Relegado para a Liga Europa, o Benfica defronta já esta quinta-feira a equipa alemã do Estugarda. Com base na observação dos últimos jogos da equipa, apresento de seguida uma espécie de relatório detalhado sobre a formação germânica. Se quer saber tudo sobre o Estugarda, este é o sítio certo.
- Equipa organizada em 4x4x2 clássico. Exibições inconsistentes nos últimos jogos, alternando boas partidas com partidas bastante fracas. Momento delicado em termos emocionais com os resultados a não permitirem grande confiança. Alguma vocação ofensiva, normalmente com o ritmo de jogo não muito alto. Construção de jogo paciente, com a passagem pelas diferentes fases de forma objectiva. Muito perigosos na 4ªfase com uma das melhores duplas atacantes do futebol alemão (Cacau e Pogrebnyak).
- Na 1ª fase, a construção de jogo curto ocorre, normalmente, com o primeiro passe a sair para um dos centrais (Delpierre), os quais têm algumas dificuldades em posse se pressionados (Tasci contra o Bayern e Delpierre contra o Dortmund). Construção de jogo longo usa Pogrebnyak como referência, com o objectivo de solicitar o avançado mais móvel nas suas costas ou um dos extremos.
- Problemas nas alas do meio campo. Bruno Labbadia tem experimentado muito e as lesões não ajudam a prever quem irá jogar. Boka deve falhar os encontros com o Benfica, enquando Gentner e Gebhart não se sabe se recuperam a tempo de jogar na Luz. Sem Boka, na esquerda deve alinhar um extremo puro, a dar largura ao jogo e a jogar bem aberto na linha, indo para cima do lateral (Didavi, Elson ou Gebhart). Na direita, será dada preferência um médio que use movimentos mais interiores (Gentner ou Trasch). Harnik é outra possibilidade, mas mais atacante. No caso de jogar Trasch na direita, Hajnal deve jogar ao lado de Kuzmanovic.
- Pogrebnyak, parecendo lento, tem capacidade para decidir na profundidade e em situações na grande área (golos contra o Dortmund e Monchengladbach). Mortífero. Capacidade também para fugir da zona central e cair na ala (lado direito normalmente).
- Na 1ª fase, a construção de jogo curto ocorre, normalmente, com o primeiro passe a sair para um dos centrais (Delpierre), os quais têm algumas dificuldades em posse se pressionados (Tasci contra o Bayern e Delpierre contra o Dortmund). Construção de jogo longo usa Pogrebnyak como referência, com o objectivo de solicitar o avançado mais móvel nas suas costas ou um dos extremos.
- Na 2ª e 3ª fase o padrão existente é normalmente o de um um futebol apoiado com Kuzmanovic a baixar para servir de referência na construção, tendo grande mobilidade para apoiar e oferecer linhas de passe no sector mais recuado. O sérvio gosta de baixar para vir buscar jogo e solicitar alas ou laterais em largura ou profundidade (atenção à visão de jogo). Outra possibilidade é um dos centrais jogar nos laterais para que estes corram com bola e combinem com os alas do seu lado (mais no lado esquerdo com Molinaro). Se pressionados e com pouco espaço, abusam do jogo directo. Potenciar esta situação, encurtando tempo e espaço a Kuzma e aos laterais de modo a obrigar os centrais a construir e aumentar a possibilidade de recuperações de bola em zonas altas do campo.
- Problemas nas alas do meio campo. Bruno Labbadia tem experimentado muito e as lesões não ajudam a prever quem irá jogar. Boka deve falhar os encontros com o Benfica, enquando Gentner e Gebhart não se sabe se recuperam a tempo de jogar na Luz. Sem Boka, na esquerda deve alinhar um extremo puro, a dar largura ao jogo e a jogar bem aberto na linha, indo para cima do lateral (Didavi, Elson ou Gebhart). Na direita, será dada preferência um médio que use movimentos mais interiores (Gentner ou Trasch). Harnik é outra possibilidade, mas mais atacante. No caso de jogar Trasch na direita, Hajnal deve jogar ao lado de Kuzmanovic.
- Pogrebnyak, parecendo lento, tem capacidade para decidir na profundidade e em situações na grande área (golos contra o Dortmund e Monchengladbach). Mortífero. Capacidade também para fugir da zona central e cair na ala (lado direito normalmente).
