova vaga. Nas últimas épocas realizou na Luz uma das arbitragens mais escandalosas de que me lembro ultimamente, em jogo do Benfica frente ao Beira Mar no qual expulsou de forma alarve Miccoli, impedindo-o de jogar no Estádio do Dragão na jornada seguinte. Na época anterior viu e assinalou de forma anedótica um penálti a favor do F.C.Porto, quando um jogador do Marítimo cortou com a cabeça uma bola que ia para a baliza. O lance seria corrigido pelo árbitro auxiliar, mas mostrou bem porque é que Xistra começa por X.
Z de ZÉ PRATAS - Zé Pratas é da minha terra e é bom rapaz. Não creio que tenha estado alguma vez directa e decididamente ligado a corrupção, e talvez por isso nunca chegou a internacional. Chamo-o para aqui por me recordar de uma Supertaça disputada em Coimbra, na qual após assinalar um penálti, Fernando Couto correu metade do campo atrás dele, e ele sempre a recuar, a recuar, sem que sentisse força para tomar a atitude que se exigia: expulsar o irmão da actual directora executiva da Liga de Clubes.
http://chamagloriosa.blogspot.com/2010/07/o-projecto-roquete.html
De A a Z - CRAC
Aqui fica um verdadeiro libelo acusatório contra o FC Porto. Leiam e passem a outros, por forma a que, sendo a justiça o que é, ao menos não se perca a memória e se compreendam as razões das vítimas e as infâmias cometidas.
Desde os anos oitenta muitos foram os casos, muitas foram as suspeitas. Quando vieram a público as escutas do Apito Dourado quase ninguém foi apanhado de surpresa, pois toda a gente mais ou menos ligada ao futebol sabia o que se passava. Tratando-se de situações difíceis de comprovar, e conhecendo-se a rede de influências e interdependências ardilosamente construída ao longo de duas décadas, tornava-se (e torna-se) difícil ver a justiça chegar a bom porto, para mais conhecendo-se a sua dramática lentidão e ineficácia, verificada nestes e noutros casos no nosso país.
No momento em que se vão julgar em tribunal um F.C.Porto-E.Amadora e um Beira Mar-F.C.Porto, disputados na melhor temporada de sempre dos dragões (com uma grande equipa e um grande treinador), é importante que se perceba que o problema está muito longe de se esgotar nesses dois episódios, nem eles serão certamente os mais relevantes de uma história repleta de mentira, corrupção e tráfico de influências. Pelo contrário, o que deve ser entendido das escutas - mesmo que o tribunal não o possa ou consiga fazer - é um panorama de subversão total e absoluta de uma lógica competitiva de isenção e transparência, que foi sendo a base para benefício de uns e prejuízo de outros, ao longo de muitas temporadas, e que valeu títulos, dinheiro, prestígio europeu, numa espiral que ainda hoje condiciona e subverte a hierarquia competitiva do futebol português.
É em nome da preservação dessa memória que este texto é publicado. É no fundo o repescar de um conjunto de episódios, factos e, nalguns casos, apenas rumores, que por si pouco poderiam representar, mas que em conjunto reflectem uma realidade à qual não podemos fugir, e a qual ninguém de bom senso deverá ignorar ou fingir que não existe ou existiu. Mesmo que, por questões processuais, a justiça acabe por não conseguir desempenhar o seu papel, a verdade não poderá ser esquecida nem branqueada, pois o que está em julgamento não é mais que a ponta de um iceberg escondendo uma sórdida teia de podridão que alicerçou o futebol português ao longo de mais de vinte anos. É importante que nos lembremos, a cada momento, a cada fim-de-semana, a cada jogo, como é que o F.C.Porto se tornou na máquina de vitórias que hoje é, não desfazendo, obviamente, da qualidade e profissionalismo de muitos dos jogadores e técnicos que passaram pelo clube, e aos quais provavelmente até terá escapado muito do lixo arrecadado nas traseiras dos seus triunfos.
Fica pois aqui, de A a Z, a memória de duas décadas de mentira:
A de ACÁCIO - Pouca gente se lembrará deste nome. Trata-se de um guarda-redes brasileiro que passou com discrição pelo Tirsense e pelo Beira Mar, e que só depois de regressar ao Brasil tomou a liberdade de falar sobre a sua aventura europeia. Confessou então que recebera pressões e propostas diversas para facilitar uma vitória do F.C.Porto em Aveiro, que valia (e valeu) o título nacional de 1993. O caso foi pouco falado, vivia-se ainda um clima de medo pré-Apito Dourado. Mas a recordação das suas declarações e desse campeonato permanecem bem vivas no meu espírito. Só não sei se foi nessa ocasião que, também em Aveiro, o jornalista Carlos Pinhão foi barbaramente agredido por elementos ligados ao F.C.Porto.
Uns anos antes havia sido o belga Cadorin, avançado do Portimonense, a acusar o empresário Luciano D'Onófrio de lhe prometer um bom contrato (em Portugal ou no estrangeiro), caso fizesse um penálti nos primeiros minutos de um Portimonense-F.C.Porto ("depois jogas normalmente", ter-lhe-á dito). Com a saída do belga do futebol português, o caso acabou por morrer.
B de BENQUERENÇA - Olegário Benquerença protagonizou duas das mais escandalosas actuações da arbitragem portuguesa dos últimos anos. Na Luz, em Outubro de 2004, dois meses antes da detenção de Pinto da Costa, o árbitro leiriense e o seu assistente Luís Tavares foram os únicos que não viram (mais alguns que não quiseram ver...) uma bola rematada por Petit ser retirada de dentro da baliza portista por um desesperado Vítor Baía. No mesmo jogo já havia feito vista grossa a uma claríssima grande penalidade de Seitaridis sobre Karadas (que daria expulsão do grego no início da segunda parte), e mostrado um vermelho injusto a Nuno Gomes, que havia sido barbaramente agredido por Pepe. Um ano depois, em jogo da Taça de Portugal, foi o Sporting a vítima deste benemérito portista de longa data. Com mais uma exibição de "luxo", Benquerença colocou os leões fora da Taça, poupando penáltis, e expulsando jogadores até achar necessário. Já antes de 2004 era um árbitro polémico, com arbitragens invariavelmente favoráveis aos portistas. Talvez por isso viu as portas de uma carreira internacional de sucesso serem-lhe escancaradas e, não se sabe bem como, poderá até estar no Euro 2008.
C de CALHEIROS - Os irmãos Calheiros - quem não se recorda dos gémeos e barbudos fiscais de linha, ladeando Carlos, o irmão mais velho - foram umas das muitas figuras sinistras da arbitragem portuguesa da década de noventa. Recordo particularmente um inacreditável penalti assinalado nas Antas por suposta falta de Mozer no empate 3-3 de 1993-94, bem como um jogo em Aveiro, na época anterior, concretamente na tarde soalheira de 16-5-1993, em que expulsou Yuran e Pacheco por supostas palavras, possibilitando a vitória ao Beira Mar, e dando o título ao F.C.Porto - que à mesma hora via um tal de Marques da Silva, do Funchal, expulsar estranhamente dois jogadores do Desp. Chaves e assinalar um penálti escandaloso que lhe permitiu virar o marcador para de 0-1 para 2-1 na difícil visita a Trás-os-Montes, quando águias e dragões seguiam, a três jornadas do fim, empatados em pontos. Mais do que essa e outras actuações, sempre em benefício dos mesmos, este trio ficou famoso pela célebre viagem ao Brasil, feita através da agência de Joaquim Oliveira, e paga pelo F.C.Porto. A investigação deste caso nunca foi devidamente feita. Com a PJ do Porto e o próprio MP aparentemente alinhados com o sistema, foi difícil durante muitos anos (e continua a sê-lo) avançar pelos caminhos da verdade.
Ao pé destes meninos, Calabote era possivelmente apenas um ingénuo aprendiz - e diga-se que o suposto e empolado caso Calabote, nos anos cinquenta, redundou apenas num título para o...F.C.Porto.
D de DUDA - Foi um dos meus primeiros contactos com a suja realidade do futebol português das últimas décadas. Jogava-se, já em plena segunda volta, a liderança do campeonato numa tarde chuvosa na Luz - foi este o célebre jogo em que Toni saiu a chorar por ter involuntariamente partido a perna de Marco Aurélio. O Benfica vencia por 1-0 desde os primeiros minutos com um golo de João Alves, mas já na ponta final do desafio, em recarga a um livre defendido por Bento, o brasileiro Duda em claríssimo fora de jogo, empatou a partida. O F.C.Porto de Pedroto, e já com Pinto da Costa no departamento de futebol, seria campeão.
No ano antes o F.C.Porto tinha alcançado o título através de um livre duvidoso à entrada da área, que lhe possibilitou o empate (1-1) frente ao Benfica nos últimos minutos de um jogo nas Antas em que estivera em desvantagem desde o terceiro minuto, com um auto-golo de Simões, e em que vira a barra devolver uma bola cabeceada por Humberto Coelho.Era o início de uma longa e podre história.
E de EXPULSÕES - A dualidade de critérios nos jogos doF.C.Porto foi desde os anos setenta uma constante. Todo o anti-jogo lhes foi sempre permitido (recordo por exemplo os empates a zero na Luz em 1989, 1990 e 1993), as agressões de Frasco, Fernando Couto, Paulinho Santos e Jorge Costa raramente foram punidas - este último quando se sentia pressionado atirava-se para o chão e punha assim fim aos lances -, mas aquilo que talvez tenha sido o emblema desta realidade foram as sistemáticas expulsões de jogadores encarnados sempre que jogavam frente aos portistas. Nos últimos vinte anos foram mostrados 23 (!!!) cartões vermelhos a jogadores do Benfica em clássicos com o F.C.Porto para todas as competições. A saber, e por ordem alfabética: Abel Xavier 94-95, Dimas 94-95, Eder 02-03, Escalona 99-00, Hélder 94-95, Isaías 91-92, João Pinto 94-95, 97-98 e 98-99, Miguel 02-03, Mozer 92-93, Nuno Gomes 04-05, Nelo 94-95, Pacheco 88-89, Ricardo Rocha 02-03 e 03-04, Ricardo Gomes 95-96, Rojas 99-00, Rui Bento 91-92, Tahar 96-97, Vítor Paneira 94-95, Veloso 87-88 e Yuran 92-93. Para se ter uma ideia da força deste número, digamos que nos oitenta anos de história anteriores (1907 a 1987) foram expulsos apenas 10 jogadores do Benfica em jogos com o F.C.Porto, ou seja, em apenas vinte anos foram expulsos mais do dobro dos que haviam sido em toda a restante história do futebol português. Este tem sido um aspecto fulcral da perseguição ao Benfica e da protecção ao F.C.Porto, e que muitas vezes impediu outros resultados, nomeadamente a norte, onde a maioria daquelas expulsões teve lugar. Por vezes foi também em vésperas de deslocações às Antas que as expulsões cirurgicamente ocorreram. Foi o caso de Preud'Homme, em 1995-96 e Miccoli no ano passado, curiosamente dois grandes jogadores que nunca haviam sido expulsos em Portugal, e nunca voltaram a sê-lo depois dessas ocasiões.
Também os penáltis marcados a favor do F.C.Porto e subtraídos ao Benfica foram uma constante nas deslocações às Antas (por exemplo 89-90, 92-93, 93-94 no primeiro caso; 91-92 no segundo). Mas até na Luz, em jogo decisivo para o título de 1991-92 isso aconteceu, com o marcador a ser aberto já a meio da segunda parte num lance fora da área entre Rui Bento e Rui Filipe, que valeu o primeiro golo portista e a expulsão do benfiquista. O F.C.Porto, a jogar contra dez, venceria por 2-3. O árbitro era Fortunato Azevedo, que já na primeira volta subtraíra uma grande penalidade ao Benfica e expulsara Isaías, em jogo que terminou empatado a zero.
Os golos anulados a Kandaurov em 1997-98, e Amaral em 1994-95, além do caso Benquerença em 2004-05, também são dignos de figurar neste negro registo de clara e inequívoca parcialidade. Sem falar nas célebres defesas de Vítor Baía fora da área, sem cartão nem punição.
F de FAMALICÃO - Foi um dos muitos escândalos da era Lourenço Pinto/Laureano Gonçalves (fim de oitentas princípio de noventas) - a pior de todas na arbitragem portuguesa. Com o campeonato de 1992-93 ao rubro, o F.C.Porto deslocou-se ao então difícil recinto do Famalicão. Quase seis minutos depois da hora o árbitro José Guimaro - mais tarde condenado por corrupção no caso Leça - arquitectou um absurdo penálti para dar a vitória ao F.C. Porto. João Pinto converteu e o F.C.Porto, com estas e outras (ver Acácio e lembrar o penálti de Rui Bento sobre Rui Filipe na Luz), alcançou um dos títulos mais nebulosos da história do futebol português.
G de GERALDÃO - O central brasileiro Geraldão, bem como o lateral esquerdo internacional Branco, eram especialistas na cobrança de livres directos. Como tal, as arbitragens mostravam-se extremamente zelosas sempre que algum jogador portista caía nas imediações da área (e eram muitos a fazê-lo de forma deliberada), assinalando de pronto livres que frequentemente acabavam em golos. O F.C.Porto do início da década de noventa venceu muitos jogos assim. Recordo um Benfica-F.C.Porto de 1990 em que foi assinalada perto de uma dezena de livres nas imediações da área encarnada, quase todos simulados. Por sorte, nesse dia Geraldão estava com a pontaria desafinada, e o resultado acabou em branco. Mas o título voou para norte...
H de HILÁRIO - Tal como Acácio e Cadorin, o agora guarda-redes do Chelsea foi outra das figuras sobre a qual se ouviram rumores de possível suborno ou pressão quando defendia, por empréstimo do F.C.Porto, as redes do Estrela da Amadora. Neste caso não foi o próprio a assumir, mas sim terceiros a acusar. Foi uma história que também acabou por morrer nos silêncios do medo. Nos últimos anos falou-se também de Rolando do Belenenses, eternamente apalavrado com os dragões.
