Não são títulos, mas são marcos.

O ano passado, foi das épocas mais vergonhosas da história do Benfica.

Períodos houve em que se jogou bom futebol. Séries de vários jogos a ganhar, mas derrotas em jogos chaves, colocaram Vieira num dilema pressionado pela SAD. Mantinha Jesus, ou deixava-o cair. Não deixou, lembrou-se de Fernando Santos e deu-lhe mais uma chance.

Nesta época, o Benfica teria de ser Campeão, teria de ser humilde e de poucas conversas, teria que passar a fase de grupos da Champions e ir o mais longe possível, não esquecendo as duas taças, principalmente o Jamor.

Antes de começar o campeonato, Vieira advertiu Jesus que ele falava demasiado, e que se devia cingir ao Benfica e ao seu trabalho.

A época foi avançando, campeonato ao lado do rival porto, perdemos a taça de Portugal, mas o ocorrido foi amenizado com a passagem imaculada da fase de grupos da Champions.

Começou-se o ano, e as rábulas Amorim e Perez, vieram criar uma instabilidade adicional ao balneário e as suas saídas não foram compensadas. Deixámos o Porto a cinco pontos, no final de Janeiro, e o mês de Fevereiro, invadidos não se sabe porquê, foi um colapsar de resultados, que só hoje terminaram com esta saborosa passagem.

A derrota na sexta tem atenuantes, foram referidos por Vieira, mas o mesmo não gostou de perder oito pontos para o porto, após uma entrevista em que se sentia numa posição segura e projectando um campeonato seguro.

A derrota, veio relembrar, com o famoso aperto, os compromissos que Jesus tinha assumido, e um “as derrotas acabam já aqui, e na terça-feira é para passar” fizeram bastante mossa, no plantel e equipa técnica.

Sem deixar de dizer que confiava neles, Vieira não deixou de referir que havia um crescente descontentamento, numa massa adepta que o ano passado fora enxovalhada, e não aceitaria que o mesmo se repetisse esta época.

As palavras do Jorge Jesus após a conseguida passagem hoje, numa vitória feita com cabeça, com pausa e com substituições a proteger os objectivos, entendem-se na cabeça dum homem que é bom, por vezes genial, mas egocêntrico e casmurro também. Mostrou-se irónico, gozou com o passado, e por fim quando se acalmou, lá tentou dizer as coisas de uma outra forma. Beliscar o historial do Benfica, clube esse que o projectou para um patamar em que ele chegou mas que tem de se afirmar, só podem ser entendidas pelo encostar à parede que sofreu. Os jogadores ficaram contentes, porque sentiram o seu profissionalismo beliscado, e achavam que algo mais tinha responsabilidade nos resultados. Algo de bastidores, que não se pode nem se deve ignorar.

A nação anti Benfica, sentou-se hoje para assistir, à queda definitiva e ao aumento da crise. Foi duma frustração enorme, como enorme é ver este tipo de arbitragens, mesmo quando há penáltis que ficam por assinalar e que poderiam ter acalmado mais cedo o jogo. Eu gosto do deixa andar, do parar quando tem de ser do sorrir e falar baixo com os jogadores. Classe pura … embora também erre, está claro.

Respiremos portanto, incentivados por mais um momento que nos faz sorrir, falamos tão somente da 17ª passagem do Benfica aos quarto de final em competições Europeias.

Não são títulos, mas são marcos. É importante voltar a sorrir.

Abraço

Posted in: