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domingo, 27 de outubro de 2013

Benfica v Nacional: de tosco nem centelha


A tarde em que a expressão «alto e tosco» perdeu o seu significado. Não perca, este domingo pelas 17:15 horas, o Benfica v Nacional da 8ª jornada do campeonato nacional da primeira divisão.

«Prémio Nobel da execução […] genial lance que proporcionou o golo […] Fintas, simulações, dribles e entrega perfeita ao companheiro». Esfrega os olhos e volta à realidade. Não sabe bem de onde veio, ou de que tempo veio, mas um conjunto de frases soltas estão em ricochete constante na sua memória. É isso: tarde amena de futebol na Luz, uma entre tantas outras, vitória escassa mas segura com um lance genial a originar o único golo da tarde. Mas lance genial de quem? Do Benfica, pois claro, mas protagonizado por quem? Não consegue lembrar-se. Concentra-se, faz mais um esforço, mas nada.

Por esta altura está o leitor também a puxar pela memória, mas sem mais pistas é difícil acercar-se da resposta. Que raio de maneira de começar um texto. Pois então vamos lá: 1989 foi o ano, Nacional da Madeira o adversário. 1989… Lance de génio… (já sei, já sei) … Valdo de certeza; ou então Paneira, só pode! Parece óbvio, não parece? Mas não é. Naquela tarde de futebol na Luz, o verdadeiro protagonista foi um nórdico, alto e loiro nascido 26 anos antes em Helsingborg, Suécia. Mats Magnusson, pois claro.

Num Abril que recebera a Primavera de braços abertos, o Sport Lisboa e Benfica defrontava então o Nacional da Madeira em mais uma jornada do nacional da 1ª divisão, tentando manter o status quo do campeonato, isto é, a vantagem de seis pontos que detinha sobre o segundo classificado. E assim aconteceu. Duas vitórias pela margem mínima (do Benfica na Luz e do FCPorto em Chaves) deixavam tudo na mesma na frente da tabela, mantendo os encarnados um inquestionável favoritismo (depois confirmado) nas contas do título.

Os nacionalistas, orientados por Paulo Autuori, foram a jogo apostados em dificultar a vida ao provável campeão e a verdade é que a muralha erguida em frente da baliza madeirense (guardião Gilmar incluído) apenas foi completamente ultrapassada vez. A estratégia era simples: Tito e Ladeira mantinham Magnusson e Vata sob vigilância apertada; as pedras do sector intermediário emperravam Ademir, Valdo e Paneira; o jogo ofensivo encarnado ressentia-se. Por um lado até resultou, mas por outro o Benfica foi sempre a equipa que melhor qualidade de jogo apresentou em campo e Magnusson estava em tarde de gala como provou ao minuto 26. Numa jogada plena de tecnicismo, o sueco sacou de toda a sua genialidade e assistiu Vata para o golo, provando perante uma plateia entusiástica que de tosco não tinha nem um bocadinho. Grande jogada do sueco e 1-0 para o Benfica!

Com o momento do jogo ultrapassado e o título de melhor em campo atribuído a Magnusson (que ainda teve tempo de juntar ao lance do golo uma mão cheia de jogadas da mais requintada nota artística), restou deixar passar o tempo e confirmar menções honrosas para as exibições de Samuel (impecável ao lado de Ricardo) e Valdo (a classe do costume). Do lado do Nacional, merecido destaque para a notável exibição do seguríssimo Gilmar (o principal responsável pelo magro 1-0) e para um tal Dino Furacão que, sem que ninguém o soubesse, deixava um pré-aviso aos Benfiquistas para aquilo que faria anos depois no velhinho Mário Duarte num malfadado jogo que (contas feitas) roubou ao Benfica mais um título de campeão. Mas essa tarde em Aveiro o melhor mesmo é não recordar.