Ao longo dos últimos tempos muitos têm sido também os jogadores emprestados pelo F.C.Porto a clubes da primeira divisão (situação que deveria ser proibida), conseguindo com isso atirar algum charme para cima dos seus dirigentes - sempre conveniente na hora das contratações - e simultaneamente amaciar adversários. Durante muitos anos os clubes da Associação de Futebol do Porto (Leça, Leixões, Tirsense, Penafiel, Varzim, Rio Ave, Salgueiros, Paços de Ferreira, etc) foram a este nível verdadeiros parceiros do F.C.Porto na sua rota rumo ao domínio, a bem ou a mal, do futebol português. Isso notava-se com clareza nos resultados e nas exibições. E de certo modo ainda nota, caso estejamos bem atentos.
Nesta mesma edição da liga, o F.C.Porto tem jogadores emprestados a Sp.Braga, Belenenses, Leixões, V.Guimarães, V.Setúbal, Académica e E.Amadora. Também U.Leiria e Marítimo têm tido relações privilegiadas com os dragões, sem contar a Liga de Honra, território quase todo submerso na rede de interdependências criada pelo F.C.Porto e seus próximos, ou não tivesse sido ela criada mesmo para esse efeito. O Alverca foi filial do Benfica (embora depois tenha servido para retirar jogadores como Deco da Luz e vender-lhe monos a preços de luxo), mas a satelização de clubes da primeira divisão tem sido ao longo dos anos uma das armas do F.C.Porto. Alguns clubes chegaram a receber quase meia equipa emprestada pelos dragões. Refira-se ainda que a quantidade de treinadores ex-jogadores portistas, conotados com o F.C.Porto e imbuídos da cultura do clube, orientando clubes da liga principal nos últimos anos, é extraordinariamente vasta: Carlos Carvalhal (que ainda na Taça da Liga festejou um golo virando-se para o banco encarnado e gritando f..d..p), Carlos Brito, Jaime Pacheco, Jorge Costa, Domingos Paciência, António Sousa, António Conceição, José Mota, Augusto Inácio, Eurico Gomes, Octávio Machado, António Oliveira, Rodolfo Reis, Paulo Alves, José Alberto Costa, para referir apenas os que me vêm no imediato à memória. Se em muitos destes casos seria injusto especular acerca do menor empenho das equipas, percebeu-se quase sempre, nas flash-inteviews, um pudor extremo em falar de arbitragens nos jogos contra os dragões, e uma fúria incontida caso os supostos prejuízos se dessem com outros clubes, designadamente o Benfica.
I de ISIDORO RODRIGUES - Este árbitro viseense foi um verdadeiro Benquerença da década de noventa. Muitos foram os jogos em que beneficiou o "seu" F.C.Porto, e sobretudo aqueles em que prejudicou o Benfica, por vezes sem sequer se preocupar com as aparências. Recordo com particularidade um Benfica-Boavista (1995-96) em que Isidoro virou o resultado quase sozinho, expulsando três jogadores do Benfica (entre os quais João Pinto), assinalando um penálti fantasma e validando um golo em fora-de-jogo; bem como um Varzim-Benfica para a primeira jornada de 2001-02, em que o árbitro só apitou para o final do jogo quando o Varzim chegou ao empate, nove (!!) minutos depois da hora, e já depois de ter expulsado os benfiquistas Cabral e Porfírio, e marcado o penáltizinho da ordem, começando a liquidar desde logo as aspirações benfiquistas numa época em que muito apostavam (contratações de Simão, Drulovic, Zahovic, Mantorras etc).
J de JOÃO ROSA - Estava-se em 1985-86 e o campeonato seguia animado com a luta Benfica-F.C.Porto na frente da tabela. Este árbitro eborense foi nomeado para um Salgueiros-Benfica, no qual acabou por só não meter a bola dentro da baliza dos da Luz com as suas próprias mãos. De resto fez tudo para o Benfica perder pontos, acabando por "conseguir" um empate a um golo. O sistema estava a atingir o auge dos seus tempos mais tenebrosos.
Outro Rosa, mas este Santos (embora apenas de nome...), foi também figura de proa do sistema que construiu a hierarquia do futebol português que hoje temos. Uma vez em Loulé, permitiu a marcação de um livre sem ter apitado nem os jogadores algarvios terem formado barreira. Esse lance valeu uma eliminatória da taça para o F.C.Porto. Hoje continua a fazer alguns favores aos dragões, comentando arbitragem no jornal "O Jogo".
K de KANDAUROV - Seria necessário muita pesquisa ou imaginação para encontrar na história do desporto-rei um golo anulado tão limpo como o que este médio ucraniano marcou no Estádio das Antas em 1997-98, num jogo que poderia dar novo rumo a esse campeonato. O F.C.Porto venceu por 2-0, golos de Artur, depois de ser dominado na maior parte do tempo, fruto de uma grande exibição de Poborsky, que se estreava de águia ao peito. Uma arbitragem ultra-tendenciosa de António Costa não permitiu a vitória encarnada.
Outro golo limpo anulado igualmente célebre foi na Supertaça de 1994-95, também nas Antas (onde, assim, era naturalmente difícil marcar), ao extremo campeão de Riad, Amaral. Sem falar em Benquerença.
L de LOURENÇO PINTO -O advogado de Valentim Loureiro no início do caso Apito Dourado, o homem que avisou Pinto da Costa das buscas a sua casa e lhe permitiu a fuga, foi, por surreal que pareça, presidente do Conselho de Arbitragem da FPF no início dos anos noventa, por indicação, claro, da Associação de Futebol do Porto, presidida por o recentemente falecido Adriano Pinto, e que sendo maioritária, pôde sempre optar por manter na sua "posse" aquele "precioso" conselho, em detrimento até mesmo da própria presidência da FPF (que deixava para Lisboa, mas só tratava da selecção nacional). Os seus tempos foram dos piores da história da arbitragem portuguesa, e valeram vários títulos ao F.C.Porto, que tão bem protegido nem precisava de jogar muito para vencer. Com equipas onde pontificavam Vlk, Bandeirinha, Tozé, Paulinho César, Kiki, Raudnei, Barriga ou António Carlos, conseguiu vencer campeonatos ao Benfica de Paulo Sousa, Rui Costa, João Pinto, Vítor Paneira, Futre, Mozer etc. Lourenço Pinto foi pois um verdadeiro Maradona no campeonato português. Laureano Gonçalves e Fernando Marques seguir-lhe-iam o exemplo. Sobre Pinto de Sousa não é necessário acrescentar mais nada aquilo que tem sido veiculado no âmbito do Apito Dourado.
O caso Francisco Silva - que se terá autonomizado do sistema, depois de ser um dos seus principais interpretes - é algo que merecia ser melhor estudado e investigado, e no qual talvez se encontrassem algumas das origens de todo este tenebroso caminho. O juiz algarvio foi "tramado" por Lourenço Pinto, certamente por saber demais, vendo-se irradiado. Recorde-se que foi apanhado com um cheque na mão no balneário em Penafiel.
M de MAIA - Quando vejo toda a polémica em torno do Estoril-Benfica de 2005, disputado no Algarve, e me lembro da quantidade de jogos que o F.C.Porto disputou fora de casa na...Maia, até me dá vontade de rir. Com o pretexto das transmissões televisivas - negociadas pela Olivedesportos - o Estádio Municipal da Maia, um bocadinho mais perto das Antas que o Algarve da Luz, serviu para diversas equipas "receberem" o F.C.Porto. Os resultados eram óbvios, e suponho que os portistas nunca tenham perdido um ponto que fosse nessas "deslocações". Com Damásio na presidência do Benfica, estes eram aspectos que passavam totalmente em claro. Pinto da Costa e o F.C.Porto agradeciam. Foram os anos do "penta".
N de NORTE - O povo do norte tem sangue na guelra. Para o melhor o para o pior. Nas Antas, por exemplo, não eram só os jogadores e os árbitros que tinham de enfrentar a pressão de figuras como o Guarda Abel (que exibia armas em pleno túnel de acesso aos balneários), ou os simpáticos "Super Dragões". Também os jornalistas sofreram na pele sempre que revelaram a coragem de afrontar o super-poder tentacular e mafioso que por ali reinava. Lembro-me de um célebre F.C.Porto-Nacional, em que foram os próprios repórteres televisivos a serem objecto da fúria dos adeptos, sem que ninguém lhes tivesse valido, qual território sem lei, qual fanatismo elevado à potência máxima.
Fala-se também aqui da agressão a Carlos Pinhão, das ameaças de morte a João Santos e Gaspar Ramos, podia-se falar das agressões a Marinho Neves, a Ricardo Bexiga, a Rui Santos e a muitos outros anónimos que, como inclusivamente eu próprio, já foram objecto de ameaças várias.
Noutras modalidades, esta pressão intimidatória tem sido e continua a ser uma das armas dos dragões que, ao contrário do que se passa em Lisboa, contam com forças policiais domesticadas (para além do MP, da PJ, também a PSP lá parece funcionar de forma diferente). No Hóquei em Patins já caíram petardos na cabeça de jogadores do Benfica, sem que tivesse acontecido nada. No Basquetebol ainda no ano passado houve distúrbios que passaram impunes.
O ódio a Lisboa foi sempre uma matriz de Pinto da Costa e do seu F.C.Porto, mistificando o facto de haver muitos benfiquistas no norte, e o Benfica não ser, longe disso, representativo exclusivo da capital portuguesa, onde existem dois clubes grandes. Na verdade, esse ódio - de consequências por apurar na coesão do nosso pequeno país - não foi mais que um instrumento de aglutinação de tropas e manutenção e endeusamento de um poder com laivos fascizantes quanto ao seu fanatismo. Isto virou-se sempre contra a selecção nacional, a qual foi amplamente penalizada pelo desprezo e/ou instrumentalização de que foi alvo. Até chegar Scolari...
O de OLIVEIRAS - Juntamente com o irmão António, Joaquim Oliveira foi elemento determinante na consolidação do poder portista. Ainda hoje o clube da Luz tem as suas transmissões televisivas extremamente sub-avaliadas, face à popularidade e audiências de que desfruta. Faz-me alguma confusão Joaquim Oliveira ser accionista de referência da SAD benfiquista, e ninguém se preocupar com isso.
Já o irmão António (o do caso Paula, dos carimbos falsificados no caso N'Dinga, e das polémicas do Coreia-Japão), ex jogador e treinador do clube portista, protagonizou em 1992 um episódio curioso e revelador. Treinava o Gil Vicente e na primeira volta, nas Antas, fez entrar um tal de Remko Boere a um minuto do fim com o resultado em branco. Esse jogador, que quase nunca havia jogado na equipa, nesse minuto apenas, fez um penálti caricato e recebeu ordem de expulsão. O F.C.Porto venceu 1-0. Na segunda volta, em Barcelos, com o F.C.Porto já campeão, o Gil venceu por 2-1 e salvou-se da descida à segunda divisão. Tudo em família portanto...
P de PROSTITUTAS - Já muito antes de rebentar o Apito Dourado se ouvia falar de orgias de prostitutas com árbitros. Até na segunda divisão isso acontecia, e quem conheça pessoalmente alguém ligado à arbitragem facilmente perceberá do que estou a falar. Marinho Neves também já havia falado dessa realidade, muitos anos antes de António Araújo entrar no mundo do futebol, e de se ouvir falar em Apito Dourado.
O envolvimento com prostitutas é uma forma de pressão extremamente eficaz. Se por um lado premeia e vicia, por outro permite sempre chantagear, mantendo nas mãos, quais marionetas, quem por uma vez cai nessa rede, nomeadamente através de câmaras de filmar ocultas. Estando muitas das casas de alterne da zona do grande Porto ligadas a Reinaldo Teles, é fácil perceber a potencialidade deste esquema.
Q de QUINHENTINHOS - Por falar nele, Reinaldo Teles tem passado estranhamente pelo meio dos pingos da chuva do processo Apito Dourado. Mas foi ele que apareceu ligado ao célebre caso dos "quinhentinhos", em finais dos anos noventa, numa conversa no âmbito do caso Guímaro, que nunca foi devidamente esclarecida. Outro dos casos que se perderam na impunidade com que toda esta temática se debateu ao longo dos anos. Sobre ele, há também quem diga que parte do dinheiro da venda de Ricardo Carvalho e Paulo Ferreira foi para pagar dívidas suas no casino de Espinho. Mas isso são contas de outro rosário e pouco interessam ao caso.
R de RAÇA - A equipa do F.C.Porto sempre foi admirada pela sua raça, mas algumas foram as vozes que, à boca pequena, se referiram à natureza dessa "raça". Luciano d'Onofrio, o bruxo "brasileirinho" e sobretudo o Dr.Domingos Gomes, talvez saibam mais do que a generalidade dos adeptos acerca da capacidade competitiva com que os jogadores do F.C.Porto sempre se apresentaram em campo, mesmo quando muitos deles não apresentavam os mesmos índices, nem pela selecção, nem quando saíam para outros clubes. O Dr. Domingos Gomes era, e é, um dos grandes especialistas europeus em (anti)dopagem, e os jogadores portistas tinham, nos anos noventa, fama de levar frascos dentro dos bolsos do roupão já cheios para o controlo anti-doping.
S de SPORTING - Sempre me pareceu incompreensível o posicionamento do Sporting em toda esta história. O clube de Alvalade sempre se queixou, e muito, mas nunca percebendo, ou não querendo perceber, onde estava realmente a origem do problema. Apenas Dias da Cunha pareceu a dado passo ter entendido tudo, mas acabou escorraçado da presidência do clube, muito fruto de um pacto que estabelecera com o Benfica a este propósito, e que foi muito mal aceite em Alvalade pelos ortodoxos da rivalidade lisboeta.
