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quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Canto dos convidados Amigo das Modalidades



Na edição desta semana do canto dos convidados, o assunto principal será relacionado com as modalidades do nosso clube, assunto muito pouco debatido na blogosfera benfiquista, inclusivamente aqui no chama gloriosa, mas que deverá ser visto com outros olhos, pois tal como o título deste artigo diz: Porque o Benfica não é só futebol.

O convidado desta semana é conhecido por ser um acérrimo lutador pelo ecletismo, um dos membros com mais anos de casa na comunidade Serbenfiquista.com, eis a crónica do Amigo das Modalidades.




Porque o Benfica não é só Futebol…

Durante os dias que se  sucederam ao convite que me foi dirigido para escrever esta crónica, hesitei  sobre o caminho a tomar, o assunto a abordar, dentro da temática enquadrada, as  modalidades do nosso SL Benfica. Depois de reflectir, optei por fazer um comentário geral, globalizado daquilo que tem vindo a ser a realidade das modalidades para o benfiquista.
Há vários anos que desenvolvi o culto dos pavilhões,  com uma família “específica” que veio desde o mítico Pavilhão nº1 por debaixo  do Terceiro Anel, para os actuais e modernos pavilhões da Luz. E falo de uma  família específica, porque as modalidades caíram nessa tendência nos últimos,  muito por culpa de um fenómeno global de desinteresse pelo espectáculo  desportivo que se instalou em Portugal.
Se durante algum tempo  existiam factores que levassem a isso, agora não há, falando para quem  cultivava o culto do pavilhões há dez anos, porque para já o preço dos bilhetes  baixou, a introdução da quota das modalidades deixa tudo uma “pechincha”, ao  ponto de bastar ver 2(!) jogos em casa por mês de modalidades (entre as 5,  estamos a falar de um número que varia de 8 a 15), além que nas alturas  decisivas (em que todos aparecem…) garantem sempre bilhete, uma vez que a venda  é exclusiva nos primeiros momentos.
Uma coisa que me orgulha  bastante no SL Benfica, é que depois de fases mais ou menos instáveis, a aposta  nas modalidades é uma certeza, e um dever que o clube deve cumprir, com rigor  orçamental e desportivo. O Benfica tem de jogar sempre para ganhar, seja lá  onde for, e tem de ter armas para isso. Este culto do pavilhão não se restringe  à Luz, por esse país fora a visita do Benfica seja lá em que modalidade for é  um motivo de festa, e isso assim continuará, para sempre. Há contudo aspectos  que carecem de melhorias (como sempre), desde a burocracia que é a venda de  bilhetes para os jogos na Luz (os computadores são lentos e estúpidos, deixando  saudades do tempo em que entregando o dinheiro na bilheteira, levantava-se o  mágico papel do ingresso), sem esquecer a parvoíce dos lugares marcados (o  preço é igual para todos, logo quem chega primeiro, senta-se onde quer…) como a  calendarização dos próprios jogos (mais jogos seguidos de modalidades permitem  que as pessoas mais depressa fiquem para todos do que só para um), e a  fundamental ligação aos jogos em casa no Estádio, que desapareceu e quando  fugazmente aparece, é com intervalos absurdos de duas ou três horas entre o fim  da modalidade e o inicio do futebol. E estou só a falar do ponto de vista do  adepto…
Fazendo uma breve introdução  ao que poderá a nova temporada 2010/2011 trazer ao Benfica, esta época tem tudo  para ser mais um passo certo rumo a (mais títulos):

Basquetebol

A palavra chave será  continuidade, plantel quase todo igual, saindo um mercenário, mais a inevitável  saída de um americano, situações colmatadas por contratações criteriosas, de  jogadores de provas dadas em Portugal ou excelente recomendados por alguns dos  melhores profissionais que serviram o clube nos últimos anos. Assim sendo, tudo  pronto para a conquista do tri-campeonato, onde o FC Porto será o grande rival,  com o desafio de atacar a Taça de Portugal, já que a Taça Hugo dos Santos  continua a ser uma “filha bastarda” da Taça da Liga, e não continua fazer muito  sentido no actual quadro competitivo.
Claro está que, depois destes  objectivos prioritários, este ano há essa ambição europeia, que ficou bem  patente na eliminatória de acesso, brilhantemente ultrapassada em solo  ucraniano. Acima de tudo, é um prémio para estes jogadores, e um grande “rebuçado”  para os adeptos, os mais velhos saudosos dos tempos áureos de há 20 anos atrás,  infelizmente irrecuperáveis. Mas dá sempre para matar o bichinho…


Futsal

Passando para os campeões  europeus, e convém dizer isto muitas vezes, o nosso futsal procura corrigir a  pedra no sapato que ficou da temporada passada, que foi a perda do titulo  nacional. A equipa sofreu mudanças, ficou ferida com a saída do génio  Ricardinho, arranjou outras soluções e mudou também no comando técnico, numa  aposta ponderada e que terá sempre de merecer o benefício da dúvida, porque  esta secção tem sido bem gerida nos últimos, com os títulos a falar por si.
Os primeiros jogos já  permitiram ver que apesar de ainda haver muito caminho para percorrer, já se vê  trabalho, ideias novas, com o crescimento a ter de ser gradual, indo ganhando  sempre, pois nesta modalidade, em seis edições do Play-off, nas seis saiu  vencedor o 1ºclassificado na fase regular… Acreditando ainda que falta um  retoque à equipa, que acredito chegará na altura do mercado de inverno,  ficaremos com um plantel muito forte, capaz de resistir a qualquer  eventualidade.


