Uma brilhante liderança

A evolução da equipa este ano arrebata-me em absoluto. Vim completamente siderado da Luz, ontem, o que era complicado visto que já ia com expectativas altas. Temos jogado muito bem ultimamente, e não esperava outra coisa que não um resultado dilatado. Antes da partida para o estádio até partilhei no twitter que achava que ganharíamos no mínimo por 3 golos de diferença. Ainda assim, superou as minhas expectativas. Foi uma exibição fabulosa.

Os 5 pontos à maior para o Porto pecam por escassos (raios partam aquele malvado jogo em Barcelos, onde tinha sido fácil trazer os três pontos pela forma como o jogo começou), mas não menorizam a brilhante liderança que temos nesta altura. A equipa ultrapassou primeiros três/quatro meses em que, pelo menos no campeonato, mostrava alguma incapacidade para surpreender e selar as vitórias com desafogo. Mas na viragem do ano civil, Jorge Jesus parece ter concluído a lapidação de algumas pedras e aclarou os processos colectivos. O resultado está à vista.

Como sempre, gosto de olhar agora para o que aí vem. Para mim só há ainda uma coisa que a equipa tem de me provar. Que sabe alternar rapidamente entre jogos de maior empolgamento, e jogos de maior contenção. Passámos a primeira metade da época a meter gelo nos jogos (às vezes demasiado, e muitas vezes mal), depois saltámos para o registo de rolo compressor que temos visto... agora passaremos a uma fase onde o aconselhável é ir alternando. Por exemplo ser capaz de na Rússia mostrar uma postura mais contida, mais cerebral, e depois por ex em Coimbra (ou Guimarães, mas Guimarães pelo cansaço acumulado será um jogo especial) volta a ser capaz de enviar mensagens para o nosso rival, com um jogo de alto nível. Essa rápida alternância de estilos, que a meu ver será aconselhável mostrar daqui em diante, definirá na exacta medida a maturidade desta equipa e do nosso treinador. E, certamente, o nosso êxito esta época.

Digo isto porque o rolo compressor tem defeitos, como tudo na vida. E o facto é que por exemplo a defender não temos estado grande coisa (ontem nem tivemos chatices, mas contra o Gil Vicente já foi diferente, por exemplo), e o espaço dado aos adversários pode ter um aproveitamento diferente consoante o médio ofensivo se chame Skolnik ou Lucho.

Estamos claramente na mó de cima, e parece-me que apesar do nível a que já estamos, ainda estamos em aceleração. Poderá é não ser tão perceptível nos próximos jogos porque a acumulação de jogos também irá aconselhar a outro tipo de abordagens. Mas acho que este Benfica ainda vai melhorar mais. Basta ver a subida de produção de vários elementos nos últimos 2/3 meses. Nolito, Rodrigo, Aimar, Cardozo, ou mesmo Gaitán mais recentemente... promete!

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