Apesar de nos últimos dias qualquer conversa sobre bolas paradas incluir, necessariamente, a palavra «bloqueio» não será sobre isso que irei escrever. Ainda antes de todo o mediatismo, já o tema tinha sido abordado no Chama Gloriosa Chalkboard e, por isso, não constitui novidade para os leitores habituais. Irei escrever, isso sim, sobre o outro lado da moeda, as bolas paradas defensivas, para dar conta de um pormenor do clássico com o FCPorto.
Primeiro tempo
Independentemente das nuances entre pontapés de canto e livres laterais, nas bolas paradas defensivas, o Benfica utiliza, geralmente, uma defesa à zona com o detalhe de um dos jogadores - normalmente Witsel - marcar individualmente a maior referência da equipa adversária neste aspecto. É um pormenor que se verifica frequentemente, mas que escapa muitas vezes a um olhar mais desatento.
No clássico da última terça-feira, foi Sapunaru o jogador identificado como maior ameaça na equipa portista e, assim, foi ele a ser marcado individualmente pelo belga. No lance do segundo golo do FCPorto, porém, o Benfica pagou bem cara essa opção. Aquilo que aparenta ser uma linha de sete jogadores a defender a zona da pequena área é, na verdade, uma linha de seis jogadores mais uma marcação individual. Mangala é deixado sozinho (ninguém protege uma zona valiosíssima como a da marca de penalti) e, beneficiando disso mesmo, surge embalado na zona de Jardel para cabeçear furiosamente para golo, não dando qualquer hipótese de reacção ao defesa brasileiro.
Segundo tempo
Segundo tempo
Ao intervalo, e identificado o erro, Jorge Jesus realizou um pequeno ajustamento trocando o alvo da marcação individual nestes lances. Witsel passou a acompanhar Mangala e a verdade é que o francês não mais ameaçou a baliza encarnada.
Conclusão
Numa altura em que o Benfica entra numa fase decisiva, com um conjunto de jogos tão importantes quanto complicados, é fundamental que erros como o de terça-feira não se repitam. Quando se defende zona nas bolas paradas, a grande preocupação deve ser fechar os espaços mais valiosos (perigosos) para a baliza (não aconteceu no golo de Mangala), exigindo aos jogadores jogo em antecipação e concentração máxima. É que, estou certo, Terry, Ivanovic, Douglão ou Xandão serão ameaças (pelo menos) tão grandes quanto o francês do FCPorto e não deixaria de ser um tanto ou quanto estranho ver a equipa cair por um aspecto onde consegue ser tão forte... do outro lado do campo.
Conclusão
Numa altura em que o Benfica entra numa fase decisiva, com um conjunto de jogos tão importantes quanto complicados, é fundamental que erros como o de terça-feira não se repitam. Quando se defende zona nas bolas paradas, a grande preocupação deve ser fechar os espaços mais valiosos (perigosos) para a baliza (não aconteceu no golo de Mangala), exigindo aos jogadores jogo em antecipação e concentração máxima. É que, estou certo, Terry, Ivanovic, Douglão ou Xandão serão ameaças (pelo menos) tão grandes quanto o francês do FCPorto e não deixaria de ser um tanto ou quanto estranho ver a equipa cair por um aspecto onde consegue ser tão forte... do outro lado do campo.
9 comentários:
Excelente artigo Phant, é sempre um prazer ler as tuas análises.
Mais logo, vou estar ver as nossas bolas paradas defensivas com outra atenção.
Só para dizer que ler o que este senhor escreve, é absolutamente delicioso.
Tem alguma formação de treinador?
António Silva
Excelente análise.
Passem pelo meu blog para verem algumas curiosidades sobre João Capela.
http://pluribusunum7.blogspot.pt/2012/03/joao-capela-e-vasco-santos-beneficiados.html
http://pluribusunum7.blogspot.pt/2012/03/joao-capela.html
A isto chama-se uma aula sobre futebol. Parabens companheiro.
Já agora: alguma vez ouviu falar em bloqueio em futebol!
Eu nunca ouvi, só no basquete.
Saudações benfiquistas.
Obrigado pelos comentários.
António, fico contente que goste dos posts, mas não exagere. A minha formação é de simples adepto. :)
Velha Guarda, obrigado. Se procurar nos posts anteriores, com a tag chalkboard, encontra alguns posts sobre as bolas paradas ofensivas do Benfica. O Jesus não o admite, mas prepara estes lances nos treinos e de facto existem movimentações que têm o objectivo de libertar jogadores das marcações obrigando os adversários a lutar para ultrapassar picks ou screens como no basket. Com o Porto, no lance do Luisão à barra, o Nélson Oliveira sabendo o que iria ocorrer coloca-se no caminho do Rolando e este esbarra com ele e fica fora da jogada. No lance do Nolito há um duplo screen do Luisão e do Jardel que liberta o Javi ao segundo poste. Ora, não havendo agarrões e sendo as movimentações a obrigarem os adversários a ir contra os bloqueios não tem nada que haver falta. Mérito para a nossa equipa técnica.
Phant vintage. Phantástico.
Obrigado, JNF. Nao sei se repararam ontem na marcação individual do Witsel ao Maurício nas bolas paradas. Nao que interesse muito, mas fica a nota.
CAMPEOES OLE CAMPEOES OLE PORTOOOOOOOOOOOOO! CHUPEM FILHOS DA PUTA! AHAHAHHAHAH ETERNOS VENCEDORES DA TAÇA DA CERVEJA!
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