Andebol

Passando para o andebol, eis  uma modalidade que nos últimos recuperou um relevo no clube que não tinha há  muitos anos, culminado com o título de 2007/2008, mas ferida com as últimas  épocas, em que os falhanços foram sendo sucessivos, e sempre com uma  desculpabilização irritante, com o seu ponto máximo na idiota saga com a  Faculdade de Desporto do Porto, mais a renovação por três (!!) anos com o  treinador, quando a politica reinante nos últimos anos (para treinadores e  jogadores) tem sido contratos curtos, opção avisada por factores desportivos e  económicos, que nunca podem andar dissociados. Mas focando no que interessa,  esta época a mensagem que passou é que tudo está resolvido, e que “agora sim,  há condições”, sendo que o inicio de época já trouxe aquele sabor agridoce, com  uma derrota escusada na Horta, e uma vitória com classe em Braga.
Indo somando pontos, o final  da primeira volta traz uma série de jogos complicada, será um teste importante,  para uma equipa que precisa de ser muito constante, pois é de todas as  modalidades, aquela que encontra um campeonato mais nivelado, isto é, em que  existem mais equipas com condições económicas e desportivas para serem rivais,  e onde as equipas “mais pequenas” estão mais bem apetrechadas a nível da  qualidade dos seus jogadores para complicar a vida aos “grandes”! Esperar para  ver, numa temporada em que o falhanço não será tolerável!


Voleibol

No que toca ao Voleibol, este  ano tem de esquecer a enorme frustração que ficou da temporada passada, em que  a equipa esteve a um passo de tudo e ficou sem nada. Este ano marca também uma  mudança de paradigma, uma vez que (finalmente!) o Benfica conseguiu trazer para  Lisboa os dois internacionais portugueses de maior valia que mais têm brilhando  internamente nas últimas épocas: Hugo Gaspar e Flávio Cruz. E falar de voleibol  é falar sempre de uma modalidade que parece regional, em que o Benfica é posto  quase que ao nível das equipas insulares, face à ausência de equipas na  primeira divisão num raio de… 300 km, Esmoriz e Espinho são mesmo as equipas  “mais próximas de Lisboa”.
Mantendo a base do bom bloco  do ano passado, o Benfica renovou os seus entradas (privilegiando a recepção) e  trocando de libero, posição que carece de uma figura desde a saída de Carlos  Teixeira. Rafinha é aposta segura, como já deu para ver! A expectativa é por  isso máxima, a confiança em José Jardim ilimitada. Um exemplo raro, uma  verdadeira figura do Benfica.


Hóquei em Patins

Para fechar, o Hóquei, que  aparece renascido, não só depois do triunfo na Taça de Portugal, o primeiro  titulo em oito (!) anos, bem como a Supertaça, esta por ter sido sobre o  arqui-rival e dominador absoluto dos últimos anos, FC Porto. Na única  modalidade cujo campeão se encontra em 30 jornadas em fase única, a  regularidade é fundamental. E o Benfica, reforçado com um trio de grandes  jogadores, Tuco Abalos, Cacau e Luís Viana, aparece com um plantel fortíssimo,  como me arrisco mesmo a dizer, provavelmente nunca teve, em número e qualidade.  Estão reunidas as condições para voltar a ser campeão, 13 anos volvidos sobre o  último título, uma travessia demasiado longa para o Benfica.
 Além de ser campeão, a Taça CERS tem de surgir  também como objectivo para ganhar, já que o enquadramento é favorável e sobretudo,  o plantel tem profundidade suficiente que permita gerir os diversos jogos. Numa  modalidade corrompida e desacreditada, se o Benfica voltar às grandes  conquistas, é dado o primeiro passo para a limpeza. E é tempo de acabar com as  desculpas, jogando melhor e sem medo, não há razão para mais fracassos. A  expectativa é enorme!

É então de esperanças renovadas  e reais, que um benfiquista convicto vos convida a viverem ainda mais o  Benfica, porque o Benfica não é só futebol…

2 comentários:

É uma fantástica dávida aquela que a BenficaTV nos dá ao transmitir imensos jogos do nosso clube.
Felizmente o cenário para o futuro parece de sucesso.
Grande texto.

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