Transição Defesa /Ataque
- Mudança de atitude média. Maior ameça está na colocação de bolas em profundidade para um dos extremos ou avançados. Quando isso não é possível (a maioria das vezes), dão início à posse de bola com Kuzmanovic como grande referência. Boa dinâmica do lado esquerdo, com Molinaro a aparecer bem de trás, dando largura ao jogo e tirando bons cruzamentos.
- Transições rápida do guarda-redes. Preocupação em lançar rapidamente o contra-ataque com bolas longas em profundidade ou passe curto para um dos laterais ou extremos à saída da grande área.
Organização Defensiva
- Equipa organizada num bloco médio/alto. Normalmente, existe uma procura constante da posse de bola através de uma zona pressionante bem implementada para provocar o erro do adversário. Postura bastante activa e agressiva. Cacau e Pogrebnyak são bastante úteis no pressing, tanto na frente, como em zonas mais recuadas.
- A defesa é bastante inconsistente, seja devido a erros individuais ou à falta de coordenação da linha defensiva (explorar). Normalmente usam uma defesa mista com Tasci a marcar e Delpierre a sobrar. Alguma indefinição na lateral direita, com Funk a agarrar o lugar nos últimos jogos. Boulahrouz, Degen ou Bikakcic possíveis. Delpierre apresenta algumas dificuldades com a profundidade.
- Ulreich bastante seguro a sair dos postes, mas algo inconsistente na linha de baliza. Acreditar sempre em segundas bolas após remates.
Bolas paradas - contra
- Nos livres laterais colocam dois jogadores na barreira (normalmente não saltam). Cacau fica na frente e os restantes marcam homem-a-homem.
- Equipa num mau momento. 17º lugar na Bundesliga e derrota por 1-4 em casa no último jogo. No entanto, na Europa em 10 jogos conseguiram 7 vitórias, 2 empates e apenas 1 derrota.
- Substituições não implicam, normalmente, alterações no esquema táctico. Com todos disponíveis, têm jogadores no banco com boa qualidade, capazes de mudar o rumo do jogo. Harnik costuma dar grande dinamismo ao lado direito do ataque e aparece bem na área a finalizar. Marica e Schipplock são sempre boas opções de recurso para a frente de ataque.
- Mudança de atitude média. Maior ameça está na colocação de bolas em profundidade para um dos extremos ou avançados. Quando isso não é possível (a maioria das vezes), dão início à posse de bola com Kuzmanovic como grande referência. Boa dinâmica do lado esquerdo, com Molinaro a aparecer bem de trás, dando largura ao jogo e tirando bons cruzamentos.
- Transições rápida do guarda-redes. Preocupação em lançar rapidamente o contra-ataque com bolas longas em profundidade ou passe curto para um dos laterais ou extremos à saída da grande área.
Organização Defensiva
- Equipa organizada num bloco médio/alto. Normalmente, existe uma procura constante da posse de bola através de uma zona pressionante bem implementada para provocar o erro do adversário. Postura bastante activa e agressiva. Cacau e Pogrebnyak são bastante úteis no pressing, tanto na frente, como em zonas mais recuadas.
- A defesa é bastante inconsistente, seja devido a erros individuais ou à falta de coordenação da linha defensiva (explorar). Normalmente usam uma defesa mista com Tasci a marcar e Delpierre a sobrar. Alguma indefinição na lateral direita, com Funk a agarrar o lugar nos últimos jogos. Boulahrouz, Degen ou Bikakcic possíveis. Delpierre apresenta algumas dificuldades com a profundidade.
- Ulreich bastante seguro a sair dos postes, mas algo inconsistente na linha de baliza. Acreditar sempre em segundas bolas após remates.
Transição Ataque/Defesa
- Mudança de atitude média. Reacção global à perda relativamente rápida, mas muito desorganizada. Laterais algos lentos a recuperar após subidas no terreno (explorar, principalmente, Molinaro). Trasch está normalmente bem posicionado e é bastante agressivo na procura da bola o que o torna no principal bloqueio para parar as transições do adversário. Se for desviado para o lado direito do meio campo a equipa perde com isso.
- A defesa pode estar posicionada demasiado alta no campo, pelo que existirão espaços nas costas para explorar em transição ofensiva. Podem tentar foras de jogo, mas acreditar sempre em más decisões principalmente dos dois centrais. Linha defensiva bastante descoordenada (explorar).
