Prosseguindo na nossa Máquina do Tempo, vamos hoje recordar 2 clássicos: o primeiro, realizado a 18 de Dezembro de 1988, juntou o líder Benfica com 28 pontos, que iria ser campeão com tranquilidade (FC Porto ficaria a 7 pontos) e o terceiro classificado Sporting com 22 pontos. A temporada leonina, típica nesta altura do jejum de 18 anos, já estava praticamente resolvida, o título já era uma miragem - o mítico trauma do Natal do Sporting.
Isto quando estávamos sensivelmente a meio do campeonato (18ª Jornada). Num jogo sem grande história, o Benfica confirmou todo o seu favoritismo, e venceu com naturalidade por 2-0, golos de Magnusson e Pacheco. Tinhamos realmente uma equipa maravilhosa, que ficou à beira da dobradinha (perdeu a final da Taça para o Belenenses), mas para a história deste campeonato fica o facto de grande parte dos jogos terem sido ganhos nos últimos minutos com os milagrosos golos de Vata - apenas 16, mesmo assim suficientes para ser Bota de Prata - e pelo comportamento defensivo brilhante do Benfica (15 golos sofridos em 38 jogos) em que Mozer e Ricardo Gomes (que foi o segundo melhor marcador da equipa!) seriam talvez uma das melhores duplas de centrais da Europa!
Para a história, e perante 100 000 pessoas, alinharam as equipas:
Árbitro: Vítor Correia
Benfica: Silvino; Veloso, Mozer, Ricardo Gomes, Fonseca; Hernani, Paneira, Diamantino (Elzo 78') e Pacheco; Lima (Abel Campos 84') e Magnusson.
Suplentes: Bento, Garrido e Vata.
Treinador: Toni.
Sporting: Vital; João Luís, Morato, Venâncio; Oceano (Mário Jorge 51'), Douglas, Silas, Carlos Manuel (Maside 66'), Litos; Cascavel e Forbs.
Suplentes: Rogério, Miguel e Jorge Plácido.
Treinador: Pedro Rocha.
Acção disciplinar: Cartão amarelo a Morato.
O segundo jogo a ser recordado é bastante mais recente. No dia 3 de Dezembro de 2000, o Benfica apesar de estar em recuperação depois de um ínicio mau de temporada em trocou de treinador (Heynckes por Mourinho) e de presidente (Vale e Azevedo por Vilarinho), mesmo assim, estava em 6º lugar (onde viria a terminar a época, no meio de tanta irregularidade!) a 10 pontos do primeiro FC Porto e a 5 do segundo Sporting, campeão no ano anterior.
Perante um plantel curto e desequilibrado como era o nosso, e um de luxo como o do orientado por Inácio, cheio de internacionais portugueses na flor da idade, o resultado seria surpreendente. Mas Mourinho conseguiu motivar esta pobre equipa nos curtos 9 jogos em que orientou o Benfica (outra longa história) e proporcionou aos benfiquistas uma exibição bem esclarecida, com um banho de bola ao Sporting, em que até penaltys se repetiram - preciosismos do sr. Coroado - e João Tomás saiu do banco para marcar 2 golos!
Seria de resto o último jogo dos 2 treinadores nas suas respectivas equipas - o Sporting tentou roubar Mourinho ao Benfica, dado que o treinador do novo presidente Vilarinho era Toni, porém, ficou-se pela tentativa e seria Manuel Fernandes a terminar a temporada, depois de um período de transição de Fernando Mendes. Já o Benfica entendeu não renovar com Mourinho, o que precipitou a sua demissão e o regresso de Toni. Desastroso como se veria mais tarde.
Ficam então as equipas, com uma assistência a rondar os 65 000 espectadores:
Árbitro: Jorge Coroado
Benfica: Enke; Dudic, Marchena, Meira e Diogo Luís; Chano, Calado e Maniche; Carlitos (Poborsky 73'), Van Hooijdonk (João Tomás 60') e Miguel (Geraldo 84').
Suplentes: Bossio, Sabry, Uribe e Sérgio Nunes.
Treinador: José Mourinho.
Sporting: Nélson; César Prates, Beto, André Cruz e Rui Jorge (Spehar 71'); Paulo Bento (Horvath 45'), Delfim; Sá Pinto, João Pinto, Pedro Barbosa; Acosta.
Suplentes: Nuno Santos, Toñito, Hugo, Bino e Mpenza.
Treinador: Augusto Inácio.
Acção disciplinar: Cartão amarelo a Marchena, Meira, Maniche e V. Hooijdonk; Beto, André Cruz, Pedro Barbosa, Acosta e Horvath.
Cartão vermelho para Pedro Barbosa.
Uma vitória cheia de emoção...e irritação!
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Mas o meu grau de irritação é diferente de outros...
Nem imagino a quantidade de textos prontos a malhar no Rui Costa, no SL
Benfica, no Lage, no Sear...
Há 5 dias
1 comentários:
Que grande jogo do Magnusson no clássico de 88. Grande tarde... sim naquela altura os jogos jogavam-se à tarde. Bons tempos!
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