TEXTO BASEADO E ADAPTADO DA EDIÇÃO DO DIÁRIO DE LISBOA DO DIA 17/04/1989.

sábado, 5 de outubro de 2013

Estoril v Benfica: a primeira deslocação ao campo da Amoreira


Quando o Benfica se estreou na Amoreira com uma vitória. Não perca, este domingo às 20:15, o Estoril v Benfica em mais uma jornada do campeonato nacional.

Outubro de 1944. Enquanto a guerra ecoava lá longe e os aliados conseguiam importantes avanços sobre as forças alemãs, em Portugal um domingo de outono era sinónimo de folhas amarelecidas e castanhas assadas, mas também de futebol. Em mais uma jornada do Campeonato de Lisboa, o Benfica do húngaro János Biri deslocava-se ao campo da Amoreira para defrontar um Estoril-Praia que pela primeira vez militava na divisão maior do campeonato regional da capital.

Esperava-se um obstáculo difícil de ultrapassar para a equipa de encarnado vestida, mas feitas as contas o Benfica venceu com relativa facilidade numa tarde em que o vento foi o principal adversário de duas equipas que queriam jogar bem e não conseguiam. E se alguém mereceu uma estatueta dourada por ter tentado fazê-lo afincadamente desde início, esse alguém foi o pequeno e irrequieto Pires, o grande inspirador do triunfo benfiquista. O pontapé de saída pertenceu, assim, ao Benfica e nem meio minuto após o jogo se ter iniciado já a bola entrava redonda na baliza de Valongo. Ataque encarnado pela esquerda e imediatamente golo para surpresa de todos, obra de Pires, claro está. Inspirados pela vantagem, os jogadores encarnados continuaram a carregar no ataque e ao minuto cinco apareceu mais um golo, o segundo da conta benfiquista. Foi mais uma vez Pires que, solicitado por Julinho, logrou meter a bola no fundo daquele rectângulo ao fundo do campo, contando desta vez com a ajuda de Éolo. Os deuses eram encarnados. 

Dois golos em cinco minutos, mas não se julgue que ficamos por aqui. Recomeçada a partida, o Estoril teve o seu melhor período em todo jogo e conseguiu mesmo reduzir. Raúl Silva passou por César Ferreira e Moreira, meteu a bola na frente, e Lourenço, «acorrendo lesto», fez o golo perante um impotente Martins. 1-2 no placard e jogo relançado. Ou talvez não. O Benfica voltou imediatamente ao ataque com Julinho a comandar as tropas e a solicitar, de cabeça, Teixeira para este fazer um grande golo. O relógio marcava na altura apenas onze minutos e estava feito o resultado final sem que, no entanto, ninguém o soubesse. Referida esta informação, torna-se quase inútil o resto da prosa mas continuemos. O tempo que faltava até ao fim da primeira parte, o Benfica jogou-o todo no meio-campo estorilista, com Francisco Ferreira, Julinho e Rogério sempre em evidência vendo os seus remates serem parados à vez pelo poste, pelo guardião Valongo e pela sua falta de pontaria.

No segundo tempo, aguardava-se a reacção do Estoril-Praia mas ela não chegou a aparecer. O jogo foi mais dividido, é certo, mas mesmo com o vento a varrer o campo na direcção da baliza de Martins, a procura de oportunidades de golo por parte dos estorilistas foi muito superior à oferta, e como o Benfica não carregou tanto no ataque, tudo ficou como estava. E se me permitem, ficou bem. Ganhou o Benfica logo no começo porque era melhor e assim tinha de ser. Terminado o campeonato, os comandados de János Biri veriam o rival Sporting festejar a conquista do Campeonato de Lisboa com dois pontos à maior, mas os papéis inverter-se-iam no final da época e aí seria o Benfica a festejar a conquista do Campeonato Nacional da 1ª Divisão, por sinal o sexto título da sua já então bonita história.

TEXTO BASEADO E ADAPTADO DA EDIÇÃO DO DIÁRIO DE LISBOA DO DIA 23/10/1944

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Inqualificável