Tem mesmo que ser Benfiquistas!

A Economia do Futebol

Este ano em função da conjuntura económica que o País sofre, convém entender qual é a posição que o Benfica tem na economia do futebol Nacional.
É verdade que a fonte de rendimentos dos clubes pequenos, depende da verba das transmissões televisivas, da amabilidade da agremiação portista e por último nas receitas de bilheteira dos jogos em casa.

Duma forma quase axiomática é por esta ordem que, a grandeza dos rendimentos auferidos acontece em certos clubes pequenos da nossa Liga.

Alguns porém, graças a empréstimos de activos, "recebem pelos custos que não assumem", podendo equilibrar financeiramente o valor do plantel e os seus custos por época.

Em certos casos, este parâmetro permite jogadores de qualidade, mas o restante plantel, não consegue ser pago pela publicidade, patrocínios dos Clubes, pelas quotizações de sócios e assistências aos jogos em casa.
Se somarmos a tudo isto as receitas das transmissões televisivas, a época fica quase paga.

Quase ...

Então neste contexto, existe uma receita extraordinária que é basicamente o lucro que a maioria dos Clubes pequenos conseguem encontrar para alimentar a sua máquina:

O dia de jogo do Benfica!

Inflacionando o custo dos bilhetes para valores disparatados ... absurdos, porque sabem que a massa adepta do Benfica segue a sua equipa para qualquer lado, existe essa massa adepta em qualquer lado, aproveitam os Clubes pequenos essa acalorada Paixão Benfiquistas para irem por via dessa receita, ou por via de outras receitas que têm a ver com o aluguer de espaços onde sub-negócios, seja as Bifanas & Couratos ou outros, para arranjar o pé de meia da época.

Sendo assim a não presença de Benfiquistas em massa poderia ser catastrófico.

Imaginem o seguinte cenário em "tempos de Paz":

O Portimonense recebe o Benfica para a Liga, tem depois um jogo para a Taça da Liga ou outro para a Taça de Portugal. Tudo em casa própria, tudo numa só época.
Lógico que imediatamente, a Direcção do Portimonense (citada só como exemplo, assim como é o céu azul!) iria pedir ao Benfica e às instâncias desportivas, para jogarem no Estádio do Algarve.
Encheria provavelmente de adeptos Benfiquistas os seus 30.000 lugares, com preços escandalosos de Bilhetes dos 30 aos 50€! ...nada que ainda não se tivesse visto.
Então em média, digamos pelo preço mais baixo a receita do jogo do Campeonato que o Portimonense receberia seria de 30€ x 30.000 = 900.000€

Só de bilheteira seria perto de 1 milhão de Euros.
Se considerarmos mais um jogo para qualquer uma das Taças em que a receita é a dividir, então dava para irem buscar cerca de 1,5M€!

Tomemos então por exemplo o plantel de 25 jogadores do Portimonense e os seus 3 Técnicos, 1 Médico, 2 Massagista e 2 Roupeiros.

A 3.000€ (considerando como valor médio), multiplicando pelos 33 funcionários X14 meses = 1.386.000,00€!

E isto é uma média cara!

Mas voltem atrás, vamos por hipótese considerar que todas as receitas, mais as ajudas azuis, pagavam o plantel, então este valor era lucro puro!


Quantas Empresas pequenas conseguem ter um lucro de 1 milhão de Euros Ano???


Lógico que isto é um pouco contas de Merceeiro para que todos possam entender que genericamente, a economia do futebol Nacional para os clubes pequenos é uma questão bipolar.

Eles tomam sempre como garantidas as duas receitas, e como até hoje sempre assim foi, para eles o jogo de cintura é dizerem que sim à agremiação portista, e sorrirem muito no dia de jogo do Benfica. Mas sorriem mesmo muito.

Eu sempre me estive a lixar para o sorriso deles, porque o importante foi sempre o convívio onde quer que seja do Benfica, dos seus adeptos daquela festa fantástica do dia de jogo atrás do sol posto, isto para não referir lugares.

Raramente mudo de opinião facilmente, aliás diria mesmo, raramente mudo.

Mas hoje de manhã, tive o prazer de tomar o café com alguém ligado ao Benfica que teve a amabilidade de me esclarecer determinadas coisas que chegaram ao conhecimento dos Dirigentes do Benfica.

Depois do ano passado, depois das manobras que nos bastidores se vão sabendo, depois de eu ter ficado a saber de coisas que nunca pensei, quero sinceramente que o sorriso dos Dirigentes no dia do jogo em casa contra o Benfica se dane.

Façam lá as vassalagens que quiserem aos azuis, mas desta vez eu mudei de opinião!

Mudei, mas sem que para que tal acontecesse, não deixasse de pedir um favor aqueles que religiosamente, acompanham o Benfica:

Façam-se representar, mas façam-se representar perante os nossos Jogadores e técnicos do Benfica.

Façam-se representar por nós em pequeno número, para que os outros saibam que poderíamos lá estar mas não estamos e quanto isso lhes vai custar.

Façam-se representar mesmo que as vossas vozes sejam abafadas pelo maior número dos adeptos rivais, mas sejam o Farol que na bancada, oriente o nosso Benfica.
Sejam o ponto para onde eles se viram quando marcam ou quando são substituídos.

Quanto ao resto da Enorme Massa Adepta de Benfiquistas, tentem não ir, mas tentem mesmo por muito que isso vos custe, e eu sei que custa!


Muitos de vocês sabem qual foi a minha posição sobre este pedido feito pelos Órgão Sociais do Benfica. Não aceitei bem, vai contra a nossa génese!


Vocês sabem o que penso de Luís Filipe Vieira, não gosto dele, do estilo dele, do sucesso que ele diz ter alcançado e que eu considero curto.

Mas desta vez, vou-me colocar numa posição de acatar o pedido dele, porque não há nem pode haver «uniões de facto» entre azuis e clubes pequenos, e depois eles quererem andar na rambóia com o Benfica, um dia por ano ... porque isso lhes dá para viverem como se de grandes se tratassem, e depois nas nossas costas nos outro 364 dias, tudo o que fazem é o relambório «sim, Senhor Presidente, o senhor é genial, obrigado pela ajuda que nos dá!».

Da minha parte não preciso de carta nenhuma.

Da vossa parte têm o testemunho de alguém que era contra a medida, mas que inflectiu, porque tem que acabar já a brincadeira.


Um Abraço do Papoila Calmante

P.S. Desculpem o texto sem correcções porque não tive tempo e era importante deixar-vos o meu testemunho.

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