Quando Eusébio teve a sua «vingança» do
Vitória de Setúbal e os jogadores benfiquistas voltaram a casa «carregados» de
produtos regionais. Não perca, este domingo pelas 20:15, o jogo entre Vitória
de Setúbal e Benfica a contar para a segunda jornada do campeonato nacional.
É sabido que o
dia da final Taça de Portugal, disputada no Jamor, é sempre de festa e romaria
para muitos adeptos, sejam quais forem as equipas que entrem em campo. Ainda
mais, acrescente-se, se uma das formações nem sequer militar na 1ª Divisão e
tão afamado jogo for contra o campeão europeu Benfica. O dia 1 de julho de 1962
não foi, de modo nenhum, excepção. Nas imediações do Estádio do Jamor,
lisboetas e setubalenses encalorados e munidos de farnel aglomeraram-se pelas
sombras amenas enquanto se preparavam para aquilo que esperavam viesse a ser uma
tarde de festa e bom futebol. Os jogadores benfiquistas, pelo que consta, não
levaram farnel, mas foram surpreendidos por uma oferta fora do comum: antes do
jogo, receberam dos seus colegas setubalenses um saco de produtos regionais que
continha doce de laranja, latas de conserva, moscatel e algum sal. Ainda o jogo
não tinha começado e o Benfica já vencia… com a simpatia setubalense.
A
«Taça» foi, naturalmente, para a equipa mais categorizada, o Benfica, mas os vitorianos,
que lutaram com brio, não diminuíram em nada o vencedor. Triunfou quem devia,
quem se mostrou mais forte, mas não sem dificuldades, principalmente até ao
momento do primeiro golo. Os «encarnados» iniciaram a partida num ritmo lento-moderado
que durou todo o primeiro tempo. As jogadas ofensivas nasciam e morriam nas
correrias de Coluna, Eusébio e Cavém, tendo o desacerto sido a «palavra de
ordem». Remates surgiram muitos, mas quase todos à distância, uma vez que a
muralha setubalense constituía uma barreira inexpugnável. Foi já durante o
segundo tempo que a resistência setubalense abriu a primeira fenda, com o golo
de Eusébio a surgir aos 12 minutos na sequência de um «pontapé livre» muito
contestado a castigar infracção de Jaime Graça – na altura ainda do outro lado
da barricada. Devido à exagerada táctica defensiva, só por acaso o Vitória seria
capaz de bater Costa Pereira e apesar do golo de Eusébio ter originado uma
notória mudança de estratégia, a interessante capacidade ofensiva sadina pouco
ou nada incomodou o guardião benfiquista. Com a brecha no muro vitoriano cada
vez mais acentuada, primeiro Cavém e depois Eusébio, não tiveram dificuldades
em aumentar a contagem, elevando os números finais para um 3-0 que reflectia
bem a superioridade patenteada pela turma benfiquista no decorrer do jogo.
No final da
partida, foi José Águas, o «correcto capitão do Benfica», a ter a honra erguer o
troféu, mas era Eusébio o homem que mais vibrava com o triunfo. E tinha uma
razão muito especial para tanto. É que o seu jogo de estreia no Benfica deu-se,
precisamente, contra o Vitória de Setúbal, e também para a «Taça». Nesse dia,
Eusébio fez um grande golo, mas viu um penalti ser defendido por Félix Mourinho
e o Benfica foi eliminado. Desta vez, o moçambicano voltou a desfeitear o
guardião setubalense, dobrou a sua contagem pessoal de golos no jogo e, mais
importante que isso, levou mesmo a «Taça». Para «vingança», bastou.
2 comentários:
Grande Post! Sim senhor!
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Abraço
contra-ataque1.blogspot.com
Puesto bastante bueno. Me tropecé con su blog y quería decir que realmente he disfrutado de la lectura de su blog. De cualquier manera voy a suscribirse a su feed y espero que publique pronto
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