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quarta-feira, 10 de março de 2010

Um duelo à antiga -Benfica - Marselha

Estamos quase em cima da hora de início de uma das mais aguardadas partidas europeias dos últimos anos no Estádio da Luz. O histórico Marselha desloca-se a nossa casa para jogar a primeira mão dos oitavos de final da Liga Europa, e traz consigo a especial responsabilidade que o Benfica tem num jogo entre dois velhos conhecidos, cujos confrontos europeus fazem parte da grande lenda que é o futebol.

Em 1990, todos o sabemos, viveram-se dois grandes ambientes naquela mítica meia-final que o Benfica venceu. O terrível jogo de Marselha, em que o Benfica foi bafejado pela sorte ao trazer para Lisboa uma desvantagem mínima apenas, e o demolidor, tribal e inexcedível Inferno da Luz, com mais de 120.000 pessoas a lotarem por completo a nossa antiga Catedral. O Benfica ganhou essa meia-final, com aquele célebre golo de cabeça do Vata precedido por falta de Di Meco que daria uma grande penalidade para o Benfica. O tal cabeceamento que ainda hoje assombra a cabeça dos marselheses, portanto sedentos de desforra.

Penso que este ano, contrariamente ao que acontecia em 1990 em que o Marselha tinha uma equipa verdadeiramente galáctica, o Benfica tem uma equipa superior no plano teórico ao seu opositor. Tem jogadores de maior valia em todas as posições, e penso estar bem preparado para enfrentar o ponto forte dos franceses, que é a frente atacante. Mas há um dado que baralha imenso as contas teóricas para este jogo: o Benfica está a jogar o tudo ou nada no campeonato nacional, que merece sem dúvida a absoluta prioridade da nossa parte, e portanto a Liga Europa sendo disputada nesta fase da época cria bastantes problemas ao Benfica.

Ou seja, pede-se ao Benfica que seja Benfica, e que demonstre em campo que é superior ao adversário. O prestígio europeu assim o exige, e a qualidade da equipa deste ano assim o justifica. Mas a situação de mata-mata que temos no plano interno, deixa pouca margem a que se cometam "loucuras" em jogos de outras competições, sob pena de eventualmente se dificultar demasiado a conquista dos três pontos nos jogos seguintes do campeonato, nomeadamente com a acumulação de excessivo desgaste nesta fase crucial da época.

A equipa, e particularmente Jorge Jesus, terão que jogar no bico na navalha. Por um lado, gerir a equipa nos jogos das duas mãos de modo a não por em causa o rendimento máximo que a equipa deve apresentar no campeonato nacional. Por outro lado, fazê-lo sem dar azo a que o Benfica passe um mau bocado perante um adversário muito forte e com capacidade real para fazer mossa. Ou seja, poupar esforços sem abdicar da dignidade e da honra de ser Benfica. Algures entre as várias possibilidades que existem para garantir todas essas coisas, existe uma que permitirá passar a eliminatória frente ao Marselha. O ideal seria ir ao encontro dessa alternativa... durante os 90 minutos de amanhã, que precedem importantíssima deslocação à Madeira no próximo Domingo, ficaremos com uma noção muito clara do que pretende o Benfica fazer desta época.

Certo é que se o Benfica passar incólume esta fase de jogos consecutivos e todos de grande intensidade previsivelmente (Marselha, Nacional, Marselha e Porto, respectivamente), estará numa confortável posição no campeonato certamente, e poderá começar também a fazer planos concretos para a sua evolução na Liga Europa. Mas vamos com calma, porque fundamental mesmo é o campeonato. E aí temos de longe o calendário mais difícil até ao final da prova em comparação com os nossos adversários. Há que estar preparados.

2 comentários:

Vai ser um grande jogo. Vou lá estar!

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