- Mudança de atitude média. Reacção global à perda relativamente rápida, mas muito desorganizada. Laterais algos lentos a recuperar após subidas no terreno (explorar, principalmente, Molinaro). Trasch está normalmente bem posicionado e é bastante agressivo na procura da bola o que o torna no principal bloqueio para parar as transições do adversário. Se for desviado para o lado direito do meio campo a equipa perde com isso.
- A defesa pode estar posicionada demasiado alta no campo, pelo que existirão espaços nas costas para explorar em transição ofensiva. Podem tentar foras de jogo, mas acreditar sempre em más decisões principalmente dos dois centrais. Linha defensiva bastante descoordenada (explorar).
Bolas paradas - favor
- Livres laterais batidos por Kuzma, Gebhart ou Boka. Todos com precisão no cruzamento. Normalmente, 5 jogadores atacam a bola na diagonal: dois pontas de lança, dois centrais, mais médio-defensivo (Trasch). Um dos alas fica na entrada da área para a segunda bola.
- Muitas opções para os livres frontais. Kuzmanovic de pé esquerdo por cima da barreira ou Pogrebnyak mais em força. Didavi também bate bem. Por vezes colocam um jogador no lado interior da barreira que se baixa no momento do remate.
- Cantos executados por Kuzma, Gebhart ou Boka. Mais uma vez, colocam 5 jogadores na área. 3 atacam a bola na diagonal. Delpierre ou Pogrebniak aparecem ao primeiro poste (atenção), Cacau ao segundo. Um dos alas fica na entrada da área para a segunda bola. Combinações improváveis, mas possíveis. Normalmente bola é batida directamente para a área.
Bolas paradas - contra
- Nos livres laterais colocam dois jogadores na barreira (normalmente não saltam). Cacau fica na frente e os restantes marcam homem-a-homem.
- Nos cantos colocam Molinaro num poste e Funk no outro. Pogrebnyak fecha o espaço entre a pequena área e o primeiro poste. Gebhart aparece na meia lua da área para iniciar a transição. Restantes marcam homem-a-homem.
- Nos livres frontais colocam 5 jogadores na barreira (normalmente não saltam). Os restantes marcam homem-a-homem. Defendem com todos os jogadores nas imediações da área.
Outras observações
- Gebhart e Gentner estão de fora por lesão e, por isso, em dúvida para o primeiro jogo. Boka deve falhar as duas partidas. Alguma dificuldade na previsão do onze, pois existe a possibilidade de Labbadia rodar a equipa a pensar no campeonato. Cacau vem de lesão e pode começar no banco.
- Equipa num mau momento. 17º lugar na Bundesliga e derrota por 1-4 em casa no último jogo. No entanto, na Europa em 10 jogos conseguiram 7 vitórias, 2 empates e apenas 1 derrota.
- Substituições não implicam, normalmente, alterações no esquema táctico. Com todos disponíveis, têm jogadores no banco com boa qualidade, capazes de mudar o rumo do jogo. Harnik costuma dar grande dinamismo ao lado direito do ataque e aparece bem na área a finalizar. Marica e Schipplock são sempre boas opções de recurso para a frente de ataque.
7 comentários:
Vai mas é trabalhar. ;D
Agora a serio esta uma grande analise Phant.
Vamos ver se o Jesus e a sua equipa técnica fez/faram o mesmo estudo do estugarda e vamos obter 1 bom resultado.
Parabéns Phantasminha. :)
Fantástico trabalho... eu me levanto, eu me curvo, eu tiro o meu chapéu de côco.. :)
Obrigado. :) O JJ com certeza que tem ao seu dispor algo do género, bastante mais detalhado e com maior conhecimento do jogo da parte de quem o fez. Eheh.
Phant, antes de mais grande trabalho. Está bom, sem dúvida alguma.
Uma pergunta: qual o programa que utilizas para os campos e os respectivos jogadores e sinalização das movimentações, etc?
Obrigado.
Obrigado. As imagens foram feitas de raíz no Photoshop.
Análise mais completa que vi ao Estugarda.
Tinhas lugar em qualquer clube ou jornal desportivo deste nobre Portugal.
muito bom trabalho!
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