O Sporting, seus adeptos, e muitos dos seus dirigentes, na cegueira de uma fratricida rivalidade com o Benfica, sempre olharam de lado tudo o que se pudesse parecer com corrupção, mas não envolvesse o clube da Luz. Se o Apito Dourado tem atingido o Benfica, outro galo certamente cantaria, pois ferir o Benfica era tudo o que muitos sportinguistas mais quereriam, mesmo não tendo o clube da Luz vencido mais que um campeonato nos últimos catorze anos. Sendo com o Porto, pouco lhes parece interessar. Aliás, parece-me que cada vez mais as vitórias portistas vão sendo compartilhadas pelos leões - só pelo prazer de ver o odiado Benfica perder -, bastando ver o que se passou e Lisboa nas comemorações do tri.
Compreende-se de algum modo a questão emocional, mas esta postura não encerra qualquer tipo de racionalidade, acabando por ser responsável, por omissão, por muito do que tem sido o futebol português. Exemplo disto foi a época 2004-05, em que com Pinto da Costa no banco dos réus, o Sporting e as suas vozes, ao invés de aproveitarem a ocasião para, juntamente com o Benfica, varrerem de vez toda a porcaria do futebol português, viraram agulhas para um rol de acusações ao Benfica, a Vieira e a Veiga, que acabou por beneficiar objectivamente o F.C.Porto, num momento em que este estava verdadeiramente de gatas, e em risco de tão depressa se não levantar. Resultado: o Benfica foi à mesma campeão, e o F.C.Porto reergueu-se, conquistando este tri, não sobrando nada para Alvalade.
Os sportinguistas deveriam reflectir sobre isto: Em 1982 o Sporting era claramente o segundo maior clube português, agora é claramente o terceiro...
T de TÍTULOS - Se o título de 2003-04, com Mourinho, foi de justiça indiscutível, mau grado as investigações terem incidido sobre essa época, outros houve em que as coisas não foram assim tão cristalinas. 85-86, 89-90, 91-92 e 92-93 foram temporadas em que a verdade desportiva foi completamente adulterada, e em que o campeão deveria ter sido, tem que se dizer, o Benfica. No final dos anos 90, já com o poder sedimentado, e fruto da desorganização interna do Benfica, a facilidade com que o F.C.Porto chegou ao penta não permite afirmar que, sem sistema, não fosse igualmente campeão. Mas a embalagem já era grande. Neste século as coisas melhoraram ligeiramente. Ainda assim, as épocas de 2001-02 e 2002-03, talvez por haver um maior temor do Benfica pós-Vale e Azevedo, foram épocas de mentira Lembram-se do Benfica-Sporting 2-2 apitado por Duarte Gomes (o afilhado de Guilherme Aguiar, então director executivo da Liga), ou do Boavista-Benfica 1-0 da semana seguinte apitado por Pedro Proença, em que Simão foi abalroado dentro da área sem que nada acontecesse ?.
A estratégia foi nesta fase sempre a mesma: beneficiar o F.C.Porto e prejudicar o Benfica nas primeiras dez jornadas (em que com menos dramatismo as coisas passavam melhor...), ganhar vantagem, e assim desmobilizar adversários e galvanizar acólitos.
U de ÚLTIMOS TEMPOS - A partir de 2004, fruto das vicissitudes do Apito Dourado, a situação melhorou consideravelmente. A incompetência dos árbitros naturalmente não desapareceu por magia, mas passou a haver a sensação de errarem para todos os lados de forma menos discriminada. Contudo, na época de 2004-05, a pressão anti-benfiquista e a respectiva tentativa de condicionamento foi tanta que por pouco não tinha retirado o título aos encarnados, na época de Benquerença, da roubalheira de Penafiel (Pedro Proença não quis ver quatro grandes penalidades !!), do penalti por marcar em Coimbra sobre Sokota, do golo limpo anulado a Nuno Gomes frente ao Marítimo com o resultado em 3-3, do agarrão pelas costas a Nuno Gomes com o Belenenses, do golo sofrido directamente de livre indirecto contra o Nacional, do penálti fantasma marcado por Jorge Sousa em Guimarães num salto de Romeu com Luisão, do penálti sobre Geovanni em Setúbal não assinalado com o resultado ainda em branco, e por outro lado, nos jogos dos dragões, de uma expulsão surrealista de Juninho Petrolina num jogo contra o Belenenses, do golo de Fabiano nos Barreiros dois metros fora-de-jogo, do golo também off-side de McCarthy ao Penafiel em casa, do golo validado após falta de Jorge Costa sobre Ricardo no Porto-Sporting, das agressões impunes de McCarthy, Fabiano, Costinha e Jorge Costa, do penálti escamoteado a Lourenço no Restelo, do domínio com a mão de McCarthy no golo ao Rio Ave, etc etc.
Em 2006-07 o campeão podia ter sido o Sporting, não fosse o golo com a mão do Paços de Ferreira em Alvalade, e em 2007-08, caso os seis pontos tivessem sido retirados em tempo útil aos portistas, o campeonato poderia ter sido outro. Isto no pressuposto que o clube de Pinto da Costa não tinha descido à segunda divisão na época 2005-06, como teria acontecido se estivéssemos em Itália, França, Espanha, Alemanha ou Inglaterra, e a nossa justiça não tivesse um "quê" de tanzaniana.
Destaque nestas últimas épocas para as arbitragens do portuense Paulo Costa. Uma na Amadora há dois anos, e uma na Luz recentemente com o Leixões, em que ficou demonstrado existirem ainda resquícios de um tempo que se julgava já passado. Lucílio Baptista nos dois últimos domingos também mostrou algum zelo em deixar essa ideia bem vincada.
V de VERY-LIGHT - O termo entrou na história na sequência da final da Taça de 1995-96, em que um irresponsável qualquer atirou um para a bancada oposta matando um adepto do Sporting. Sem a mesma gravidade humana, mas com influência desportiva acrescida, houve um caso nas Antas (pois claro), pouco tempo depois, que raia o surrealismo. No momento da marcação de um penálti contra o Farense, com o resultado a zero, cai um very-light sobre a cabeça do guarda-redes nigeriano Peter Rufai. Com ele total e naturalmente desconcentrado, Jardel atirou para o fundo da baliza e o árbitro validou inacreditavelmente o golo, perante os protestos dos atónitos jogadores algarvios. Este caso simboliza o motivo porque técnicos estrangeiros respeitados como Camacho, Koeman ou Trapattoni, sempre disseram ser o F.C.Porto muito "respeitado" nos estádios portugueses.
Nas Antas aliás passava-se de tudo. Em 1991 no jogo decisivo para o título, os jogadores do Benfica foram obrigados a equipar-se nos corredores, pois o balneário tinha sido empestado de um estranho cheiro tóxico. Nesse dia o presidente João Santos e Gaspar Ramos foram ameaçados de morte pelo guarda-Abel, e a comitiva benfiquista foi apedrejada logo desde a saída do hotel, o que aliás era comum sempre que se deslocava ao Porto - ao contrário, diga-se, do que acontece em Lisboa, onde os jogadores do F.C.Porto se passeiam a pé livremente nas imediações do hotel Altis onde costumam pernoitar.
X de XISTRA - É um dos artistas da nova vaga. Nas últimas épocas realizou na Luz uma das arbitragens mais escandalosas de que me lembro ultimamente, em jogo do Benfica frente ao Beira Mar no qual expulsou de forma alarve Miccoli, impedindo-o de jogar no Estádio do Dragão na jornada seguinte. Na época anterior viu e assinalou de forma anedótica um penálti a favor do F.C.Porto, quando um jogador do Marítimo cortou com a cabeça uma bola que ia para a baliza. O lance seria corrigido pelo árbitro auxiliar, mas mostrou bem porque é que Xistra começa por X.
Z de ZÉ PRATAS - Zé Pratas é da minha terra e é bom rapaz. Não creio que tenha estado alguma vez directa e decididamente ligado a corrupção, e talvez por isso nunca chegou a internacional. Chamo-o para aqui por me recordar de uma Supertaça disputada em Coimbra, na qual após assinalar um penálti, Fernando Couto correu metade do campo atrás dele, e ele sempre a recuar, a recuar, sem que sentisse força para tomar a atitude que se exigia: expulsar o irmão da actual directora executiva da Liga de Clubes.
Salazar o Fascismo, Porto e Benfica, Mentiras dos nossos dias
Nos últimos tempos tem sido comum encontrar espalhada pela blogosfera uma redonda e persistente mentira, segundo a qual o Benfica seria um clube conotado com o antigo regime ou protegido pelo mesmo.
Em cerca de trinta anos de adepto de futebol nunca tinha ouvido tal coisa, e foi preciso aparecerem uns iluminados, fanatizados e instrumentalizados por um certo poder, para ver lançada no ar essa atoarda, como se se tratasse da mais cristalina das evidências.
A afirmação é tão absurda que não mereceria mais que o silêncio. Mas ainda assim, não gostaria de perder a oportunidade de deixar aqui algumas notas, para que os mais novos não se deixem enganar, e a partir das quais se pode ver o ridículo em que caem aqueles que, por fraqueza de espírito, ingenuidade ou ignorância, se deixam manipular e fanatizar por quem deles se serve e assim perpetua um poder bem mais absoluto do que devia, e para o qual a ética e a justiça estão, não na ponta da espingarda como diria Mao-Tse-Tung, mas sim numa qualquer comemoração triunfante na Alameda das Antas. Vejamos:
1 - Será o menos importante, mas para começar, a cor vermelha diz bastante. Salazar, que nem sequer gostava de futebol, nunca patrocinaria um clube com as cores da sua figadal inimiga União Soviética. A comunicação social até foi forçada a utilizar a palavra “encarnados” para descrever o Benfica, de modo a não conjugar “vermelhos” com “vencedores”, o que poderia ser dramático para o regime. Ao contrário do Real Madrid – que usava cores queridas aos falangistas de Franco -, o Benfica usava as cores da revolta. Diria até que, por exemplo, o azul e o branco ficariam esteticamente bem melhor com toda a simbologia salazarista.
2 - O Estado Novo teve início em 1926 e começou a desintegrar-se em 1961 com as crises estudantis e a guerra colonial. Pois foi precisamente na fase decadente do antigo regime que o Benfica emergiu como força dominante do desporto português.
Nos primeiros vinte e cinco campeonatos nacionais (entre 1934 e 1959, ou seja o período mais relevante do Salazarismo), a lista de vencedores é encabeçada pelo Sporting com 10 títulos, seguindo-se o Benfica com 9, o F.C.Porto com 5 e o Belenenses com 1. O Benfica tinha portanto vencido 36 % dos campeonatos – em 2008 tem 42%...
3 - O 25 de Abril foi, como todos sabem, em 1974. Pois nas três épocas seguintes o Benfica foi tri-campeão !. Nos vinte anos a seguir à revolução o clube da Luz, não parecendo sentir nada o fim da ditadura, venceu 10 campeonatos, 7 taças, e foi a 3 finais europeias. No mesmo período o F.C.Porto conquistou 8 campeonatos, 5 taças e foi a 2 finais europeias. O Sporting venceu 2 campeonatos e 2 taças.
A crise benfiquista, e a consequente hegemonia portista, deu-se apenas devido às sucessivas má gestões de Jorge de Brito (neste caso mais de quem o acompanhava), e sobretudo, Manuel Damásio e Vale e Azevedo que, paralelamente a outros aspectos, abriram campo aos triunfos portistas das últimas decadas.
4 - Por falar em presidentes, o Benfica foi ao longo da sua história, e enquanto durou o regime anterior, quase sempre presidido por ilustres oposicionistas. Félix Bermudes foi perseguido pela PIDE, e no consolado de Tamagnini Barbosa o clube chegou a correr o risco de ser encerrado pelo governo por alegadamente estar tomado por “conspiradores”. Um outro presidente (Júlio Ribeiro da Costa) teve mesmo de se demitir para que o clube não fosse mais penalizado pelo regime, dada a sua forte conotação política com a oposição. O Benfica chegou a ter um presidente operário (Manuel Afonso, também, naturalmente, oposicionista), e foi, de longe, o clube desportivo que mais problemas criou a Salazar, como de resto seria de esperar numa agremiação tão marcadamente popular desde a sua fundação.
5 - Os órgãos sociais do Benfica sempre foram eleitos democraticamente, o que por diversas vezes foi alvo do olhar recriminador da PIDE, que acompanhou os actos eleitorais e assembleias-gerais bem de perto. Durante muitos anos foi o Benfica a única das grandes instituições do país onde o poder era escolhido através de voto livre e democrático. Nem o Jornal do clube escapou à perseguição, sobretudo quando tinha à sua frente José Magalhães Godinho.
6 - Os poderes públicos apoiavam tanto os “encarnados” que em 1956 escolheram o Sporting – por convite - para participar na primeira edição da Taça dos Campeões Europeus, apesar do campeão da época anterior ter sido o Benfica.
7 - O Estádio das Antas, construído com fortíssima ajuda do regime, e financiado por gente a ele ligada, foi inaugurado num dia 28 de Maio, data em que Gomes da Costa havia partido do norte em direcção a Lisboa para instalar a ditadura em Portugal, 26 anos antes. Curiosamente, o Benfica estragou a festa e venceu por…2-8 !!
Pelo contrário, o Estádio da Luz foi construído (muitas vezes literalmente) pelos sócios do Benfica, sem recurso a quaisquer subsídios, e permitiu ao clube acabar com os sucessivos despejos a que foi sujeito e a que foi estoicamente resistindo. Curiosamente, o estádio que o Benfica utilizava antes tinha sido arrendado pelo Sporting (clube da aristocracia lisboeta), que então lhe chamava Estádio 28 de Maio. O Benfica não só fez questão de o inaugurar num dia 5 de Outubro, como lhe mudou o nome, designando-o apenas por “Campo Grande”.
