Nos próximos dias, vamos recordar neste espaço alguns dos dérbies entre o Benfica e Sporting, na Luz (antiga e nova) nos últimos 20 anos.
Comecemos pois por recuar até a 18 de Dezembro de 1993. A nação encarnada vivia num ambiente de crise com Jorge de Brito - um grande benfiquista mas que herdou uma situação pré-calamitosa e a sua saúde, frágil, não ajudou nada a dar a volta ao texto - a demitir-se da presidência, com eleições marcadas para Janeiro de 94 e com salários em atraso; apesar disso, a equipa de futebol mostrava saúde e estava mesmo no primeiro lugar à data deste jogo (relativo à 13ª Jornada) em igualdade com o Sporting e com o FC Porto a 1 ponto.
Já o Sporting, como dissemos, estava em 1º lugar também, mas tinha trocado de treinador (Robson por Queirós) após a debácle de Salzburgo, em que num ataque de fúria, Sousa Cintra, no avião, demite o treinador perante um plantel em lágrimas. Já com Queirós, o Sporting tinha vencido em Alvalade o Beira-Mar. Entretanto, Cherbakov, peça importante no ataque, tinha sofrido na semana anterior ao jogo um acidente de viação gravíssimo, tendo ficado paraplégico para o resto da vida. Uma grande baixa para a equipa leonina.
Muitos ingredientes de interesse para o clássico dos clássicos, portanto.
No jogo propriamente dito, o Benfica começou por dominar a partida naturalmente, pois jogava em casa, e o Sporting em contra-ataque tentava marcar numa oportunidade que lhe surgisse e surgiu mesmo, a partir de um canto - uma das grandes fraquezas do Benfica desta época - Figo fez o primeiro golo, aos 29 minutos. A táctica do Sporting estava a dar resultado, porém, começam os tiros nos pés: Capucho é expulso ao 34' por acumulação de amarelos por Jorge Coroado. O Sporting passou a partir de então a ter uma postura ainda mais conservadora, diria até, hiper-defensiva.
Toni ao intervalo, troca Abel Silva por Isaías, arrisca mais. É recompensado logo a seguir, num contra-ataque raro, o Benfica empata por Yuran, que se isolou muito bem da defesa do Sporting e perante Costinha, fez o golo. Estávamos com 50 minutos de jogo.
Queirós manda a sua equipa defender ainda mais, com a entrada de Carlos Jorge para a saída de Pacheco.
O Benfica vai ameaçando e perto do fim, já com Rui Águas no lugar de Veloso, aos 84 minutos, Isaías, faz o golo da vitória e que permitiu ao Benfica ser líder isolado da prova.
Perante 80 000 espectadores, as equipas alinharam:
Árbitro - Jorge Coroado.
Benfica - Neno; Abel Silva (Isaías 45'), Hélder, Mozer, Veloso (Rui Águas 81'); Kulkov, Paneira, Rui Costa, Schwarz; Yuran e João Pinto.
Suplentes - Silvino, Abel Xavier e Kenedy.
Sporting - Costinha; Nélson, Peixe, Valckx, Paulo Torres; Figo, Capucho, Balakov (Carlos Jorge 43'), Pacheco (Iordanov 56') e Cadete.
Suplentes - Lemajic, Leal e Juskowiak.
Acção disciplinar: amarelos a Kulkov, Paneira, Rui Costa, Schwarz, Yuran e João Pinto; Valckx, Capucho (2 e consequente vermelho) e Pacheco.
Resumo:
Arrancam as eleições da FPF: Sistema vs Nuno Lobo
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Já se soube estes dias que o Sporting recusou em absoluto o apoio a Nuno
Lobo, imagine-se, porque não gostou que este não reconhecesse os quatro
titulos ...
Há 3 dias
2 comentários:
«Perante 80 000 espectadores, as equipas alinharam:»
... saudades do gigantismo!
Daqui a uns tempos postarei aqui esse jogo. Infelizmente só tenho a primeira parte, mas felizmente é a melhor.
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