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sábado, 11 de agosto de 2012

Fortuna Düsseldorf vs Benfica - Quase, quase na final



Quando o Benfica defrontou os irmãos Allofs e protagonizou a última grande jornada europeia do Fortuna. Não perca o jogo de preparação entre o Benfica e o Fortuna Düsseldorf, mais logo, a partir das 15 horas.

Passaram mais de 30 anos, mas ninguém diria. Foi em 1981 que Fortuna e Benfica se defrontaram para discutir o acesso às meias-finais da «Taça dos Vencedores das Taças», mas é como se tivesse sido ontem. Bom, ou quase. É certo que o mundo mudou muito, mas pela cidade alemã de Düsseldorf, o Fortuna continua a ser o clube dos irmãos Allofs. Ou de um deles, pelo menos. Thomas Allofs é, actualmente, director desportivo do Fortuna, mas em 1981 o antigo avançado internacional alemão era uma das figuras de proa da equipa da antiga República Federal da Alemanha. 

O Benfica chegava aos «quartos-de-final» de mais uma prova europeia altamente moralizado pelos resultados a nível nacional e internacional, mas em Düsseldorf a situação da equipa da cidade era pouco invejável. O Fortuna corria risco de despromoção e acabava de ser eliminado da Taça pelo Hertha Berlin, mas mesmo assim depositava algumas esperanças no embate com a turma «encarnada» Dieter Brie, o treinador germânico, esperava «um jogo difícil» e dava «50 por cento de possibilidades» à sua equipa na eliminatória, mas para Thomas Allofs «algo tinha de mudar» em relação aos últimos jogos para o Fortuna ter chances de vencer. E assim pareceu acontecer nos primeiros minutos da partida da primeira-mão. A equipa da RFA entrou forte no jogo e chegou a provocar calafrios na «ruidosa falange de apoio do Benfica» quando, logo aos dois minutos, inaugurou o marcador através de um cabeceamento vitorioso de Wenzel na sequência de um canto marcado por Klaus Allofs. Mesmo sem jogar bem, o Benfica respondeu ainda na primeira parte e colocou o jogo em plano de igualdade já perto do intervalo, por intermédio de Carlos Manuel num desvio à boca da baiza após «cruzamento-remate» de Humberto Coelho. Logo de seguida, porém, o Fortuna repôs a vantagem no marcador. Numa boa jogada de ataque, muito consentida pela defesa benfiquista, Dusend não deu qualquer hipótese de defesa a Bento. A segunda parte, por sua vez, foi de parada e resposta entre as duas equipas. O Fortuna assustou através dos irmãos Allofs e de Wenzel, mas seria o Benfica a confirmar o ascendente ofensivo com o tento da igualdade, concretizado de cabeça, por Humberto, aos 77 minutos. Apesar da exibição menos conseguida, o Benfica saía de Düsseldorf com boas perspectivas para o segundo jogo e, como se veria mais tarde, o empate e os dois golos marcados no campo do adversário foram mesmo um bom «investimento» para a partida no Estádio da Luz.

Em Lisboa, apesar de tudo, a noite foi de um sofrimento impressionante. O Fortuna, comandado pelos irmãos Allofs - quem mais? -, apostou tudo no contra-ataque, enquanto o Benfica, mesmo de forma algo pachorrenta, passou toda a primeira parte a desbaratar golos, alternando entre a inoperância de Reinaldo e a infelicidade de Nené. Com uma pontinha de sorte, os alemães tinham levado para contar, mas com os «sustos» a sucederem-se junto à baliza de Bento, o «Terceiro Anel» mantinha-se com o coração aos pulos e cada adepto rezava ao seu santinho preferido. Até que, quando o relógio já marcava 87 minutos, apareceu o golo. Num momento magistral, João Alves lançou Chalana e o pequeno genial, ao seu estilo, colocou a redondinha no fundo das redes germânicas perante a saída destemida do guarda-redes contrário. Os braços erguiam as bandeiras, os cachecóis agitavam-se numa incrível onda vermelha e a Luz, finalmente, descansava. Com o resultado final de «uma bola a zero» o Benfica atingia, pela primeira vez, as meias-finais da «Taça dos Vencedores das Taças», de onde infelizmente não passaria, eliminado às mãos da também germânica (mas do lado oriental) equipa do Carl Zeiss Jena, com derrota na Alemanha (0-2) e vitória insuficiente na Luz (1-0). Quase, quase na final.

Volvidos mais de 30 anos, o Benfica volta a Düsseldorf para defrontar o Fortuna, desta vez  num jogo que serve apenas de preparação para a nova época de ambas as equipas. Para Thomas Allofs e muitos outros esta partida será, todavia, muito mais do que um jogo. Será o reeditar da última grande jornada europeia do Fortuna Düsseldorf, da última grande jornada frente a um dos «grandes da Europa». Estejamos em 2012 ou em 1981.

2 comentários:

com o carl zeeis na 2 mao so me lembro do gr deles que fez uma exibiçao do crl tanto que nunca mais esqueci o nome dele era um tal kneib

abraço

joawquim pereira

Tem toda a razão, Joaquim. O Benfica precisava de 3-0 para passar mas só conseguiu um golo através do Reinaldo, já na segunda parte. Ele marcou um, é verdade, mas desbaratou mais uma data deles. Se quiser recordar o jogo, deixo-lhe aqui as páginas de desporto do Diário de Lisboa de 23 de Abril de 1981:

http://www.fmsoares.pt/aeb_online/visualizador.php?bd=IMPRENSA&nome_da_pasta=06835.185.29017&numero_da_pagina=17

Um abraço e obrigado pelo comentário.

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