8 - No início dos anos quarenta, época dourada de Salazar, o F.C.Porto beneficiou da ajuda dos seus influentes homens do poder para, através de dois cirúrgicos alargamentos, evitar cair para a segunda divisão, após se ter classificado em terceiro lugar no seu campeonato regional, que na altura apurava as equipas (os dois primeiros) para a prova nacional. Mal se sabia que, décadas e décadas depois, seria novamente a sua influência a evitar a descida, agora por motivos bem diferentes, e bem mais nebulosos.
Saudação fascista dos jogadores do FC Porto
Saudação fascista dos jogadores do Sporting CP
9 - Como referiu Manuel Alegre – insuspeito de salazarismo – os relatos dos jogos do Benfica, e as suas vitórias, eram motivo de grande regozijo entre os exilados políticos. O Benfica era mesmo, para alguns deles, o único motivo de orgulho no seu país.
10 - O Benfica foi campeão europeu com jogadores que faziam parte dos movimentos de libertação das colónias, como Santana e Coluna. Obviamente queSalazar não teve alternativa senão engolir o sapo e colar-se ao êxito do clube,aproveitando-se dele para efeitos políticos.
11 - Nas comemorações da vitória aliada na segunda guerra mundial, toleradas por Salazar apenas por receio de represálias dos vencedores – sobretudo a tradicional aliada Inglaterra – viram-se nas ruas bandeiras de França, dos Estados Unidos, de Inglaterra e…do Benfica, estas naturalmente substituindo as da URSS, e utilizadas por oposicionistas comunistas.
12 – O hino do Benfica (“Ser Benfiquista”) cantado por Luís Piçarra não é o original do clube.O primeiro hino, composto por Félix Bermudes, chamava-se “Avante Benfica” e foi silenciado pelo regime.
13 – O Estádio da Luz passou 17 anos, desde a sua fundação, sem ser utilizado pela selecção nacional. Só já nos anos setenta se disputou o primeiro jogo de Portugal num estádio benfiquista. Nunca se jogou a final da taça na Luz ou em qualquer outro estádio utilizado pelo Benfica, ao contrário do que aconteceu nas Antas, onde o F.C.Porto disputou (em casa) nada menos que três finais, antes e depois do 25 de Abril.
14 - O primeiro grande escândalo de arbitragem na história do futebol português valeu um título ao F.C.Porto. Estávamos em 1939, no auge da ditadura salazarista, e no jogo decisivo os “vermelhos” viram um golo anulado nos últimos instantes, que valeria a vitória e o título. Também a história Calabote (que foi irradiado) está mal contada – e em breve poderei falar dela -, e de resto redundou num outro título para o F.C.Porto, que aliás já na altura demonstrava uma propensão enorme para se envolver em questões desta natureza.
15 – Ao longo dos anos do regime ditatorial, as situações em que os poderes públicos e federativos prejudicaram o Benfica administrativamente sucederam-se. Uma das mais conhecidas foi a não autorização para adiar o jogo da Taça de Portugal frente ao V.Setúbal, marcado para o dia seguinte à final de Amsterdão em 1962. Mas houve outras, como a marcação da repetição de um jogo para três dias antes da tal jornada de Calabote, obrigando o Benfica a um desgaste adicional que lhe poderá ter custado o título.
16 – Nunca em tempo algum o Benfica teve um seu sócio, ou mesmo adepto, como presidente de organismos ligados à arbitragem do futebol. O F.C.Porto é o que se sabe, e o Sporting também não se pode queixar pois tem agora lá um “emblema de ouro”.
17 - O Benfica conquistou mais títulos nacionais nas modalidades extra-futebol em democracia (57), do que em ditadura (44). Ao contrário, por exemplo, do F.C.Porto, que à excepção do caso específico do hóquei em patins, tem mais títulos antes da revolução de Abril do que depois (25 antes -19 depois).
18 - O Benfica tem entre os seus adeptos gente de todos os estratos sociais e sectores políticos. Mas convenhamos que Álvaro Cunhal, José Saramago, Xanana Gusmão, António Guterres, Jerónimo de Sousa, António Vitorino de Almeida, Artur Semedo, Manuel Alegre, Miguel Portas e muitas outras figuras da esquerda portuguesa, simpatize-se mais ou menos com elas, nunca seriam seguramente adeptos de um clube de algum modo relacionado com o regime fascista.
19 – É curioso que o Benfica, tendo adeptos espalhados pelo país e pelo mundo, tem maior expressividade precisamente nas zonas mais conhecidas pelo seu combate ao fascismo, ou seja Alentejo – onde a percentagem de benfiquistas é absolutamente esmagadora - e cintura industrial de Lisboa, nomeadamente a margem sul do Tejo. Pelo contrário, o F.C.Porto tem a grande maioria dos seus adeptos concentrados na região norte, pouco conhecida pelo combate democrático – pode ser injusto para muitos dizê-lo, mas a verdade é que a maioria dos agentes da PIDE eram nortenhos, e a maioria dos detidos eram provenientes justamente das zonas onde existe maior expressão do benfiquismo.
Nos anos quentes da reforma agrária, no pós-revolução, sei de pessoal das UCP’s alentejanas que se organizava em excursões para os jogos internacionais do Benfica.
20 – Seria interessante também fazer a contabilidade dos adeptos e sócios do Benfica nas ex-colónias. Como seria possível haver tantos benfiquistas, por exemplo, em Angola e Moçambique, se o clube tivesse alguma conotação com o regime que durante anos lhes negou a independência e lhes deu a guerra ?
in http://vedetadabola.blogspot.com
"o Benfica só ganhava por causa do Salazar!"
Neste últimos tempos, os adversários do Sport Lisboa e Benfica, designadamente os adeptos do FC Porto, têm recorrido a uma versão muito particular para explicar a riqueza do palmarés do Benfica, sobretudo no que diz respeito às épocas gloriosas dos anos 60 e 70. Segundo essas mesmas versões, os sucessivos títulos do SLB só foram conquistados à custa da protecção superior do regime anterior ao 25 de Abril; uma das expressões reiteradamente utilizadas é a de que, e passo a citar, “o Benfica só ganhava por causa do Salazar!”.
Este discurso não é novo, mas ressurgiu em força após a conquista do 31º título do historial do clube. O problema gerado pela difusão constante desta falsidade, como demonstraremos de seguida, é que de tantas vezes repetido, começa a parecer verdadeiro... Aliás, nestas últimas semanas, não têm faltado as declarações de várias personalidades distintas, desde comentadores encartados a populares anónimos, repetindo a “cassete” ensaiada até à exaustão. Já todos sabemos que, nestas coisas do futebol, a fé clubística dita leis implacáveis: se ouvimos algo a favor do nosso clube é verdade, se a referência é desagradável, então deve ser mentira...
A única solução neste tipo de contextos é recuperar a verdade através do recurso aos factos, à realidade indesmentível dos dados estatísticos. Por outro lado, é igualmente possível e aconselhável analisarmos alguns aspectos concretos que desmentem claramente a tal história que muitos insistem em divulgar.
Em primeiro lugar, comecemos por uma constatação evidente: o Benfica venceu muitos campeonatos na década de 60, não por causa do regime, mas devido à espantosa qualidade da sua equipa de futebol. Um argumento basta para comprovar o facto: mesmo que em Portugal tivesse existido a tal protecção e o Benfica fosse campeão sem mérito, como explicar as duas Taças dos Campeões Europeus de 1961 e 62? Como explicar as 5 presenças em 8 anos na final da mesma competição (61, 62, 63, 65 e 68)? Não me parece que a influência do regime fosse tão poderosa que conseguisse manipular os resultados de dezenas de jogos disputados em vários estádios da Europa. Aliás, o valor e o prestígio da equipa foram inúmeras vezes reconhecidos internacionalmente, razão pela qual recebeu prémios que com inteira justiça recompensaram as magníficas carreiras dos jogadores dessas épocas memoráveis.
Um outro aspecto que é mencionado com frequência, está relacionado com a origem de vários jogadores que foram determinantes nas vitórias desses anos: refiro-me à presença numerosa de atletas oriundos das então colónias portuguesas. Esquecem os detractores que qualquer clube português dessa altura possuía jogadores africanos, sobretudo de Angola e Moçambique, pelo que o recurso a esses jogadores não era privilégio exclusivo do Benfica, como facilmente se pode comprovar ao consultar os plantéis dos clubes que disputaram esses campeonatos.
Outro elemento que é omnipresente na tal versão parcial e injusta dos factos, é pretender convencer os adeptos do futebol que o Benfica deixou de ganhar depois de ser instaurada a liberdade em Portugal. Isto é, querem passar a ideia que a partir de 25 de Abril de 1974, o Benfica abandonou a posição de liderança incontestável que possuía anteriormente. Nada mais falso, como veremos!!!
Se repararmos na lista dos vencedores do Campeonato Nacional da 1ª divisão, verificamos que entre 1974/75 e 1994/95, precisamente os 20 anos que se seguiram ao 25 de Abril, os campeões foram os seguintes:
1975 – Benfica
1976 – Benfica
1977 – Benfica
1978 – FC Porto
1979 – FC Porto
1980 – Sporting
1981 – Benfica
1982 – Sporting
1983 – Benfica
1984 – Benfica
1985 – FC Porto
1986 – FC Porto
1987 – Benfica
1988 – FC Porto
1989 – Benfica
1990 – FC Porto
1991 – Benfica
1992 – FC Porto
1993 – FC Porto
1994 – Benfica
1995 – FC Porto
Conclusão: nos 20 anos (21 campeonatos) subsequentes ao 25 de Abril, o Benfica conquistou 10 títulos, o FC Porto 9 e o Sporting 2. O Benfica tem praticamente tantos campeonatos como os dois principais opositores... Nada mau para uma equipa que acusam de ter “desaparecido do mapa” após a Revolução... É evidente que começa a notar-se uma preponderância do FC Porto, que começava a demonstrar cabalmente as suas virtudes em termos de organização, gestão e sobretudo construção de excelentes equipas de futebol. Convém ainda acrescentar que, neste período, o Benfica continuou a evidenciar a sua hegemonia conquistando 9 Taças de Portugal, algumas delas precisamente contra o seu rival FC Porto, tendo mesmo vencido o adversário em pleno Estádio das Antas em 1983...
Nesta altura, podemos legitimamente perguntar quais foram as causas reais e indiscutíveis que conduziram o Benfica a 11 penosos anos de jejum? Como demonstrámos nas linhas anteriores, os motivos não têm rigorosamente nada a ver com o anterior regime, com o 25 de Abril ou com qualquer outro acontecimento da nossa História recente. As causas da decadência do Benfica foram claramente três, e manifestaram-se sobretudo a nível interno:
1. Sucessão de Presidentes e das respectivos equipas de gestão que foram empobrecendo o Benfica a vários níveis: o processo começou com Jorge de Brito, passou por Manuel Damásio e atingiu o auge (dramático) com Vale e Azevedo, que destruiu as principais características que o clube ainda possuía: bons jogadores, credibilidade interna e externa, gestão adequada às novas realidades desportivas e empresariais contemporâneas;
2. Confirmação do FC Porto como equipa de primeiro plano (tanto em termos nacionais como no plano internacional), fruto de uma elevada eficácia organizativa e de uma política acertada no que concerne a contratações de jogadores de qualidade;
3. Decréscimo acentuado da denominada “Mística Benfiquista”, que foi perdendo importância e influência devido ao número elevadíssimo de jogadores de qualidade duvidosa que passaram pela equipa, descaracterizando de forma acentuada o outrora poderoso e eficaz balneário do Benfica. Veja-se, a título de exemplo, o que foi feito após a conquista do campeonato em 1994: a equipa foi desmantelada em poucas semanas, o treinador vitorioso (Toni) foi dispensado, e as mais valias resultantes do título foram desbaratadas de um modo irresponsável e comprometedor, como aliás os 11 anos de jejum que se seguiram amplamente demonstram.
Conclusão: penso que estamos na altura de proceder a uma reposição cabal e abalizada dos factos respeitantes ao percurso do Benfica dos últimos 40 anos. Não foi o regime que recuperou de uma desvantagem de dois golos contra o todo-poderoso Real Madrid, e acabou por golear os madrilenos por 5-3 numa das melhores finais de sempre da Taça dos Campeões.
O Tri-Campeonato conquistado logo a seguir ao 25 de Abril (75,76 e 77) constituiu um sinal evidente que muitos fingiram ignorar: apesar das convulsões internas ditadas pelo conturbado período pós revolucionário, o Benfica continuou a demonstrar de forma clara e inequívoca que continuava a ser o grande baluarte do futebol português. Mais tarde, algumas decisões infelizes de certas personalidades que passaram pelo clube ocupando cargos para os quais não tinham qualquer competência, arrastaram o Benfica para um lamaçal de derrotas, recordes negativos e ausência de títulos.
in serbenfiquista
Mais informações: http://www.slbenfica.pt/incslb/pdf/verdadesdeturpadas.pdf
Coloquei isto aqui não com o objectivo de criar confusões, mas sim com o objectivo de informar todos os que diziam: "o Benfica só ganhava por causa do Salazar!".
Aqui fica a prova de que o Benfica não era o clube do regime e nunca foi beneficiado pelo mesmo..Bem pelo contrário foi inclusivamente perseguido! Ao contrário dos rivais que foram beneficiados pelo regime em vários aspectos:
Citar
- A ditadura ajudou o FC Porto a construir o já desaparecido Estádio das Antas, simbolicamente inaugurado a 28 de Maio de 1952, quase três anos após o início das obras (a 1ª pedra foi lançada em 1949).
- As ligações do FC Porto ao poder permitiram-lhe incrivelmente nas épocas de 1939/40 e 1941/42 conseguir 2 alargamentos dos nacionais para evitar descer à 2º divisão.
- O clube mais próximo da ditadura sempre foi Sporting, pois era o clube que tinha simpatizantes com maior peso na sociedade da altura, e mais tarde (na época do Almirante Américo Tomás)também o Belenenses.
