FOTO: IONLINE
O dia em que o Benfica se estreou na Mata Real perante uma multidão de mais de 25 mil pessoas. Não perca, esta segunda-feira pelas 20:00 horas, o jogo entre o Benfica e o Paços de Ferreira a contar para a segunda-mão das meias-finais da Taça de Portugal.
Hoje em dia até pode soar estranho, mas em Janeiro de 1983 a ida da equipa de futebol do Sport Lisboa Benfica à pacata vila nortenha de Paços de Ferreira constituía a grande novidade do ano. Era a festa da Taça, especificamente os dezasseis-avos-de-final, e os pacenses, que na altura militavam nas divisões secundárias, tinham pela primeira vez oportunidade de ver em acção o grandioso Benfica no seu próprio estádio. Motivos suficientes, portanto, para uma tarde de festa, com a paisagem da vila a confundir-se com o mar de gente que naquela tarde inundou as imediações do recinto de jogo. Calcula-se que tenham assistido ao encontro mais de 25 mil pessoas.
O desfecho foi manifestamente favorável aos «encarnados», mas não se pense que o Benfica se deslocou ao norte em passeio. Apesar das 4 bolas que distanciaram as equipas no final do encontro, o Benfica não mostrou durante o jogo predicados que justificassem tal diferença, tendo os momentos de aflição e dificuldade sido mais que muitos. Porém, à boa réplica dada pelos locais no início do jogo, os «encarnados» responderam com eficácia e alguma sorte e à passagem da meia hora já venciam por dois golos. O primeiro num cruzamento que saiu remate de Chalana e o segundo num canto que saiu directo por parte de Carlos Manuel. Sentindo-se injustiçados, os pacenses agigantaram-se e perante uma plateia galvanizada pelo futebol bem concebido da sua equipa reduziram para 1-2 quando Cerqueira desfeiteou Bento, tendo sido esse o resultado que levaram para as cabinas.
No segundo tempo, os «castores» pagaram a ousadia da primeira metade e foi com naturalidade que o Benfica avolumou o marcador. O terceiro tento «encarnado» surgiu ainda antes do primeiro quarto de hora, numa infelicidade do defesa Cerqueira, que ao querer afastar a bola da zona de perigo a fez embater em Diamantinho e este, sem querer, fez o golo. Pouco depois, João Alves fazia o quarto e Diamantino o quinto numa recarga a um remate bem desferido por Nené. Estava feito o resultado final, talvez demasiado severo para os da casa, mas também inteiramente justo para os forasteiros.
30 anos depois, os encontros entre Benfica e Paços de Ferreira já não constituem a novidade de outrora. A vila transformou-se em cidade e o clube da terra transformou-se em presença regular na divisão maior do futebol nacional, encontrando-se mesmo a fazer a melhor época da sua história. Pena é que tenham que ficar às portas do Jamor.
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