A entrevista de Luís Filipe Vieira

Luís Filipe Vieira deu hoje uma entrevista a Miguel Sousa Tavares, na SIC. Foram abordados vários temas da vida do clube, e alguns mais controversos não directamente relacionados. Foi uma entrevista interessante, pela forma como o presidente do Benfica foi respondendo a tudo, aguentando até algumas provocações claramente mal intencionadas do, digamos, jornalista da SIC.

Gostei da forma como Luís Filipe Vieira foi respondendo. Com calma, com ponderação, com correcção, e muito acertivo em praticamente todos os temas. Faço uma única ressalva, em algo que a meu ver era dispensável: falar do processo de contratação de Jesus, da preferência de Rui Costa por outro treinador e da forma de tomar decisões que subalterniza um pouco o director desportivo do Benfica. Foi, quanto a mim, a grande falha nesta entrevista.

Entrevista que acabou mais por ser um debate, tamanha a isenção (aliás já esperada) de Miguel Sousa Tavares. Respondeu bem quando o tema foi a Carolina Salgado, o apito dourado ou o reconhecimento das vitórias de outros clubes. E, quanto a mim, esteve particularmente bem ao responder à questão das claques. O Benfica não tem nenhuma claque, tem apenas e só grupos de sócios que se juntam no mesmo sector no Estádio da Luz, com lugares cativos e que naturalmente são livres de se organizarem como quiserem para irem ver o Benfica a outros recintos.

Notei com algum interesse os elogios rasgados a Fernando Gomes, ex-administrador do Porto, e interpreto-os de duas formas: ou foi uma alfinetada a quem deixou de contar com os seus préstimos, ou o Benfica vê com bons olhos esse nome para a direcção da Liga. Ou até talvez se verifiquem as duas situações...

Também realço a forma como falou da equipa.. esquivou-se a eleger o melhor jogador do plantel, salientando antes o conjunto. E deu algumas dicas sobre o futuro da gestão do Benfica, fazendo menção aos encaixes que a Liga dos Campeões permitirá, e aos direitos televisivos que serão renegociados brevemente. Neste ponto, ponho as minhas reticências, e não me parece que o Benfica seja sustentável só com o aumento destas receitas, como disse o presidente. Mas aqui está provavelmente uma inconciliável diferença de pontos de vista sobre a gestão do clube, e não é esse o assunto deste texto.

No geral, gostei bastante, e creio que posso carimbar esta entrevista como tendo sido uma prestação à Benfica do nosso presidente. Que seja para continuar, este ano também na acção presidencial tem sido bastante positivo.

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