- A 16 de Dezembro de 1960, Eusébio chegou a Lisboa para jogar no Benfica, ficando cerca de uma semana fechado num hotel do Algarve sob vigia de Domingos Claudino, por se recear uma tentativa de rapto por parte do Sporting (clube fortemente apoiado pelo regime).
"O BENFICA é o nosso inimigo mortal. Ponto de honra derrotá-los, dentro e fora das quatro linhas."
Benfica - F.C.P = (1992) - "Depois da festa, foi o fim do mundo. Distribuímos pancada por tudo o que fosse vermelho." "Surgiu a ideia de criar os ultras portugal com elementos dos super dragões e da claque do Sporting. A primeira viagem foi contra a Itália.(...) No caminho, o Borrego lançou um concurso que consistia em ver qual era a claque que mais roubava (...) Foi o caos em Andorra! Lojas e mais lojas cheias de máquinas de filmar, roupa, tabaco...Tudo à mão de semear. Ficámos em transe."
Corunha - F.C.P (2004) - "Resolvemos pôr-nos atrás do repórter a fazer de otários e a gritar "Porto". O cabrão manda desligar a câmara e diz: "estes gajos do Porto são sempre os mesmos palhaços...". Saltou-lhe tudo em cima. Levaram um tareão e sem telemóveis."
Guimarães - F.C.P (1994) - "Houve um policia que se armou em esperto e deu uma bastonada num gajo. Veio outro por trás, deu-lhe uma sarda, ele ficou lá esticado."
Braga - F.C.P (1995) - "Pelo que se comentava, muito do pessoal tinha notas falsas para comprar os bilhetes e ainda trazer troco."
Setúbal- F.C.P (2002) - "Foi o caos! Entraram cem gajos pela área de serviço e roubaram tudo o que lhes apareceu à frente. Até que os guardas trancaram 16 (...) Foram todos absolvidos. Foi um final feliz."
M.United - F.C.P (2004) - "Nunca vi uma coisa daquelas num free shop. Até montras de ouro tinha. Foram dez minutos. Uma rapadela total."
Juventus - F.C.P (2001) - "Abri o cortinado das hospedeiras e vi o Alexio e o Caveira aos beijos e aos apalpanços (...) Os outros começaram a puxá-las, a dar-lhes surras no cu e a apalparem-nas... Depois, o co-piloto começou a falar comigo a explicar que tinham roubado a carteira ao comandante. Ele estava fodido e já queria aterrar o avião, antes do tempo! (...) Os cães sentiram o cheiro a ganza que os gajos fumaram durante o voo..."
Corunha - F.C.P(2003) - "Só os vi em cima dele a disputarem o telemóvel, a camisola, as calças, o dinheiro. Quando me apercebi do que ele estava a dizer vi que era espanhol. Não queria acreditar que tinham raptado um puto de 17 anos. Os cabrões, como íamos de porta aberta, viram o chavalo e meteram-no para dentro do autocarro. Fiquei cego e enchi-os de porrada. "Vocês, são doidos! Se queriam roubar, roubassem antes de entrar".
Pode ser que seja eu que estou a ver mal a coisa, mas em vez de lhe darem atenção suficiente para lançar um livro, não o deviam pôr na cadeia? Por muito menos estão centenas deles em Pinheiro da Cruz!
ATT - Alguma vez se arrependeu de ter ficado no FC Porto depois do Euro 2004 e da saída de Mourinho?
Costinha - Atentendo ao que se passou, fiquei um bocado arrependido. Perdi tempo. Havia vários clubes interessados, mas o FC Porto convenceu-me de que era uma peça importante para a equipa, um factor de estabilidade no balneário. Tinha um contrato muito bom, acima das possibilidades do mercado português e achei que devia ficar. Fiz mal.
ATT - Pelos resultados desportivos?
Costinha - Por tudo. Nunca pensei que o FC Porto se destruísse em tão pouco tempo. Da equipa campeã europeia apenas ficaram 10 jogadores. A equipa ficou sem identidade, sem espírito. Na época anterior, era habitual ver 10 ou mais jogadores no mesmo restaurante sem ter havido qualquer combinação. Era um prolongamento dos treinos e dos jogos. Com tantas saídas e tantas entradas, cada um ficou para seu lado. Não consegui perceber que tipo de política foi esta nem o que se prentendia obter com ela.
ATT - O FC Porto apontou razões financeiras...
Costinha - Pelos valores a que venderam o P.Ferreira, o Deco, o R.Carvalho e ainda o Mourinho, não era preciso vender mais ninguém. Ia buscar o Seitaridis, um médio e pronto. Assim, sim: seria possível reorganizar a equipa, pô-la de novo a funcionar.
ATT - Terá sido uma opção de Del Neri...
Costinha - Não me parece que lhe tivesse sido dado o poder de desfazer equipas campeãs da Europa.
ATT - A sangria na equipa continuou com Fernández...
Costinha - Fernández construiu uma equipa e depois venderam-se mais jogadores.
ATT - Derlei foi dispensado por vontade de Fernández?
Costinha - Isso é mais complicado. Para perceber a saída de Derlei é preciso encontrar quem está por detrás dela. Não admito que um grupo de adeptos venha criticar e enxovalhar, com faixas provocatórias, um atleta que deu ao clube aquilo que Derlei deu. E mais espantados ficámos quando ninguém do FC Porto tomou uma atitude. Pelo contrário. Essa gente, depois de insultar os jogadores, entravam nas instalações do clube com um livre-trânsito e ninguém fazia qualquer reparo. E mais: de dia ameaçavam os jogadores e à noite jantavam com dirigentes do FC Porto. Que pensa um grupo quando sabe que quem os insulta e ameaça janta com dirigentes do clube?
ATT - Conhece o presidente dos Super Dragões?
Costinha - De vista. Ele diz-se profissional de claque e, pelo que aparenta, tem uma profissão rentável. Muitos jogadores do FC Porto não ganham para comprar Porsches e ele tem um.
ATT - Acha que as claques serviram para branquear as decisões da direcção que falharam?
Costinha - Não sei. Sei que tenho no meu corpo marcas que provam o que dei ao clube. Joguei lesionado e joguei infiltrado, fi-lo porque quis e por dedicação. Ganhei tudo o que havia para ganhar. E ainda andam a correr atrás de mim para me fazer a vida negra?! E os responsáveis, os directores não fazem nada?
ATT - Foi ameaçado?
Costinha - Sim, mas como tenho um grande amigo na cidade do Porto o caso teve um fim pacífico.
ATT - Qual foi a situação mais complicada?
Costinha - Quando o FC Porto empatou na Madeira com o Nacional, os desacatos começaram logo no aeroporto do Funchal. As claques provocaram com insultos todos os jogadores, sobretudo o Raul Meireles, que tivera o azar de fazer um autogolo. Foi mesmo agredido fisicamente, com uma garrafa. Eu estava no Porto, a recuperar de um traumatismo craniano, mas soube o que se estava a passar porque telefonei a vários colegas, por solidariedade. E perante o que ouvi decidi ir ao aeroporto do Porto esperar a equipa. Levei dois amigos, para não levar dois guarda-costas, e tive razão, porque quando lá cheguei vi um bando de 60 ou 70 Super Dragões. Os jogadores foram os primeiros a sair do avião e a levar com aquela gente toda, com insultos, com agressões, enquanto os dirigentes ficaram dentro do avião, protegidos. Apenas Reinaldo Teles saiu. E a verdade é que aquela gente agrediu atletas. Na época passada, tudo foi permitido no FC Porto.
ATT - Nunca tentou falar com o presidente?
Costinha - Não. Eles é que decidem. Quando acertam, dizem que acertam, quando erram não dizem nada. Tinhamos jogadores campeões da Europa a ganhar 5 escudos e outros sem nada ganho com ordenados muito superiores. E eu tentava ajudar falando com eles.
ATT - O mau comportamento da equipa nos jogos em casa esteve relacionado com este ambiente?
Costinha - Foi uma das questões da época e a explicação. É muito simples: alguns jogadores não conseguiram jogar por medo. Estamos a falar de ameaças vindas de grupos organizados. Por mais que alguns de nós tentasse criar um ambiente desinibido, houve quem ficasse em pânico por falhar um passe ou uma jogada.
ATT - Foi por isso que jogadores como Luís Fabiano renderam pouco?
Costinha - Luís Fabiano foi um dos que se deixaram apanhar por esse medo.
ATT - Estamos a falar das mesmas pessoas de quem Mourinho se queixou?
Costinha - Claro. Estou por dentro da história, mas não a posso revelar sem autorização dele. No entanto, posso dizer que aquilo que fizeram ao Mourinho foi uma vergonha.
ATT - O que fez Pinto da Costa para evitar esses problemas?
Costinha - Ele continua a ser um grande líder, mas nos maus momentos não basta dizer que a equipa perde porque o Derlei só gosta da noite ou porque o Costinha só gosta da noite. Bodes expiatórios, não. É fácil atribuir a destruição da equipa campeã do Mundo a Del Neri, é fácil atribuir o despedimento dele às pressões dos jogadores, é fácil atribuir a Fernández o esvaziamento, em Janeiro, da equipa, e é fácil convencer a massa associativa, através da colocação estratégica de meia dúzia de Super Dragões num estádio, de que a culpa é dos jogadores. E assim protege-se a direcção. Mas eu não sou dos que ouvem, vêem e ficam calados. A equipa e o espírito de Mourinho foram completamente destruídos.
ADEPTO QUE CUSPIU JOSÉ MOURINHO EXPLICOU-SE A UM JORNAL INGLÊS
Hélder Mota: «Queria dar-lhe um soco»
http://www.record.pt/noticia.asp?id=586838&idCanal=17
Hélder Mota pertence à claque portista, Super Dragões, e foi o homem que cuspiu José Mourinho no jogo de Londres, entre o Chelsea e o FC Porto. Depois, ao jornal inglês, "News of the World", o jovem de 29 anos, residente na zona da Ribeira, na cidade Invicta, explicou os motivos que o levaram a tal acto para com o ex-treinador do FC Porto, dando a entender que a cuspidela acabou por ser um mal menor.
"Eu só fui a Londres com a intenção de ver o jogo, mas quando vi o Mourinho não consegui conter-me. Veio-me tudo à cabeça: as mensagens que ele mandava à minha mulher, o facto de ele ter abandonado o FC Porto por dinheiro e o facto de termos sido amigos. Quando ele veio dar autógrafos para a nossa bancada, queria saltar para o relvado e dar-lhe um soco, mas os meus amigos impediram-me e acabei por cuspi-lo duas vezes na cara. Na sequência disso, fui agarrado por quatro 'stewards' e vi o jogo na televisão", disse o Super Dragão, explicando, por fim, como Mourinho conheceu a mulher dele: "Ele viu a minha mulher numa discoteca no Porto e pediu a um amigo o número do telemóvel dela. Depois, começou a mandar-lhe mensagens anónimas a dizer como ela era linda e coisas assim... Se calhar não sabia que ela era a minha mulher."
Resta agora saber se Mourinho reagirá às acusações...
As agressões misteriosas no FC Porto
A agressão sofrida por Adriano na madrugada de sábado, à saída de uma discoteca em Vila do Conde, é mais uma a afectar jogadores e treinadores do FC Porto
A agressão sofrida por Adriano na madrugada de sábado, à saída de uma discoteca em Vila do Conde, é mais uma a afectar jogadores e treinadores do FC Porto, numa lista que se vai tornando cada vez mais extensa... Co Adriaanse, Paulo Assunção e até o antigo basquetebolista Matt Fish sofreram na pele, mas os agressores nunca foram encontrados.
A vida do ponta-de-lança de 30 anos no FC Porto está cada vez mais difícil.
Em 2005/06, sob orientação técnica de CoAdriaanse, tudo correu bem, mas a chegada de Jesualdo Ferreira tornou as coisas bem diferentes. Na primeira época sob a orientação do treinador português, o ponta-de-lança só convenceu o professor da sua utilidade na segunda volta do campeonato, mas ainda foi a tempo de marcar por 11 vezes em 18 partidas. O pior estava para vir. Na temporada seguinte, Adriano só foi titular porquatro vezes (com um golo marcado) e acabou mesmo dispensado. Só que recusou o empréstimo a vários clubes e decidiu ficar no Dragão, mesmo sabendo que não contava para Jesualdo Ferreira. "Quero mostrar ao professor que tenho condições para jogar neste clube. Espero uma oportunidade e se a tiver não a vou deixar fugir", afirmara em Julho de 2007. Mas a verdade é que Adriano continua à margem do plantel do FC Porto, situação que se arrasta há 13 meses. Todos os dias o ponta-de-lança treina-se na companhia de um preparador físico dos azuis e brancos, longe do convívio com os outros colegas. No início da última temporada, o FC Porto propôs-lhe várias alternativas para prosseguir a carreira, mas Adriano quis ficar. Após um longo período de silêncio, o futebolista agitou as águas, em declarações ao jornal "Record" na última semana:
"Quando eu decidir falar saiam da frente". Ao longo do dia de ontem tentámos contactarAdriano, assim como membros da sua família, mas os telemóveis estiveram sempre desligados. Não foi, por isso, possível saber o que Adriano quis dizer ao certo com esta frase. Aversão dos acontecimentos da noite da agressão é diferente. A polícia diz uma coisa, os bombeiros dizem outra (ver caixa). Não fica assim claro se a namorada do craque foi, ou não, agredida.
Certo é que os agressores não foram identificados. Paulo Assunção sofreu Este episódio que se passou com Adriano na madrugada do último sábado não é caso virgem num futebolista do FC Porto.
Paulo Assunção também viveu situação muito complicada há ano e meio, ainda que as ameaças não tenham passado a agressão. O antigo médio portista foi interpelado de forma agressiva à saída de um treino no Olival. "Cinco indivíduos abordaram-me e disseram que se não renovasse contrato até alguns dias depois me davam um tiro nos joelhos!", explicou em entrevista recente à RTP. E referiu que esta situação acabou por ter efeito contrário. "Logo na altura expliquei-lhes que as coisas não são assim... Fui directo à polícia, enquanto eles me perseguiram de carro. Perdi a confiança e a minha esposa teve de mudaro rumo da vida dela", referiu. E poucos meses depois Paulo Assunção rescindia com o clube, alegando a lei Webster.
