Joga-se amanhã no mítico estádio Velodrome em Marselha a 2ª mão dos oitavos de final que opõe os locais ao Benfica. O Benfica parte para esse jogo em ligeira desvantagem, fruto do empate a 1 cedido na Luz na passada quinta-feira, dia 11. Esse jogo ficou marcado essencialmente pela sagacidade táctica de Deschamps, o treinador dos franceses, que trouxe a Portugal a lição muito bem estudada. Mas amanhã tudo será diferente, forçosamente.
O treinador Jorge Jesus admitiu hoje que na 1ª mão o Benfica desconhecia algumas vertentes tácticas da equipa francesa, situação corrigida nas suas palavras e que permitirá ao Benfica preparar melhor o encontro de amanhã. Que será novamente um grande confronto táctico, autêntico choque de titãs. De notar que mesmo sem a aconselhável preparação no jogo da 1ª mão, que foi evidente em alguns períodos, o Benfica conseguiu realizar uma exibição interessante na 2ª parte, o que poderá antecipar um bom jogo para amanhã.
O Marselha vai certamente jogar de outra forma, pois jogará diante dos seus adeptos. O ambiente vai ser complicado, mas nada que os nossos jogadores, muitos deles com muito traquejo, possam estranhar excessivamente. Segundo relatos de França, são também adeptos que pressionam muito a sua própria equipa caso o jogo não corra de feição, situação que o Benfica pode aproveitar se entrar forte no jogo, causando desconforto e intranquilidade no adversário.
Parece claro que Jorge Jesus vai reforçar o miolo do meio campo, para evitar que o Marselha volte a estrangular a acção de Javi Garcia e Aimar. O argentino creio que começará no banco para dar o seu lugar a Carlos Martins, jogando Ramires mais próximo de Javi Garcia, à semelhança do que aconteceu em Liverpool frente ao Everton. Eu no entanto lançaria Ruben Amorim no lugar do brasileiro, pois está em melhor forma.
Com a faixa esquerda certamente entregue a Fábio Coentrão devido à ausência de César Peixoto, o equilíbrio surgirá no outro lado com o músculo de Maxi a impor-se no seu flanco. A meia direita deverá ser preenchida alternadamente por Carlos Martins, Ramires e mesmo Saviola, um de cada vez e consoante os diversos momentos do jogo. O Benfica não pode sobretudo tolerar que a zona central do meio campo fique asfixiada, pois é aí que o Marselha é muito forte, e é precisamente por aí que o Benfica pode aspirar a controlar a partida e a eliminatória.
Caso César Peixoto estivesse disponível, eu jogaria com Di Maria na frente de ataque ao lado de Saviola, e com Coentrão a extremo, mas não podendo ser será certamente Cardozo a alinhar de início. Também poderá ser importante, fixando mais os centrais adversários e desgastando de forma efectiva um sector que é o mais fraco da equipa do sul de França.
Parece claro que não haverão poupanças para o jogo da Taça da Liga, e concordo em absoluto. A Taça da Liga é uma competição menor, e não é por ser disputada contra o Porto que a sua importância aumenta. O Benfica controlando a zona central amanhã, poderá arrancar para uma exibição e um resultado satisfatórios. Se o Marselha ficar estancado pela acção dos nossos centrocampistas, tenho a certeza que depois individualidades como Saviola ou Di Maria terão a oportunidade de fazer a diferença. E terá de ser esta a estratégia. Tacticamente bloquear o adversário, e depois apostar nos jogadores que fazem a diferença.
Eu acredito que será possível, tal como acredito que será um jogo tremendamente complicado. A abnegação e competência dos nossos jogadores quase de certeza que trará para Portugal a hipótese de seguir em frente na Liga Europa. E nós cá estaremos para reconhecer tão difícil feito. Força, Benfica!
1 comentários:
Mais uma vez, excelente abordagem ao jogo.
As minhas dúvidas, apenas na substituição do Cardozo, visto ser ele um dos elementos que mais satura e cansa as defesas.
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