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sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Os silêncios de Jesus

01:00
sexta-feira, 12 Novembro de 2010 por trainmaniac

Muitos se interrogam do porquê de Jesus não assumir minimamente os seus erros esta época, que têm sido bastantes, de facto. Podemos ser simplistas e pensar que a personalidade arrogante do treinador justifica tudo. Perde na Liga dos Campeões, no palco onde mais se queria mostrar, e não fala de erros de preparação ou de falta de competitividade do plantel à disposição para os desafios europeus. É goleado no Dragão e não assume o erro de ter posto o Benfica preocupado essencialmente com um jogador.

Afinal, Jesus será assim tão arrogante e burro, a ponto de não ver problemas no seu próprio trabalho? Meus amigos, esqueçam completamente essa ideia. Jesus não é parvo, e para atingir os fins escolhe por vezes meios pouco compreensíveis.

Jesus é apenas mais um nome na longa lista de grandes amizades de Vieira que rapidamente caem por terra. Dos jantares luxuosos com Pinto da Costa, aos empreendimentos com António Salvador, passando pela associação a Vítor Santos, à relação umbilical com José Veiga, passando pelas férias que passava com José Antonio Camacho e à estima que tinha por Fernando Santos, também os telefonemas às três da manhã com Jorge Jesus acabaram. Os motivos são os mesmos de sempre. Vieira é pouco confiável, é prepotente, não respeita o espaço de acção e decisão de outros, e os seus famosos golpes de asa normalmente atingem quem está mais próximo de si.

Depois da pré-época desastrosa que tivemos, com uma acção no mercado que de tão trágica nem consigo dizer que foi incompetência, Jesus e Vieira entraram numa guerra fria. Dos jogadores que saíram e que não foram substituídos, aos empréstimos autorizados com condições que acabaram por não ser cumpridas, à falta de pagamento de prémios aos jogadores do seu balneário, passando por renovações prometidas a elementos chave do plantel que ainda hoje estão por efectivar, acrescentando ainda falsas notícias postas a correr pela direcção no balneário em relação a remunerações de recém-chegados e que tanto celeuma provocaram a dada altura. Tudo isto ao mesmo tempo que Vieira papagueava em público que este é o plantel mais caro de sempre, que deve alcançar grandes objectivos, gastando quase 10 milhões de Euros em jogadores que nem nunca haviam jogado nos séniores enquanto dizia à boca cheia que não havia dinheiro para jogadores do Santos.

Jesus percebeu perfeitamente o que se passou. A incompetência ou vontade de Vieira em garantir que o Benfica não caminha para o sucesso durável retiraram a Jesus muitas possibilidades de se afirmar em definitivo na cena internacional. E este, que não gosta destas brincadeiras, observa com atenção e preocupa-se em salvar a pele.

Os silêncios de Jesus mais não são do que a resposta a um presidente desbocado, autoritário e incompetente. E com o seu mau feitio, ainda piora a situação, escolhendo conscientemente o trilho da arrogância, tanto no discurso como em campo, montando uma equipa que não tem o nível que tinha no ano passado de uma forma ainda mais ambiciosa que no ano passado. Basta lembrar a forma aberta e suicidária como jogámos em Lyon, por exemplo. Ao fim e ao cabo, Jesus sabe que tem mais dois anos de contrato, pagos a peso de ouro, e que se Vieira o quiser despedir, não será propriamente o fim do mundo. Pelo contrário, será o Benfica a perder um técnico que já deu mostras do seu valor e garantidamente capaz de ter êxito mesmo em estruturas frágeis como a do Benfica, não ficando muito beliscada a imagem do técnico por causa desta época, visto que o crédito obtido em épocas anteriores assegurar-lhe-á certamente um bom desafio no período pós-Benfica.

Por isso não se espantem se continuar o discurso continuar igual. Culpas de maus resultados não serão assumidas por Jesus, uma vez que quem primeiro as devia assumir, está calado que nem um rato, escondido entre bacocas frases de bajulação a um regime sanguinário como o que existe em Angola. As culpas não serão assumidas por Jesus, pois pediu experiência, pediu Quaresma, pediu Guardado, pediu Wesley e Elias, e no final apenas apareceram Alípio e Rodrigo. Porque foi informado da deslocação indesejada a Angola já com tudo marcado e acertado com o governo angolano, sem hipótese de propor outra data ou de dar o seu aval. Porque um balneário pacífico que havia, foi posto a ferro e fogo pelo mercado carnavalesco que Vieira patrocinou, enquanto andava a caminho de empreendimentos seus no Brasil e em Angola, algumas dessas vezes pago com dinheiro do Benfica. E porque, em abono da verdade, já percebeu que a prioridade agora deve ser o de salvar a sua pele. Porque a máquina propagandista de Vieira está bem oleada... vejam-se as minuciosas e convenientes fugas de informação que têm surgido nos jornais, vejam-se as crónicas das habituais canetas de aluguer do senhor presidente.

Numa época em que foi pedido aos adeptos que deixassem de apoiar o Benfica fora de casa, numa época em que o futebol do Benfica sofreu um blackout quase total, do treinador continuaremos a ter uma postura alinhada com o seu contexto: o silêncio.

7 comentários:

patriarca disse:


O Jorge Jesus até tem falado demais e especialmente daquilo que não devia falar, como elogiar os Porcos, um jogador javali e outras "encomendas" que proferiu, entre outras.Esta época cada vez que fala SAI ASNEIRA e como tal o SILÊNCIO, como tudo na vida é a alma do negócio e NÓS sabemos que disso percebe ele. Para dizer aquilo que não deve mais vale estar calado, embora EU seja contra o Silêncio diga-se.

Não compreendo como se continua a querer ilibar o Jesus de tudo isto.

Desde que seja para atacar o Vieira até se ilibaria Adolf Hitler, quanto mais Jorge Jesus...

Boa tarde, que me dizes de uma troca de Links?

http://forcamagicoslb.blogspot.com

Tantas vezes repetes isso que alguma haverias de acertar trainmaniac LOL

Mto bem. Os benfiquistas e a sua relação com o Vieira sempre me pareceu algo doentia. Desde obrigar o Miguel a pedir desculpa (sei q mta gente achou bem mas acho q humilhar jogadores n deveria fazer parte da politica do slb) a capangas a dar porrada a pessoas no aeroporto. Parece-me tão óbvio o que ele é que não percebo os benfiquistas. Esse senhor não presta.

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