Co Adriaanse também esteve debaixo de fogo. Em Janeiro de 2006, quando foi buscar o carro ao centro de treinos do Olival, depois de um empate com o Rio Ave, a sua viatura foi pontapeada e socada por presumíveis elementos dos Super Dragões, claque do clube. E inclusivamente o carro do actual treinador do Red Bull Salzburgo foi atingido por um very light. De forma quase milagrosa, Co Adriaanse conseguiu escapar ileso. Contactado pelo nosso jornal, o treinador que se sagrou campeão nacional nos dragões teceu um rápido comentário em relação ao incidente com Adriano. "Fico triste por ele e desejo-lhe as rápidas melhoras", expressou o técnico, que acrescentou ter "boas recordações de Adriano". E tem razões para isso, já que o brasileiro, vindo do Cruzeiro no mercado de Inverno da temporada 2005/06, apontou sete golos em 15 jogos na Liga, tendo sido muito importante para o primeiro título portista na actual saga que já vai em tetra.
Em entrevista ao nosso jornal no dia 30 de Abril, Co Adriaanse recordou as agressões de que foi alvo. "Não estava à espera que aquilo acontecesse, mas depois do incidente recebi grande apoio do presidente e de Antero Henrique, não me posso queixar do tratamento do clube", referiu.
Agressões no basquetebol
Não se pense que o caso de agressões sofridas por atletas do FCPorto é um exclusivo do futebol. As tristes cenas já chegaram ao basquetebol. Arranque da época de 2000/2001: o FC Porto contrata uma dupla de norte-americanos: Matt Fish e Todd Merritt. Mas os jogadores não agradam aos responsáveis portistas, que tentam a todo o custo rescindir os contratos.
Matt Fish resiste e acaba por ser agredido num escritório de um conhecido dirigente portista, na presença dos responsáveis da secção de basquetebol – Fernando Gomes (actual responsável da SAD do futebol dos dragões) e FernandoAssunção. Fish avançou com um processo em tribunal contra Gomes e Assunção, mas as acusações redundaram em... nada. Merritt continuou a treinar nas Antas, mas fartou-se de ser ostracizado e acabou porassinaro acordo de rescisão. A claque Super Dragões (SD) tem sido sempre associada a estes episódios de violência. Mas nunca se provou a participação de elementos do grupo de apoio dos azuis e brancos a estarem envolvidos nestes episódios. O 24horas contactou Fernando Madureira, um dos líderes da claque, no sentido de obter uma reacção a respeito da agressão sofrida por Adriano. No entanto, este elemento dos SD desligou-nos o telefone logo a seguir a termos formulado a pergunta.
- As ligações do FC Porto ao poder permitiram-lhe incrivelmente nas épocas de 1939/40 e 1941/42 conseguir 2 alargamentos dos nacionais para evitar descer à 2º divisão.
- O clube mais próximo da ditadura sempre foi Sporting, pois era o clube que tinha simpatizantes com maior peso na sociedade da altura, e mais tarde (na época do Almirante Américo Tomás)também o Belenenses.
- A 16 de Dezembro de 1960, Eusébio chegou a Lisboa para jogar no Benfica, ficando cerca de uma semana fechado num hotel do Algarve sob vigia de Domingos Claudino, por se recear uma tentativa de rapto por parte do Sporting (clube fortemente apoiado pelo regime).
Platini insatisfeito com inclusão do F. C. Porto na Liga dos Campeões
2008-06-26
O presidente da UEFA, Michel Platini, manifestou-se insatisfeito com a inclusão do FC Porto na próxima edição da Liga dos Campeões em futebol, numa entrevista concedida ao diário desportivo espanhol Mundo Deportivo.
"Como presidente da UEFA não estou nada contente com a sua (FC Porto) inclusão na Liga dos Campeões. Digo-o claramente. Durante o meu mandato, a UEFA vai lutar até à morte contra a corrupção", garantiu o dirigente à edição desta quinta-feira ao jornal espanhol.
Michel Platini recorda que uma equipa que for sancionada pela sua federação, e pela UEFA, por corrupção "não pode disputar uma competição europeia", admitindo, porém, que o caso do F. C. Porto "pode cumprir os requisitos legais, embora não seja esse o espírito".
A 16 de Junho, a UEFA admitiu o FC Porto na próxima edição da Liga dos Campeões de futebol e garantiu que o processo não será reapreciado na Comissão de Controlo e Disciplina do organismo antes do início da época 2008/09.
O organismo confirmou que a decisão administrativa, tomada "na sequência dos fundamentos escritos enviados pelo Comité de Apelo da UEFA", se deve ao facto de "os procedimentos legais em Portugal ainda não terem terminado".
O F. C. Porto argumentou, entre outras alegações, que a sentença de dois anos de suspensão aplicada a Pinto da Costa e da perda de seis pontos ao clube na Liga portuguesa no caso Apito Final não transitou em julgado, considerando a UEFA ser conveniente aguardar por uma decisão do Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol, para o qual o presidente dos portistas recorreu.
A 4 de Junho, a Comissão de Controlo e Disciplina da UEFA tinha decidido não admitir o F. C. Porto na Liga dos Campeões, devido à condenação do clube a multa e à subtracção de seis pontos, pela Comissão Disciplinar da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, por dois actos de tentativa de corrupção na época de 2003/04.
O F. C. Porto recorreu desta decisão para a Comissão de Apelo da UEFA e esta, na sexta-feira, devolveu o processo para a Comissão de Controlo e Disciplina, alegando que Benfica e Vitória de Guimarães deveriam ter sido ouvidos em primeira instância.
A Comissão de Apelo considerou que os dois clubes eram parte interessada no processo, pois podiam beneficiar de uma eventual penalização ao F. C. Porto.
Os tricampeões nacionais argumentaram junto da UEFA que o acórdão da Comissão Disciplinar da Liga não transitou em julgado porque o recurso de Pinto da Costa, suspenso por dois anos, pode obrigar à reapreciação do processo.
O F. C. Porto também defendeu que não pode ser aplicada retroactivamente uma norma que entrou em vigor em Janeiro de 2007 e comparou este caso com o da Juventus, que foi castigado em Itália num processo idêntico (CalcioCaos) sem que lhe tenha sido imposta qualquer sanção pela UEFA.
A alínea d) do ponto 1.04 do Regulamento de Competições da Liga dos Campeões determina que, para ser inscrito, um clube "não pode estar ou ter estado envolvido em qualquer actividade destinada a viciar ou influenciar o resultado de um jogo, a nível nacional ou internacional".
Excertos do Livro Eu Carolina
Uma dança ao som de Brand New Days, de Sting, celebrou o princípio da relação entre Jorge Nuno Pinto da Costa e Carolina Salgado, que esta quinta-feira lançou um livro que não deve estar muito tempo nos escaparates.
"Eu, Carolina" é um livro de 162 páginas que compromete Jorge Nuno Pinto da Costa em muitas situações, nomeadamente no que diz respeito ao processo Apito Dourado.
No início do livro, Carolina revela que conheceu o presidente do FC Porto, com a mediação de Reinaldo Teles, um dos homens da SAD portista que frequentava o Calor da Noite, bar de alterne, onde a autora trabalhava madrugada dentro.
Joaquim Oliveira, empresário dos media, também frequentava o local assiduamente, e quando surgia era “sinónimo de festa de arromba”.
“As minhas pernas começaram a tremer, senti um frio no estômago e tive que sair da pista de dança”, lembra quando viu Pinto da Costa pela primeira vez.
“Previ que estava a nascer um grande amor e não me enganei. Dançámos três músicas seguidas e a sensação que tinha era que apenas existíamos nós, não havia ninguém em volta. Fez-me sentir uma verdadeira princesa”, confessa.
Estávamos no Outono de 2000.
Depois, o início das revelações que comprometem Pinto da Costa: “Sempre que, durante um jogo, o Jorge Nuno achava que o árbitro tinha prejudicado o FC Porto, ligava ao senhor José António Pinto de Sousa, presidente do Conselho de Arbitragem, que lhe atendia o telefone, começando por manifestar a sua indignação perante a incompetência do árbitro, mas acabando sempre por marcar um jantar para fazer as pazes.”
Pinto da Costa festejou vitória da Grécia
Uma das confissões mais relevantes da ex-mulher de Pinto da Costa reside no facto de o presidente do FC Porto ter festejado o triunfo da Grécia no Euro 2004.
“O Jorge Nuno alterou-se com o senhor Scolari quando percebeu que este não cederia às suas vontades. O que incomodava Jorge Nuno era o facto de toda a gente ter percebido que o presidente do FC Porto perdera o poder que gostava de ostentar sobre todos os aspectos do futebol português, incluindo a equipa de todos nós. Conheço casas onde o desaire [refere-se à derrota de Portugal na final do Euro 2004 com a Grécia] foi festejado com a abertura de uma garrafa de champanhe. A minha, por exemplo. E assumo o risco da impopularidade que uma revelação destas pode causar. Politicamente falando era intolerável para o Jorge Nuno ter de suportar a vitória portuguesa no Euro 2004, que, para ele, não seria mais do que o sucesso de Scolari contra a sua pessoa“, revela.
Apito de alerta do amigo Lourenço Pinto...
Como dissemos acima, Carolina Salgado confessa ao pormenor como Pinto da Costa geriu a sua vida quando o processo Apito Dourado rebentou.
“Foi o doutor Lourenço Pinto quem, às sete da manhã, nos telefonou para casa avisando que o major, o doutor Pinto de Sousa e alguns funcionários da Câmara de Gondomar tinham recebido a visita da PJ. O Jorge Nuno ficou deveras perturbado com o que estava a acontecer ao major. Receava que o major ou Pinto de Sousa falassem de mais. Esta era a sua preocupação”, relata.
Na véspera da sua detenção, que nunca chegou a acontecer, Pinto da Costa contou com uma preciosa ajuda, nada mais nada menos que Lourenço Pinto, advogado do major Valentim Loureiro.
Tendo em conta o acontecimento, o conhecido advogado, segundo Carolina Salgado, marcou um almoço no restaurante Boucinha, em Vila Nova de Gaia.
“À mesa fomos informados com pormenor da situação. Na manhã do dia seguinte, uma brigada da PJ iria entrar na nossa casa e na casa de Reinaldo Teles com mandados de busca e de detenção (…) Foi muito acentuado que os agentes eram de Lisboa, como se por isso o perigo triplicasse, o que não me pareceu uma análise correcta. (…) Quer o Jorge Nuno, quer o Reinaldo Teles ficaram petrificados com as informações. O Reinaldo ficou branco, quanto ao Jorge Nuno, o que ouviu, da boca do dr. Lourenço Pinto, deu-lhe positivamente a volta à barriga. Não havia tempo a perder. O Jorge Nuno tinha de sair do país”, diz.
António Araújo não foi avisado, segundo Carolina Salgado, por ser “o elo mais fraco” e para que a estratégia montada “funcionasse na perfeição”.
A mãe de Carolina estava incumbida de atender os agentes da PJ, tendo de dizer a frase previamente combinada: “O senhor Jorge Nuno e a esposa aproveitaram o feriado para dar um passeio.” Isto numa altura em que o casal se encontrava na Galiza.
Como curiosidade, a mulher de Reinaldo Teles recebeu os agentes da PJ com uma frase elucidativa da sua seriedade: “Não dormiu cá. De certeza que passou a noite com alguma amante!”
Reinaldo Teles pernoitou num hotel do Porto.
Carolina Salgado lembra que ela e Pinto da Costa resolveram deixar o cofre da casa aberto, “numa atitude de descaramento e provocação”.
Já em Espanha, “Jorge Nuno acusava o Major de ter falado de mais e não ter cuidado”.
Confraternização com árbitros
Para sustentar a sua tese, Carolina faz uma confissão bastante perniciosa para o líder portista: “Os árbitros Martins dos Santos e Augusto Duarte eram visitas de nossa casa, sempre trazidos pelo António Araújo. Por ser muito cuidadoso, Jorge Nuno nunca falou com um árbitro ao telefone, nem precisava de o fazer, visto que eles iam lá a casa para confraternizar.”
No dia do encontro, em casa, com o Beira-Mar, a contar para a Liga, Pinto da Costa combinou ir depor. Mas se ficasse detido havia uma estratégia bem montada: “Se, por acaso, Jorge Nuno ficasse detido por ordem da juíza, tal como aconteceu com o major, os Super Dragões invadiriam o Tribunal, destruindo tudo à sua passagem, e libertariam o presidente. Cá fora, eu estaria à sua espera num local previamente combinado e fugiríamos para Espanha, de onde só regressaríamos sabe-se lá quando.”
Entretanto, Carolina recorda que teve o “desprazer de ouvir Joaquim Pinheiro [irmão de Reinaldo Teles] dizer em voz bem alta que se não fosse ele o presidente estava engavetado, devido a uma informação de um amigo seu da PJ do Porto”.
"Eu, Carolina" é um livro de 162 páginas que compromete Jorge Nuno Pinto da Costa em muitas situações, nomeadamente no que diz respeito ao processo Apito Dourado.
No início do livro, Carolina revela que conheceu o presidente do FC Porto, com a mediação de Reinaldo Teles, um dos homens da SAD portista que frequentava o Calor da Noite, bar de alterne, onde a autora trabalhava madrugada dentro.
Joaquim Oliveira, empresário dos media, também frequentava o local assiduamente, e quando surgia era “sinónimo de festa de arromba”.
“As minhas pernas começaram a tremer, senti um frio no estômago e tive que sair da pista de dança”, lembra quando viu Pinto da Costa pela primeira vez.
“Previ que estava a nascer um grande amor e não me enganei. Dançámos três músicas seguidas e a sensação que tinha era que apenas existíamos nós, não havia ninguém em volta. Fez-me sentir uma verdadeira princesa”, confessa.
Estávamos no Outono de 2000.
Depois, o início das revelações que comprometem Pinto da Costa: “Sempre que, durante um jogo, o Jorge Nuno achava que o árbitro tinha prejudicado o FC Porto, ligava ao senhor José António Pinto de Sousa, presidente do Conselho de Arbitragem, que lhe atendia o telefone, começando por manifestar a sua indignação perante a incompetência do árbitro, mas acabando sempre por marcar um jantar para fazer as pazes.”
Pinto da Costa festejou vitória da Grécia
Uma das confissões mais relevantes da ex-mulher de Pinto da Costa reside no facto de o presidente do FC Porto ter festejado o triunfo da Grécia no Euro 2004.
“O Jorge Nuno alterou-se com o senhor Scolari quando percebeu que este não cederia às suas vontades. O que incomodava Jorge Nuno era o facto de toda a gente ter percebido que o presidente do FC Porto perdera o poder que gostava de ostentar sobre todos os aspectos do futebol português, incluindo a equipa de todos nós. Conheço casas onde o desaire [refere-se à derrota de Portugal na final do Euro 2004 com a Grécia] foi festejado com a abertura de uma garrafa de champanhe. A minha, por exemplo. E assumo o risco da impopularidade que uma revelação destas pode causar. Politicamente falando era intolerável para o Jorge Nuno ter de suportar a vitória portuguesa no Euro 2004, que, para ele, não seria mais do que o sucesso de Scolari contra a sua pessoa“, revela.
Apito de alerta do amigo Lourenço Pinto...
Como dissemos acima, Carolina Salgado confessa ao pormenor como Pinto da Costa geriu a sua vida quando o processo Apito Dourado rebentou.
“Foi o doutor Lourenço Pinto quem, às sete da manhã, nos telefonou para casa avisando que o major, o doutor Pinto de Sousa e alguns funcionários da Câmara de Gondomar tinham recebido a visita da PJ. O Jorge Nuno ficou deveras perturbado com o que estava a acontecer ao major. Receava que o major ou Pinto de Sousa falassem de mais. Esta era a sua preocupação”, relata.
Na véspera da sua detenção, que nunca chegou a acontecer, Pinto da Costa contou com uma preciosa ajuda, nada mais nada menos que Lourenço Pinto, advogado do major Valentim Loureiro.
Tendo em conta o acontecimento, o conhecido advogado, segundo Carolina Salgado, marcou um almoço no restaurante Boucinha, em Vila Nova de Gaia.
“À mesa fomos informados com pormenor da situação. Na manhã do dia seguinte, uma brigada da PJ iria entrar na nossa casa e na casa de Reinaldo Teles com mandados de busca e de detenção (…) Foi muito acentuado que os agentes eram de Lisboa, como se por isso o perigo triplicasse, o que não me pareceu uma análise correcta. (…) Quer o Jorge Nuno, quer o Reinaldo Teles ficaram petrificados com as informações. O Reinaldo ficou branco, quanto ao Jorge Nuno, o que ouviu, da boca do dr. Lourenço Pinto, deu-lhe positivamente a volta à barriga. Não havia tempo a perder. O Jorge Nuno tinha de sair do país”, diz.
António Araújo não foi avisado, segundo Carolina Salgado, por ser “o elo mais fraco” e para que a estratégia montada “funcionasse na perfeição”.
A mãe de Carolina estava incumbida de atender os agentes da PJ, tendo de dizer a frase previamente combinada: “O senhor Jorge Nuno e a esposa aproveitaram o feriado para dar um passeio.” Isto numa altura em que o casal se encontrava na Galiza.
Como curiosidade, a mulher de Reinaldo Teles recebeu os agentes da PJ com uma frase elucidativa da sua seriedade: “Não dormiu cá. De certeza que passou a noite com alguma amante!”
Reinaldo Teles pernoitou num hotel do Porto.
Carolina Salgado lembra que ela e Pinto da Costa resolveram deixar o cofre da casa aberto, “numa atitude de descaramento e provocação”.
Já em Espanha, “Jorge Nuno acusava o Major de ter falado de mais e não ter cuidado”.
Confraternização com árbitros
Para sustentar a sua tese, Carolina faz uma confissão bastante perniciosa para o líder portista: “Os árbitros Martins dos Santos e Augusto Duarte eram visitas de nossa casa, sempre trazidos pelo António Araújo. Por ser muito cuidadoso, Jorge Nuno nunca falou com um árbitro ao telefone, nem precisava de o fazer, visto que eles iam lá a casa para confraternizar.”
No dia do encontro, em casa, com o Beira-Mar, a contar para a Liga, Pinto da Costa combinou ir depor. Mas se ficasse detido havia uma estratégia bem montada: “Se, por acaso, Jorge Nuno ficasse detido por ordem da juíza, tal como aconteceu com o major, os Super Dragões invadiriam o Tribunal, destruindo tudo à sua passagem, e libertariam o presidente. Cá fora, eu estaria à sua espera num local previamente combinado e fugiríamos para Espanha, de onde só regressaríamos sabe-se lá quando.”
Entretanto, Carolina recorda que teve o “desprazer de ouvir Joaquim Pinheiro [irmão de Reinaldo Teles] dizer em voz bem alta que se não fosse ele o presidente estava engavetado, devido a uma informação de um amigo seu da PJ do Porto”.
Relatos de Fernando Madureira do seu livro Macaco Líder.
UMA PÉROLA DA LITERATURA
Excertos do livro lançado por Fernando Madureira, o Macaco para os amigos, líder da claque Super Dragões.
Quem escreveu o livro foi o jornalista Filipe Bastos. Fala-se lá de tudo, desde roubos, raptos, agressões, paixões e ódios...
Quem escreveu o livro foi o jornalista Filipe Bastos. Fala-se lá de tudo, desde roubos, raptos, agressões, paixões e ódios...
BENFICA INIMIGO, PORTUGAL "AMIGO"
Fergunson considera conquistas do Porto TÍTULOS DE SUPERMERCADO
O treinador do Manchester United, Alex Ferguson, falou ontem sobre o confronto de quarta-feira com o FC Porto, para a Liga dos Campeões, comparando os títulos nacionais do FC Porto a meras compras de supermercado.
- “Temos uma eliminatória difícil pela frente, mas acho que eles compraram o campeonato no Tesco [cadeia de supermercados em Inglaterra], pois ganham o título português todos os anos”, disse Ferguson.
Ameaças a jogadores e treinadores!
A parte final deste artigo revela alguns do métodos como clube, jogadores, treinadores e dirigentes se relacionavam.
Como é obvio, falamos de ameaças, intimidações e agressões.
Entrevista de Alexandra Tavares Teles da revista “Sábado”
a Costinha
ATT - Alguma vez se arrependeu de ter ficado no FC Porto depois do Euro 2004 e da saída de Mourinho?
Costinha - Atentendo ao que se passou, fiquei um bocado arrependido. Perdi tempo. Havia vários clubes interessados, mas o FC Porto convenceu-me de que era uma peça importante para a equipa, um factor de estabilidade no balneário. Tinha um contrato muito bom, acima das possibilidades do mercado português e achei que devia ficar. Fiz mal.
ATT - Pelos resultados desportivos?
Costinha - Por tudo. Nunca pensei que o FC Porto se destruísse em tão pouco tempo. Da equipa campeã europeia apenas ficaram 10 jogadores. A equipa ficou sem identidade, sem espírito. Na época anterior, era habitual ver 10 ou mais jogadores no mesmo restaurante sem ter havido qualquer combinação. Era um prolongamento dos treinos e dos jogos. Com tantas saídas e tantas entradas, cada um ficou para seu lado. Não consegui perceber que tipo de política foi esta nem o que se prentendia obter com ela.
ATT - O FC Porto apontou razões financeiras...
Costinha - Pelos valores a que venderam o P.Ferreira, o Deco, o R.Carvalho e ainda o Mourinho, não era preciso vender mais ninguém. Ia buscar o Seitaridis, um médio e pronto. Assim, sim: seria possível reorganizar a equipa, pô-la de novo a funcionar.
ATT - Terá sido uma opção de Del Neri...
Costinha - Não me parece que lhe tivesse sido dado o poder de desfazer equipas campeãs da Europa.
ATT - A sangria na equipa continuou com Fernández...
Costinha - Fernández construiu uma equipa e depois venderam-se mais jogadores.
ATT - Derlei foi dispensado por vontade de Fernández?
Costinha - Isso é mais complicado. Para perceber a saída de Derlei é preciso encontrar quem está por detrás dela. Não admito que um grupo de adeptos venha criticar e enxovalhar, com faixas provocatórias, um atleta que deu ao clube aquilo que Derlei deu. E mais espantados ficámos quando ninguém do FC Porto tomou uma atitude. Pelo contrário. Essa gente, depois de insultar os jogadores, entravam nas instalações do clube com um livre-trânsito e ninguém fazia qualquer reparo. E mais: de dia ameaçavam os jogadores e à noite jantavam com dirigentes do FC Porto. Que pensa um grupo quando sabe que quem os insulta e ameaça janta com dirigentes do clube?
ATT - Conhece o presidente dos Super Dragões?
Costinha - De vista. Ele diz-se profissional de claque e, pelo que aparenta, tem uma profissão rentável. Muitos jogadores do FC Porto não ganham para comprar Porsches e ele tem um.
ATT - Acha que as claques serviram para branquear as decisões da direcção que falharam?
Costinha - Não sei. Sei que tenho no meu corpo marcas que provam o que dei ao clube. Joguei lesionado e joguei infiltrado, fi-lo porque quis e por dedicação. Ganhei tudo o que havia para ganhar. E ainda andam a correr atrás de mim para me fazer a vida negra?! E os responsáveis, os directores não fazem nada?
ATT - Foi ameaçado?
Costinha - Sim, mas como tenho um grande amigo na cidade do Porto o caso teve um fim pacífico.
ATT - Qual foi a situação mais complicada?
Costinha - Quando o FC Porto empatou na Madeira com o Nacional, os desacatos começaram logo no aeroporto do Funchal. As claques provocaram com insultos todos os jogadores, sobretudo o Raul Meireles, que tivera o azar de fazer um autogolo. Foi mesmo agredido fisicamente, com uma garrafa. Eu estava no Porto, a recuperar de um traumatismo craniano, mas soube o que se estava a passar porque telefonei a vários colegas, por solidariedade. E perante o que ouvi decidi ir ao aeroporto do Porto esperar a equipa. Levei dois amigos, para não levar dois guarda-costas, e tive razão, porque quando lá cheguei vi um bando de 60 ou 70 Super Dragões. Os jogadores foram os primeiros a sair do avião e a levar com aquela gente toda, com insultos, com agressões, enquanto os dirigentes ficaram dentro do avião, protegidos. Apenas Reinaldo Teles saiu. E a verdade é que aquela gente agrediu atletas. Na época passada, tudo foi permitido no FC Porto.
ATT - Nunca tentou falar com o presidente?
Costinha - Não. Eles é que decidem. Quando acertam, dizem que acertam, quando erram não dizem nada. Tinhamos jogadores campeões da Europa a ganhar 5 escudos e outros sem nada ganho com ordenados muito superiores. E eu tentava ajudar falando com eles.
ATT - O mau comportamento da equipa nos jogos em casa esteve relacionado com este ambiente?
Costinha - Foi uma das questões da época e a explicação. É muito simples: alguns jogadores não conseguiram jogar por medo. Estamos a falar de ameaças vindas de grupos organizados. Por mais que alguns de nós tentasse criar um ambiente desinibido, houve quem ficasse em pânico por falhar um passe ou uma jogada.
ATT - Foi por isso que jogadores como Luís Fabiano renderam pouco?
Costinha - Luís Fabiano foi um dos que se deixaram apanhar por esse medo.
ATT - Estamos a falar das mesmas pessoas de quem Mourinho se queixou?
Costinha - Claro. Estou por dentro da história, mas não a posso revelar sem autorização dele. No entanto, posso dizer que aquilo que fizeram ao Mourinho foi uma vergonha.
ATT - O que fez Pinto da Costa para evitar esses problemas?
Costinha - Ele continua a ser um grande líder, mas nos maus momentos não basta dizer que a equipa perde porque o Derlei só gosta da noite ou porque o Costinha só gosta da noite. Bodes expiatórios, não. É fácil atribuir a destruição da equipa campeã do Mundo a Del Neri, é fácil atribuir o despedimento dele às pressões dos jogadores, é fácil atribuir a Fernández o esvaziamento, em Janeiro, da equipa, e é fácil convencer a massa associativa, através da colocação estratégica de meia dúzia de Super Dragões num estádio, de que a culpa é dos jogadores. E assim protege-se a direcção. Mas eu não sou dos que ouvem, vêem e ficam calados. A equipa e o espírito de Mourinho foram completamente destruídos.
Mourinho
Mourinho Conhece Quem o Ameaçou de Morte
Ainda não saiu e já faz correr muita tinta. O novo livro de José Mourinho ("Um ciclo de vitórias") escrito por Luís Lourençoa, aborda assuntos polémicos como sempre tratados com a frontalidade conhecida do técnico do Chelsea. Além do episódio da camisola rasgada de Rui Jorge, Mourinho fala com surpreendente à vontade sobre quem o ameaçou de morte. Até se fica a saber que o trata por tu e tem importância suficiente para que Reinaldo Teles vá incomodar o treinador na noite de véspera da grande final da Liga dos Campeões!
Ainda não saiu e já faz correr muita tinta. O novo livro de José Mourinho ("Um ciclo de vitórias") escrito por Luís Lourençoa, aborda assuntos polémicos como sempre tratados com a frontalidade conhecida do técnico do Chelsea. Além do episódio da camisola rasgada de Rui Jorge, Mourinho fala com surpreendente à vontade sobre quem o ameaçou de morte. Até se fica a saber que o trata por tu e tem importância suficiente para que Reinaldo Teles vá incomodar o treinador na noite de véspera da grande final da Liga dos Campeões!
É que, afinal, o ex-treinador portista afirma neste livro (que será lançado com a presença do próprio, amanhã, às 11h30, no Chiado, em Lisboa) conhecer quem o ameaçou de morte e que até recebeu o telefonema ameaçador no telemóvel de Reinaldo Teles, na véspera do jogo da final da "Champions", no hotel do estágio, em Gelsenkirchen, além de chamar a atenção para a curiosidade de ter sido este "o único encontro" em que o FC Porto não levou a sua segurança privada.
Eis o episódio da ameaça, narrado pelo próprio José Mourinho (VI capítulo, páginas 222 e 223): "Subi ao quarto por volta das 22h30. (...) Inesperadamente, alguém toca à porta do quarto. Abro-a e vejo o dirigente Reinaldo Teles: "Desculpa, mas tenho no meu móvel oito chamadas com urgência para ti." Era alguém que se tinha identificado e, por isso, merecedor de uma chamada, pensei. Ligámos e, do outro lado, com celeridade, a ameaça de morte após a chegada ao Porto:
- És um artista... um filho da puta... não te fazemos nada agora porque tens uma final amanhã, mas assim que tudo acabar, podes dar-te como um homem morto, porque te vamos apanhar e, assim que chegares ao Porto, tens a cama feita (...).
Incrédulo, respondi:
- Deves estar maluco... não sei do que é que estás a falar nem porque estás a dizer isso, mas acho que não estás bom da cabeça...
De imediato, desligo o telefone. Reinaldo Teles, percebendo o teor da conversa, estava estupefacto, mas de pronto pediu para não me preocupar, assegurando-me que tudo se iria resolver (...). Contei aos meus adjuntos o que se estava a passar. Também a eles lhes notei estupefacção e, ao mesmo tempo, alguma preocupação porque a 'personagem', conhecida na obscuridade da cidade e com registo criminal - algumas condenações e penas suspensas -, era, segundo a polícia entretanto contactada, merecedora de receio e de vigilância apertada, ainda para mais por liderar um grupo organizado (...). O facto de se adivinhar uma multidão à nossa espera no aeroporto e na cidade ainda vinha agravar mais a situação."
A ausência da segurança portista e ... o plano da fuga à chegada
José Mourinho revela ainda que, na manhã do dia seguinte à ameaça sofrida, foi abordado por Pinto da Costa, que lhe passou "uma mensagem de segurança". Porém, o ex-treinador portista estranha a ausência da habitual segurança do clube na final da Liga dos Campeões: "Curiosamente, este foi o único encontro em que o FC Porto não levou a sua segurança privada."
José Mourinho termina o episódio (pág. 224) relativo à ameaça lembrando o regresso atribulado e lamentando a ausência na festa do título europeu: "Chegámos ao Porto. De um lado está a festa e do outro a segurança organizada por mim e alguns amigos (...). Tudo estava perfeito, na pista estavam duas carrinhas que nos levaram para casa e me deixaram a ver na televisão a festa, a minha festa, para a qual contribuí e na qual não pude participar."
Adepto cospe em Mourinho
A UEFA vai actuar disciplinarmente sobre o F.C. Porto por causa do incidente com José Mourinho, que foi cuspido por um adepto em Stamford Bridge, quando as equipas aqueciam para o jogo entre o Chelsea e os «dragões».
O árbitro Herbert Fandel mencionou o sucedido no seu relatório, pelo que a UEFA irá tomar «as medidas disciplinares necessárias», segundo confirmou ao Maisfutebol um porta-voz do organismo.
O incidente aconteceu quando José Mourinho se aproximou da zona onde estavam os adeptos do F.C. Porto. Enquanto o treinador distribuía cumprimentos por alguns conhecidos foi alvo de cuspidelas por parte de pelo menos um adepto, num incidente que estará associado à recente polémica entre o treinador e elementos da claque Super Dragões.
Neste caso será o F.C. Porto o alvo da acção disciplinar da UEFA, uma vez que é considerado responsável pelo comportamento dos seus adeptos. O cenário mais plausível é que o clube sofra uma sanção pecuniária.
A próxima reunião da Comissão Disciplinar da UEFA está marcada para 7 de Outubro.
Fonte: Mais Futebol
O árbitro Herbert Fandel mencionou o sucedido no seu relatório, pelo que a UEFA irá tomar «as medidas disciplinares necessárias», segundo confirmou ao Maisfutebol um porta-voz do organismo.
O incidente aconteceu quando José Mourinho se aproximou da zona onde estavam os adeptos do F.C. Porto. Enquanto o treinador distribuía cumprimentos por alguns conhecidos foi alvo de cuspidelas por parte de pelo menos um adepto, num incidente que estará associado à recente polémica entre o treinador e elementos da claque Super Dragões.
Neste caso será o F.C. Porto o alvo da acção disciplinar da UEFA, uma vez que é considerado responsável pelo comportamento dos seus adeptos. O cenário mais plausível é que o clube sofra uma sanção pecuniária.
A próxima reunião da Comissão Disciplinar da UEFA está marcada para 7 de Outubro.
Fonte: Mais Futebol
UEFA castiga Porto pela cuspidela.
Adepto "defende-se"
ADEPTO QUE CUSPIU JOSÉ MOURINHO EXPLICOU-SE A UM JORNAL INGLÊS
Hélder Mota: «Queria dar-lhe um soco»
http://www.record.pt/noticia.asp?id=586838&idCanal=17
Hélder Mota pertence à claque portista, Super Dragões, e foi o homem que cuspiu José Mourinho no jogo de Londres, entre o Chelsea e o FC Porto. Depois, ao jornal inglês, "News of the World", o jovem de 29 anos, residente na zona da Ribeira, na cidade Invicta, explicou os motivos que o levaram a tal acto para com o ex-treinador do FC Porto, dando a entender que a cuspidela acabou por ser um mal menor.
"Eu só fui a Londres com a intenção de ver o jogo, mas quando vi o Mourinho não consegui conter-me. Veio-me tudo à cabeça: as mensagens que ele mandava à minha mulher, o facto de ele ter abandonado o FC Porto por dinheiro e o facto de termos sido amigos. Quando ele veio dar autógrafos para a nossa bancada, queria saltar para o relvado e dar-lhe um soco, mas os meus amigos impediram-me e acabei por cuspi-lo duas vezes na cara. Na sequência disso, fui agarrado por quatro 'stewards' e vi o jogo na televisão", disse o Super Dragão, explicando, por fim, como Mourinho conheceu a mulher dele: "Ele viu a minha mulher numa discoteca no Porto e pediu a um amigo o número do telemóvel dela. Depois, começou a mandar-lhe mensagens anónimas a dizer como ela era linda e coisas assim... Se calhar não sabia que ela era a minha mulher."
Resta agora saber se Mourinho reagirá às acusações...
As agressões misteriosas no FC Porto
A agressão sofrida por Adriano na madrugada de sábado, à saída de uma discoteca em Vila do Conde, é mais uma a afectar jogadores e treinadores do FC Porto
A agressão sofrida por Adriano na madrugada de sábado, à saída de uma discoteca em Vila do Conde, é mais uma a afectar jogadores e treinadores do FC Porto, numa lista que se vai tornando cada vez mais extensa... Co Adriaanse, Paulo Assunção e até o antigo basquetebolista Matt Fish sofreram na pele, mas os agressores nunca foram encontrados.
A vida do ponta-de-lança de 30 anos no FC Porto está cada vez mais difícil.
Em 2005/06, sob orientação técnica de CoAdriaanse, tudo correu bem, mas a chegada de Jesualdo Ferreira tornou as coisas bem diferentes. Na primeira época sob a orientação do treinador português, o ponta-de-lança só convenceu o professor da sua utilidade na segunda volta do campeonato, mas ainda foi a tempo de marcar por 11 vezes em 18 partidas. O pior estava para vir. Na temporada seguinte, Adriano só foi titular porquatro vezes (com um golo marcado) e acabou mesmo dispensado. Só que recusou o empréstimo a vários clubes e decidiu ficar no Dragão, mesmo sabendo que não contava para Jesualdo Ferreira. "Quero mostrar ao professor que tenho condições para jogar neste clube. Espero uma oportunidade e se a tiver não a vou deixar fugir", afirmara em Julho de 2007. Mas a verdade é que Adriano continua à margem do plantel do FC Porto, situação que se arrasta há 13 meses. Todos os dias o ponta-de-lança treina-se na companhia de um preparador físico dos azuis e brancos, longe do convívio com os outros colegas. No início da última temporada, o FC Porto propôs-lhe várias alternativas para prosseguir a carreira, mas Adriano quis ficar. Após um longo período de silêncio, o futebolista agitou as águas, em declarações ao jornal "Record" na última semana:
"Quando eu decidir falar saiam da frente". Ao longo do dia de ontem tentámos contactarAdriano, assim como membros da sua família, mas os telemóveis estiveram sempre desligados. Não foi, por isso, possível saber o que Adriano quis dizer ao certo com esta frase. Aversão dos acontecimentos da noite da agressão é diferente. A polícia diz uma coisa, os bombeiros dizem outra (ver caixa). Não fica assim claro se a namorada do craque foi, ou não, agredida.
Certo é que os agressores não foram identificados. Paulo Assunção sofreu Este episódio que se passou com Adriano na madrugada do último sábado não é caso virgem num futebolista do FC Porto.
Paulo Assunção também viveu situação muito complicada há ano e meio, ainda que as ameaças não tenham passado a agressão. O antigo médio portista foi interpelado de forma agressiva à saída de um treino no Olival. "Cinco indivíduos abordaram-me e disseram que se não renovasse contrato até alguns dias depois me davam um tiro nos joelhos!", explicou em entrevista recente à RTP. E referiu que esta situação acabou por ter efeito contrário. "Logo na altura expliquei-lhes que as coisas não são assim... Fui directo à polícia, enquanto eles me perseguiram de carro. Perdi a confiança e a minha esposa teve de mudaro rumo da vida dela", referiu. E poucos meses depois Paulo Assunção rescindia com o clube, alegando a lei Webster.
Co Adriaanse também esteve debaixo de fogo. Em Janeiro de 2006, quando foi buscar o carro ao centro de treinos do Olival, depois de um empate com o Rio Ave, a sua viatura foi pontapeada e socada por presumíveis elementos dos Super Dragões, claque do clube. E inclusivamente o carro do actual treinador do Red Bull Salzburgo foi atingido por um very light. De forma quase milagrosa, Co Adriaanse conseguiu escapar ileso. Contactado pelo nosso jornal, o treinador que se sagrou campeão nacional nos dragões teceu um rápido comentário em relação ao incidente com Adriano. "Fico triste por ele e desejo-lhe as rápidas melhoras", expressou o técnico, que acrescentou ter "boas recordações de Adriano". E tem razões para isso, já que o brasileiro, vindo do Cruzeiro no mercado de Inverno da temporada 2005/06, apontou sete golos em 15 jogos na Liga, tendo sido muito importante para o primeiro título portista na actual saga que já vai em tetra.
Em entrevista ao nosso jornal no dia 30 de Abril, Co Adriaanse recordou as agressões de que foi alvo. "Não estava à espera que aquilo acontecesse, mas depois do incidente recebi grande apoio do presidente e de Antero Henrique, não me posso queixar do tratamento do clube", referiu.
Agressões no basquetebol
Não se pense que o caso de agressões sofridas por atletas do FCPorto é um exclusivo do futebol. As tristes cenas já chegaram ao basquetebol. Arranque da época de 2000/2001: o FC Porto contrata uma dupla de norte-americanos: Matt Fish e Todd Merritt. Mas os jogadores não agradam aos responsáveis portistas, que tentam a todo o custo rescindir os contratos.
Matt Fish resiste e acaba por ser agredido num escritório de um conhecido dirigente portista, na presença dos responsáveis da secção de basquetebol – Fernando Gomes (actual responsável da SAD do futebol dos dragões) e FernandoAssunção. Fish avançou com um processo em tribunal contra Gomes e Assunção, mas as acusações redundaram em... nada. Merritt continuou a treinar nas Antas, mas fartou-se de ser ostracizado e acabou porassinaro acordo de rescisão. A claque Super Dragões (SD) tem sido sempre associada a estes episódios de violência. Mas nunca se provou a participação de elementos do grupo de apoio dos azuis e brancos a estarem envolvidos nestes episódios. O 24horas contactou Fernando Madureira, um dos líderes da claque, no sentido de obter uma reacção a respeito da agressão sofrida por Adriano. No entanto, este elemento dos SD desligou-nos o telefone logo a seguir a termos formulado a pergunta.
11 comentários:
fdx, greguei-me todo e nem a meio ia...
nojeira autêntica esta merda
Desconfio que isto nem chega a metade
genial
muito obrigado. excelente trabalho.
boa continuação!
e pluribus unum
Excelente compilação, excelente trabalho.
Os meus parabens a quem juntou tudo isto!
Bom, tudo isto é tão evidente e verdadeiro que não existem adjectivos para qualificar a podridão que existe no futebol sob a batuta do Mestre Corrupto-Mor de nome Jorge Nuno Pinto da Costa.
Só agora vi o post.
Nem sei se dê os parabéns a quem teve o trabalho de somar estas trafulhices todas, ou se repugne ao máximo os conteúdos presentes.
VIVA PORTUGAL!
Só pérolas por aqui...
Notável.
Coloquem um link fixo para este megapost.
A blogoesfera benfiquista devia guardar e manter links para estas informações.
30 anos de corrupção e falsificação de resultados. Uma autentica teia que lhes permitem ganharem, sem olharem a meios. País nojento que permite isto.
falta falares das ligações à camara do porto, fernando gomes e nuno cardoso. mas tb ja no tempo do rio a alteração ao pdm nos terrenos do estadio do dragão.
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